Ninguém quer?
http://chicagoansforrio.com/

Sinceramente? Sou a favor de Olímpiada, Copa, e o que mais vier pela frente.

Corrupção não pode ser desculpa para deixar de fazer as coisas. E "outras prioridades" não é um argumento que se sustenta.

Comentários

Por Tarcísio Nogueira dos Passos
em 22 de Setembro de 2009 às 19:30.

Olá Alexandre,

Tudo bem. Eu também sou a favor de eventos dessa natureza.

Mas estes têm que deixar algum benefício. Pergunta-se: quais benefícios "coletivos" e não "individuais" o PAN RIO deixou para a cidade?

Acho que só se viu sorriso largo no Nuzman... e alguns empreiteiros... além dos mesmos de sempre.

De que maneira estão sendo aproveitados os espaços criados?

O Brasil já deu provas que é capaz de sediar eventos assim. Mas o problema não está situado no momento de acontecer. Está no antes e no depois.

Infelizmente ou felizmente ( só o tempo dirá), não estamos encontrando muito apoio público.

Mas quem forma opinião saberá como tratar disso.

Talvez seja um amadurecimento que já consegue enxergar uma tentativa de velhas políticas de "pão e circo".

Continue torcendo para que aconteça.

Eu... continuo torcendo para que o povo se RECONHEÇA como povo.

Aí sim valerá a pena o espírito olímpico.

No mais, boa torcida a todos nós!

mwu blog pessoal: www.vooz.com.br/blogs/tarcisio-passos

Por Alexandre Moreno Castellani
em 23 de Setembro de 2009 às 14:10.

Moro no Rio e... se ninguém avissasse, não saberia que teve um Pan por aqui.

Legado? No máximo, a lição!!!
Porque foi uma oportunidade que o carioca deixou passar!

Dia desses vi uma notícia de torcedores do Fluminense "agredindo" seu time e cobrando "vergonha na cara". Agora, não lembro de NENHUMA manifestação popular cobrando o legado prometido para o Pan! Só essa - desculpe - indignação artificial.

Corrupção não pode ser desculpa para deixar de fazer as coisas. Aceitar isso é aceitar a corrupção!

É mais ou menos por aí...

Por Adriano Pires de Campos
em 23 de Setembro de 2009 às 16:09.

Alexandre e Tarcísio,

Tive a oportunidade de trabalhar no Comitê Organizador Rio 2007, mais conhecido como CO-RIO. Ao final dos Jogos, fizemos uma avaliação sobre tudo que ocorreu na organização, listamos pontos fortes, fracos, fizemos críticas e demos sugestões para futuros eventos desse porte. Minha principal sugestão foi que o Comitê Olímpico Brasileiro adotasse práticas sustentáveis de gestão numa eventual próxima vez. Com isso, quis dizer que deveríamos melhor avaliar a capacidade de nosso país de promover um evento socialmente justo, economicamente viável e ambientalmente sustentável. Essas palavras podem soar como um jargão, mas é possível e necessário pensarmos nesse processo de forma bastante prática.

Durante o Pan, fui um dos gerentes operacionais da Vila Militar de Deodoro. Para lá chegar, partia, quase todos os dias, do Comitê Olímpico Brasileiro, sediado na Avenida das Américas (Barra da Tijuca), atravessava parte de Jacarepaguá, passava por Cidade de Deus e pela favela Curral das Éguas. Fazendo esse tour diário pela miséria, era quase inevitável pensar em tudo que poderíamos melhorar com os milhares de recursos investidos em um evento de 15 dias e sem um legado muito bem estabelecido. Lógico que já compreendia que nossa desigualdade social não seria resolvida com os recursos investidos no Pan. Tinha consciência de que seriam necessários milhares de "Pans" para solucionar um problema tão crônico quanto a pobreza. Nesse ponto, concordo com o Alexandre Castellani, quando ele afirma que o discurso do "temos outras prioridades" não se sustenta. Está claro que não devemos deixar de investir no Esporte para investir em outras "prioridades", até porque uma estrutura esportiva pública é uma das condições necessárias para minimizar os efeitos do quadro social brasileiro. Mas, sinceramente, gostaria que nossos dirigentes incluíssem a sustentabilidade como ferramenta de gestão em suas ações. Se fizerem isso com muito critério, chegarão a um estágio de planejamento que justificará a organização de uma olimpíada com um legado sustentável em todos os sentidos. Mas tenho sérias dúvidas se a sustentabilidade está na mente dos dirigentes esportivos e dos políticos brasileiros. E na dúvida, eu não cogitaria a hipótese de organizar uma olimpíada.

Por Alexandre Moreno Castellani
em 23 de Setembro de 2009 às 16:50.

Opa Adriano,

Sabe me dizer quanto de dinheiro o Pan gerou? E qual foi o impacto no fluxo turístico?

O que mudou no Rio?

Hoje quase fui atropelado pelo metrô do Pan. É. Metrô.
Um ônibus menos ruim que liga a Barra a estação mais próxima (Copacabana). Ou... um monumento a cara-de-pau do César Maia.

Mas não tem problema. Ninguém reclama.
Aqui nego só se incomoda com atacante que perde gol!

Por Adriano Pires de Campos
em 23 de Setembro de 2009 às 17:19.

Alexandre Se sua pergunta foi só em relação à parte financeira, encontrei informações sobre a receita com vendas de ingressos, que foi de 17 milhões de Reais (http://www.rio.rj.gov.br/rio2016/pan_numeros.htm). Não sei quanto foi gerado com o turismo e empregos diretos e indiretos. Sei que o investimento total passou de 1 bilhão de reais, mais do que dez vezes a previsão inicial. Se extrapolarmos o lado financeiro, vamos ver que o Pan gerou aprendizado na gestão esportiva do país, melhorou a infraestrutura esportiva do Rio, mas não cumpriu tudo que havia planejado para a cidade. Volto a dizer que não sou contra organizar uma olimpíada, só não acho viável organizá-la sem os critérios e ferramentas da gestão sustentável. Depois você me explica como foi essa estória de quase ser atropelado pelo metrô do Pan... isso não estava previsto no legado do evento.

Por Tarcísio Nogueira dos Passos
em 23 de Setembro de 2009 às 17:52.

Alexandre e Adriano,

Muito bom os pontos de vista de ambos.

Mas respondam-me com toda sinceridade: Vocês acham que promover uma Olimpíada, aos moldes do PAN Rio, é investir no esporte?

Que tipo de esporte estamos falando? O esporte de alto rendimento? Ou o esporte de formação?

Melhor dizendo e apimentando a discussão, já que estamos convencido que o país, mesmo sendo saqueado todos os dias, ainda tem recursos para sonhar com coisas assim, me esclareçam:

Que tipo de esportes vocês querem? Que tipo de esporte se quer e/ou se precisa?

Por Tarcísio Nogueira dos Passos
em 23 de Setembro de 2009 às 18:41.

Ah...

Ia esquecendo.

vejam o que está acontecendo com relação à COPA de 2014.

Saiu no Portal do Tribunal de Contas da União, a promessa de criação de um "Portal da transparência" para os gastos relativos à Copa de 2014.

Seria o início?

veja:

(21/09/2009 14:22) TCU participa da primeira reunião da Rede de Informações da Copa de 2014

     O Tribunal de Contas da União (TCU) participou, no último dia 10, da primeira reunião de trabalho da Rede de Informações para Fiscalização e Controle dos Gastos Públicos na organização da Copa do Mundo de 2014. A reunião foi realizada no Salão Nobre e contou com a presença de integrantes da rede: representantes do TCU, da Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados (CFFC), da Comissão de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Fiscalização e Controle do Senado Federal (CMA) e dos tribunais de contas dos estados e municípios que sediarão a copa. 
     O evento teve início com o pronunciamento de boas-vindas do presidente do TCU, ministro Ubiratan Aguiar, que enfatizou a relevância do trabalho preventivo da rede. “O Tribunal quer e vai agir pedagogicamente para evitar que ocorra, durante os preparativos para a Copa de 2014, o que aconteceu com a organização dos Jogos Pan-Americanos”, afirmou.
     De acordo com o deputado Silvio Torres, presidente da CFFC, é necessário que o trabalho de fiscalização se inicie o mais rápido possível para que os cofres públicos não sofram com os prejuízos. “O País tem até fevereiro/março de 2010 para iniciar as obras. Esse prazo nos assusta”, explicou o deputado.
     Na reunião ficou estabelecido que, visando dar maior transparência à aplicação dos recursos públicos e maior segurança para a sociedade, será criado um portal na internet que abrigará os valores das obras, as cópias dos contratos, as despesas realizadas por cada órgão público, os cronogramas de trabalho e a matriz de responsabilidades. “Essa é a forma mais adequada de se ter um acompanhamento interagindo com a sociedade”, afirmou o secretário adjunto de Planejamento e Procedimentos do TCU, Marcelo Eira.
     Ficou definido, também, que será criada uma comissão técnica de plano de ação para que as informações provenientes de cada órgão sejam uniformizadas. A rede de informações produzirá, ainda, relatórios de atuação com  periodicidade a ser definida. “Se as sugestões forem adotadas, o governo federal dará uma prova de que vai investir com transparência na copa, garantindo pleno controle por parte da sociedade”, acredita o deputado Silvio Torres.
     A Câmara dos Deputados organizará um workshop com representantes de todos os grupos que compõe a rede, no dia 5 de outubro, para sistematizar as ações da rede. Participaram ainda da reunião o secretário-geral de Controle Externo, Paulo Wiechers, e a secretária-geral da Presidência, Ana Cláudia Martins.

Disponível em: http://portal2.tcu.gov.br/portal/page/portal/TCU/imprensa/noticias/detalhes_noticias?noticia=1792128

Por Adriano Pires de Campos
em 24 de Setembro de 2009 às 12:06.

Tarcísio,

Ainda acredito que organizar um grande evento esportivo é investir em esporte, ainda que os benefícios imediatos sejam somente para a dimensão do alto nível. Todo esse investimento pode ser revertido para as demais dimensões do esporte futuramente, não vejo isso como algo perdido. Muitas crianças e adolescentes praticam modalidades esportivas porque pretendem chegar ao topo da pirâmide um dia. E deixar de investir no topo não seria a solução para melhorar a formação esportiva na base. No entanto, a pergunta "que tipo de esporte queremos" é crucial para definirmos as prioridades em nosso país.

Pensando nas condições sociais que enfrentamos, vejo que o investimento em "esporte de formação" seria uma estratégia que, juntamente com outras políticas de bem estar, promoveria uma melhora na condição de vida de nossa população. Sei que essa discussão é imensa e envolve inúmeras análises, mas estou simplificando um pouco para que caiba nesse espaço virtual.

Agradeço pela notícia sobre "Rede de Informações para a Copa 2014". Sem dúvida, é um importante passo rumo à transparência das contas públicas. Basta saber se irá funcionar mesmo. Oremos. 

Por Tarcísio Nogueira dos Passos
em 24 de Setembro de 2009 às 12:10.

rsrsrsrssr

Oremos... e que nossa preces sejam ouvidas!

Um grande abraço. Ótimo tema e melhor discussão ainda!

Evolução neste nobre Café.

Obrigado.

Por Alexandre Moreno Castellani
em 26 de Setembro de 2009 às 17:37.

Li agora pouco, no blog do Juca, que esse site tem possível origem carioca.

Mais aqui: http://www.gamesbids.com/eng/olympic_bids/2016_bid_news/1216134700.html

Por João Batista Freire
em 27 de Setembro de 2009 às 11:49.

Metendo o dedo nessa ferida, vamos começar dizendo que, se a cobrança das contas fosse séria, a organização do Pan estaria embaraçada. Mas, deixando de lado tantas cobranças, vamos somente ao esporte. Pelo menos para o esporte o Pan deveria deixar legados. Vamos lá que justificativas para a pouca repercussão social e econômica sejam aceitas. Quais legados ficaram para o esporte brasileiro? Já se passaram três anos.

Por Alexandre Moreno Castellani
em 29 de Setembro de 2009 às 07:37.

Nenhum, né João. Que o Pan foi um fiasco, acho que a maioria concorda.

A questão é: o que fazer para uma eventual Olimpíada não ser um fiasco também?

Por Tarcísio Nogueira dos Passos
em 29 de Setembro de 2009 às 08:02.

Acabei de ver no portal da Veja.com (http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/brasil/guerrilha-americana/comment-page-1/#comment-35671) na Coluna do Lauro Jardim, uma matéria intitulada de: Guerrilha americana?.

Fala da última edição da revista New Yorker que chegou as bancas, estampando páginas e mais páginas do Horror carioca.

O colunista, abre os olhos para as estratégias norte-americanas de eleger Chicago como sede das Olimpíadas de 2016.

Já comentei lá. Passem lá pra ver o que o Lauro Jardim diz.

Um grande abraço a todos.

Por Tarcísio Nogueira dos Passos
em 29 de Setembro de 2009 às 08:04.

O meu comentário está aguardando moderação.

Tarcísio Passos disse: O seu comentário está aguardando moderação.

setembro 29, 2009 às 7:48

Me intriga a sua opinião sobre isso.
Não ficou clara.
O que você queria?
Que a revista estampasse as lindas e maravilhosas mulatas cariocas ou o belo futebol tricolor?
Um pouco de realidade, parece que só faz mal ao próprio povo brasileiro, que prefere viver como se estivesse num mundo de fantasia.
Sejamos realistas… pelo amor de Deus.
O Cristo Redentor já não se aguenta de tanto horror.
Sem falar do “legado” que o PAN do Rio 2007 nos deixou.
Qual Legado mesmo????
Que o Rio ganhe, beleza. É o que queremos.
Mas tem que mudar o comando também.
E olha que eu não me refiro ao comando vermelho… comando armado…
Falo do comando institucionalizado, da política do pão e circo… do Nuzman e empreiteiros que elevaram os gastos com o PAN em cifras inimagináveis…
Isso ninguém fala.
Acho que a revista só pecou em uma coisa.
Faltou estampar em suas páginas as fotos desses personagens engravatados e acostumados em mamar nas tetas do nosso pobre país.
Te pergunto novamente: Qual a sua posição?
Acabou-se o tempo de ficar em cima do muro.
Ou prefere continuar bancando com o suor do teu trabalho as alegrias dessa turma?
Seja povo, não plateia.

Por Adriano Pires de Campos
em 29 de Setembro de 2009 às 16:39.

Alexandre, João e Tarcísio

 

Se a cobrança sobre a organização de qualquer olimpíada fosse realmente rígida, provavelmente todas as sedes olímpicas do passado seriam interditadas. Creio que ainda não houve qualquer olimpíada com balanço financeiro positivo. A metódica Londres já triplicou a previsão orçamentária inicial, que era de 2,7 bilhões de libras (quase 10 bilhões de Reais) em 2005. Ainda em 2007, a cifra já havia chegado a 9,35 bilhões de libras (quase R$ 40 bilhões) - http://ligcev.com/orcamentolondres2012   

Qualquer comitê organizador de um grande evento esportivo se vê em maus lençóis quando tem de explicar a diferença entre a previsão inicial e o gasto final do evento. Triplicar é regra, pois os orçamentos iniciais parecem feitos somente para atrair votos para a candidatura, não para mostrar a real necessidade de gastos.

Quando o assunto é legado, volto a repetir que o investimento em um grande evento esportivo somente vale a pena se acompanhado de um rigoroso estudo da sustentabilidade econômica, social e ambiental. Mas, para chegar a esse nível, esse teria de ser “o projeto”, o que parece não acontecer no caso do Rio 2016.

Quanto à reportagem do The New Yorker, parece muito evidente a tentativa de puxar a brasa para a candidatura de Chicago. Até aí, nada de novo, é um veículo americano defendendo interesses americanos. Infelizmente, o retrato que se faz do Rio na matéria é real, assim como é real o filme Tropa de Elite, Cidade de Deus, Ônibus 174 e outros. Fica a questão: como e para que organizar uma olimpíada numa cidade que possui inúmeros focos de guerra e tamanha desigualdade social?

Por Alexandre Moreno Castellani
em 29 de Setembro de 2009 às 16:57.

Para mudar esse cenário? É possível?

Continuo achando que nossos problemas não são motivos para não fazer. Muito pelo contrário. Acho que é justamente por conta disso tudo que temos que correr atrás de um evento desse porte.


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