Alexandre e amigos:

Pergunto: por que 12 cidades? Quanta frescura, ou, quanto interesse financeiro! São vinte e quatro equipes; duas por cidade em média. É um luxo, não? Qualquer outro esporte resolveria isso com duas ou quatro cidades. Mas, não, temos que fazer obras suntuosas, gastar um rio de dinheiro. As dondocas do futebol precisam ser tratadas a peso de ouro. É por isso que o futebol está virando essa coisa insuportável, com gente ganhando montanhas de dinheiro sem jogar absolutamente nada. Ou alguém acha mesmo que o Robinho vale mais dinheiro que o Maradona ou que o Zico?

Comentários

Por Alexandre Moreno Castellani
em 6 de Julho de 2009 às 16:25.

Nesse exato momento estamos transmitindo, pela internet, a apresentação do Cristiano Ronaldo no Real Madrid.

http://sportv.globo.com/

78 mil no Santiago Bernabeu. Qto vale Cristiano Ronaldo?:-)

Por Alexandre Moreno Castellani
em 6 de Julho de 2009 às 16:19.

João, não entendo a bronca.
Interesse financeiro é ruim? Descontandando eventuais sacanagens em todo o processo e, considerando dinheiro publico apenas para obras de infra-estrutura (necessárias), espalhar os "beneficios" da Copa por mais cidade não é algo positivo?

E sobre o "valor" do Robinho... vale lembrar que hoje ele não é apenas um jogador de Futebol.

Veja o exemplo do Kaká. Custou cerca de 65 milhões de euros. Vale tudo isso?
Não sei, mas colocou mais de 40 mil no Santiago Bernabeu só na sua apresentação. Sua camisa 8 já vende mais que água no deserto. E expectativa do Real é lucrar cerca de 100 mil dolares por ano com o brasileiro. E não é só pelo seu Futebol.

O David Beckham rendeu 600 milhões de dólares em vendas de camisas e outros produtos de merchandising até a sua saída para o Los Angeles Galaxy.

O dinheiro que circula hoje nem se compara ao dinheiro que circulava na época do Maradona e Zico.
Não sei o tamanho do estrago que esses dois fariam hoje em dia...

Por João Batista Freire
em 7 de Julho de 2009 às 10:17.

Alexandre:

Nada contra interesse financeiro justo. Gastança é outra coisa. Certamente, boa parte do dinheiro gasto inutilmente com a Copa poderia ser investido em coisas mais interessantes, como educação. Claro, se o Brasil não fosse o país que é. Tome-se como exemplo o que foi feito no Pan. Quanto ao Robinho, Beckham e outros, de fato, não são só jogadores de futebol. Aliás, jogadores de futebol é o que menos são. Resta saber se quem gosta de futebol tem que gostar do espetáculo que eles fazem. Meu interesse neles é quando estão em campo jogando futebol. Quanto ao resto, prefiro cantores, dançarinos, atores, etc. Mas, você tem razão; para um certo ramo de empreendimento, sem jogar bola eles rendem muito mais. Eu sei, por exemplo, que o Cristiano Ronaldo renderá muito ao Real, não importa se ele vai ou não jogar bola. O problema é declarar para o povo que ele vai ganhar isso porque joga tudo isso de futebol. 

Por Alexandre Moreno Castellani
em 7 de Julho de 2009 às 10:29.

João, sou um otimista. Na maioria das vezes. ;-)

É possível que se gaste mal boa parte do dinheiro da Copa. O Pan, concordo, foi assim. Moro não Rio e não vejo, por aqui, nada do "legado do Pan". Um disperdicio que tem que ser evitado na Copa.

Mas esse é o problema. A capacidade que temos de gastar mal o dinheiro da Copa também vale para Educação, Saúde, Programas Sociais, etc... O que fazer? Desistimos?

A questão é: A Copa é uma oportunidade? Vai fazer a roda da economia girar? Isso é bom? Podemos gastar esse dinheiro de maneira util. A Copa pode deixar um legado util? Então... acho que vale a pena correr atrás disso.

Por João Batista Freire
em 7 de Julho de 2009 às 10:48.

Bem Alexandre, por vários motivos, também sou otimista. Um deles é porque sou professor, e ninguém ensina alguém para piorá-lo, sempre para melhorá-lo. O Medina está discutindo uma idéia muito interessante para a Copa de 2014. Podemos participar disso. Ele está propondo a Copa Ética. Considerando que o mundial de futebol é uma realização fantástica para o nosso país, e sabendo como os urubus vão rodear a Copa para aproveitar-se dela, a gente vai tentar fazer o outro lado: promover atividades que mostrem o lado bom do futebol, as coisas que podem ser educativas, a arte, etc. Sou um apaixonado pelo futebol e é por isso que às vezes exagero na defesa da arte de jogar futebol e me irrito com os desvios. 

Eu gostaria que muitas pessoas entrassem no debate sobre a Copa 2014, uma das comunidades que mais me interessam aqui no CEV.

Um grande abraço Alexandre e parabéns pelo trabalho que você tem feito junto com o Laércio. No meu entender, uma das melhores coisas que a história da Educação Física registra, senão, a melhor. 

Por Leosmar Malachias de Oliveira
em 11 de Julho de 2009 às 00:30.

Esses dias fui ao aniversário de um atleta do Palmeiras. Comemorava-se os 90 anos do Oberdan Cattani, um dos maiores goleiros que o Palmeiras já teve. A certa altura da festa foi exibido um filme com diversas imagens das conquistas do Palmeiras  e o Seu Obderdam com a lucidez que seus 90 anos lhe concederam chorava na presença dos convidados. Dentre eles estavam vários atletas que formaram equipes memoráveis do Palestra nos anos 30, 40, 50, 60 ... Como bom Sãopaulino fui provocar sobre o título mundial que demorou quase 50 anos pra ser reconhecido, mas que foi comemorado como se fosse uma conquista atual, e fui surpreendido com o gesto emocionado de um Sr. de 90 anos que ressaltava a bravura, a dedicação e os sacrifícios trilhados para uma conquista mundial. Todos ali, atletas de um tempo que realmente se praticava um esporte arraigado em valores como amizade, superação, força de vontade e orgulho de defender as cores do seu clube e país.

Me pergunto agora. Quem na verdade são os ex-atletas? Aqueles que viveram e dedicaram suas vidas por amor ao esporte e a camisa, ou estes que não sabem o que significa este sentimento?

Tenho saudades do tempo dos verdadeiros atletas...


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