oi Kátia,

lendo sobre os temas da conferência me veio na memória antigas inquietações sobre a formação do profissional que trabalha diretamente com o humano, principalmente aquele que lida diretamente com as emoções por elas serem o seu ’objeto’ de trabalho, como o Psicoterapeuta.

Me remeto ao fato de que já realizei workshop nesta temática e percebi que o desejo em participar se limita mais ao interesse sobre o tema de que ao fazer parte desse processo formativo. E ver hoje, este tema como parte de um grande congresso me encanta, me devolve a esperança de podermos tornar a formação acadêmica profissional uma educação mais humana, como diz Boff dentro de uma ética do cuidado que está respaldada no ETHOS.

Gostari de podermos conversar sobre umas idéias.

Comentários

Por Katia Brandão Cavalcanti
em 27 de Abril de 2010 às 17:00.

Ana Patrícia,

 

A proposta de uma Educação Transdisciplinar vem desde 1994 com a Carta da Transdisciplinaridade e depois com o Relatório da Comissão Internacional sobre a Educação para o século XXI – Unesco, insistindo em colocar o Ser, o Humano no centro do processo educativo. Não se trata apenas de ensinar conteúdos específicos, mas educar o ser humano de uma forma mais ampla. No final da década de 90, a Unesco solicitou a Edgar Morin que sistematizasse algumas reflexões importantes para a educação do terceiro milênio e assim surgiu em 2000 a obra “Os sete saberes necessários à educação do futuro”. Dez anos depois, a Unesco quer saber o que aconteceu com a educação que mesmo tendo um novo referencial para orientar a mudança na educação ainda não corresponde às expectativas. Nós da Base de Pesquisa Corporeidade e Educação já analisamos a obra e estamos apontando alguns aspectos que parecem dificultar a aplicação desses princípios a diferentes contextos institucionais. Você como Psicóloga foi no ponto crucial da discussão: emoção. Como a escola deve se envolver com as emoções dos alunos? Como aplicar na escola os fundamentos psicológicos que são estudados em todas as licenciaturas? Como preparar os educadores para os enfrentamentos emocionais na escola? Emoções passam pelo corpo, mas os nossos currículos de formação de professores não tratam das questões do corpo. Nem mesmo os de Educação Física, pois privilegiam conteúdos esportivos específicos. O que fazer? Existem saídas transdisciplinares e a Conferência pretende discutir isto a partir da obra de Morin. Por isso, foram acrescentados mais dois blocos temáticos: um trata da formação universitária e outro dos projetos inovadores. Portanto, teremos espaço para refletir sobre questões do corpo e da corporeidade na educação. Como Psicoterapeuta Corporal, você poderá contribuir significativamente com a reflexão sobre o lugar das Terapias Corporais na educação e em particular na escola. Contamos com você!

Um abraço,

Katia


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