As Ciências da Religião estão conquistando cada vez mais espaços nas Universidades tanto na Graduação como na Pós-Graduação. As escolas têm ensino religioso. As pesquisas na área da saúde têm ampliado o reconhecimento da fé e da vida espiritual como aliadas no tratamento de pacientes com doenças graves. Nesse espaço, podemos discutir autores como Alexander Lowen, John Pierrakos, Jean-Yves Leloup, Leonardo Boff e tantos outros que tratam do cuidar de si que envolve a nossa alma.

Comentários

Por Katia Brandão Cavalcanti
em 22 de Julho de 2009 às 06:35.

Um pouco de Lowen para a nossa reflexão sobre corpo, corporeidade e espiritualidade.

"A espiritualidade do corpo é um sentimento de ligação com o universo. O sentimento não é apenas uma ideia ou uma crença; ele envolve também o corpo e, portanto, é mais ainda do que um processo mental. Ele é constituído por dois elementos: uma atividade corporal e a percepção mental dessa atividade. Assim, o sentimento pode ser considerado a força unificadora entre mente e corpo, ligando a mente consciente à atividade corporal".

"Alma é o nome que damos ao sistema energético que vivifica todos os organismos. Se tivermos cheios de ódio, o coração se contrai e a alma encolhe. Se estivermos afáveis e bondosos, o coração se expande e a alma dilata-se. O brilho de um sorriso bondoso deriva de um coração repleto de bons sentimentos. A simpatia de uma pessoa bondosa origina-se de sua intensa paixão pela vida e da ausência de rigidez".

No último capítulo do seu livro  - "A espiritualidade do corpo: bioenergética para a beleza e a harmonia", Lowen vai destacar que "o corpo não é um recipiente para o espírito, mas sim o espírito tornado carne". Como podemos observar este movimento nas práticas corporais? Como ocorre a autoprodução desses sentimentos a partir das vivências corporais que propomos como educativas ou terapêuticas? Onde está a corporeidade? Podemos ver a corporeidade? Podemos sentir a corporeidade? Questões para serem problematizadas e investigadas.

Por João Batista Freire
em 22 de Julho de 2009 às 11:29.

Kátia: vou fazer uma reflexão que uma criança pode fazer. Minha mão, meu pé, minha cabeça, meu coração, minha alma, meu espírito, meu eu, e tudo isso é meu. Meu de quem? Ou: eu não sou minha mão, eu não sou minha cabeça, eu não sou meu pé, eu não sou meu coração, eu não sou minha alma, eu não sou meu espírito, eu não sou meu eu. Então, quem sou? Todas essas coisas que dizemos que é nossa formam a entidade que traduz a vida (e alguns mistérios devem continuar sendo mistérios), entidade que chamo de corpo. Ser corpo, ser carne, e negar que é corpo, negar que é carne cria uma desarmonia nesta vida, nesta dimensão, neste planeta. Faltou uma pedagogia que ensinasse a viver corporalmente.

Por Katia Brandão Cavalcanti
em 23 de Julho de 2009 às 12:11.

João,

Pergunta de criança sempre nos surpreende! Meu, minha, seu, sua...Pronomes que indicam vínculos e posse."Meu corpo" é meu corpo em que sentido? Posso dispor dele quando quiser? Se há vida no corpo, há corporeidade?  Se não há mais vida no corpo, há corporeidade? (concordo que existem "alguns mistérios", no entanto, precisamos encontrar o mínimo de convergência para dialogarmos). Se temos esperança num mundo melhor, se acreditamos que esta construção se faz com o outro, temos que encontrar o "caminho do meio" para focar alguma perspectiva que seja comum e assim compartilharmos com sabedoria... Acredito que vamos encontrar o "mote" para dialogarmos com a amorosidade necessária como nos ensinou nossos Mestres mais Sábios...Um grande abraço, Katia.


Para comentar, é necessário ser cadastrado no CEV fazer parte dessa comunidade.