Estamos propondo a todos que participam desta comunidade da Corporeidade como também estamos fazendo na comunidade da Pedagogia Vivencial Humanescente da UNIFREIRE a temática geradora dos saberes da autonomia de Paulo Freire. Assim, teríamos uma diversidade de temas específicos que se articulam entre si para dialogarmos a partir das nossas vivências no cotidiano educacional formal e informal, incluindo também o nosso processo de autoformação.
ABRIR-SE AO QUERER BEM! Poderia ser algo muito natural a todos os educadores. Mas, como lembra Paulo Freire, é preciso coragem para assumir este querer bem aos educandos e à própria prática educativa: "a minha abertura ao querer bem significa a minha disponibilidade à alegria de viver.[...] Quanto mais metodicamente rigoroso me torno na minha busca e na minha docência, tanto mais alegre me sinto e esperançoso também. [...] Ensinar e aprender não podem dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria". Entretanto, não é a arrogância intelectual que irá demonstrar a nossa rigorosidade científica. Assim, esperamos que cada um na simplicidade do seu cotidiano possa compartilhar sua coragem de ousar de ser "gente mais gente"...
http://redesocial.unifreire.org/pedagogia-vivencial-humanescente/blog
Comentários
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Katia Brandão Cavalcanti
em 10 de Julho de 2009 às 12:07.
Educar para a autonomia é uma tarefa que exige muito dos educadores... Entendemos a adjetivação transdisciplinar como uma atitude transgressora às prisões disciplinares que excluem a vida e a nossa razão de viver dos projetos de produção do conhecimento. Não deveríamos separar a alegria de viver da alegria de estudar ou trabalhar...Infelizmente, os educadores continuam reféns dos trabalhos forçados, porque não conseguem encontrar sentido para as suas vidas e muito menos se encantar com a busca amorosa das crianças, dos jovens e de todos que querem viver a vida com mais plenitude e beleza. Talvez a Psicanálise Ludopoiética que está sendo construida com diferentes denominações, possa ajudar a desvendar essas amarguras solidificadas nesses corações, contribuindo para suavizar e desfazer alguns nós que impedem um caminhar mais esperançoso... Acredito que já há um campo de convergência para que a formação humana e a autoformação sejam buscadas com novas perspectivas. Esperançosamente, Katia
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João Batista Freire
em 10 de Julho de 2009 às 10:16.
Kátia e amigos: a pedagogia de Paulo Freire era transdisciplinar. Ele não estava preocupado se a pedagogia era ciência ou não, mas sim, se ela educava ou não. Era transdisciplinar porque, ensinando uma coisa, por exemplo, ler e escrever, o conhecimento produzido ia além disso, estendia-se à vida, ensinava a ser consciente, a ter noção do que se passava na vida cotidiana. A pedagogia transdisciplinar, num certo sentido, é perigosa para quem não quer que as pessoas se eduquem. Um grande abraço. João Freire
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João Batista Freire
em 10 de Julho de 2009 às 17:29.
A palavra disciplina tem como origem a relação entre o mestre oriental e seus discípulos. O saber passado pelo mestre aos seus discípulos era um saber disciplinar. Ou seja DIS de DIScípulo, donde DISciplina. A palavra foi disvirtuada ao longo do tempo. Era para ser uma coisa boa, virou sinônimo de rigor, de ordem estereotipada.
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João Batista Freire
em 16 de Julho de 2009 às 11:37.
Primeiro algo sobre autonomia: não a deveremos ter, nunca. Autonomia só é benvinda quando considerada de um certo ponto de vista, no sentido de ser capaz de decidir com consciênca, com étca, o que fazer, por conta própria. Maz eu só posso fazer aquilo que não é mau para a vida, nem a minha, nem a dos outros. Noutros sentidos, precisamos sempre dos outros, dependemos sempre dos outros, pela própria natureza insuficiente do humano. Só sou eu na dependência do outro. Nesse sentido, nunca serei autônomo.
Mudando de assunto, pretendo escrever algo a respeito do corpo e corporeidade. Para mim, corpo é o que traduz a vida neste mundo. Que outros mundos há? Realmente isso não me preocupa. Corpo é uma tradução de vida e corporeidade o atributo de viver corporalmente. Educação Física é a disclina que ensna a viver corporalmente.
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Brenda Mercedes Justiz
em 15 de Julho de 2009 às 13:39.
Queridos Amigos,
Educar deve ser um ponto de ligação que une o olhar criativo e a escuta sensível no ensinar, aprender, formar.Desta forma precismaos de uma educação que se proponha à formação do homem para viver em um mundo em constante mutação deve assumir uma visão de abertura, flexível e multidisciplinar, de auto-organização da complexidade.
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Katia Brandão Cavalcanti
em 16 de Julho de 2009 às 18:14.
Quando Paulo Freire dedica um livro sobre a questão da formação docente aliada à reflexão sobre a prática educativo-progressiva em favor da autonomia do ser dos educandos está configurando a temática na perspectiva da “inconclusão do ser humano” e de sua inserção num “permanente movimento de procura”.
Que significa educar respeitando à autonomia e à dignidade de cada um? Consciência do inacabamento e reconhecimento da condicionalidade do ser são pressupostos fundamentais, entre outros.
Os saberes necessários para uma Pedagogia da Autonomia foram configurados em três grandes estruturas: 1. Não há docência sem discência; 2. Ensinar não é transferir conhecimento; 3. Ensinar é uma especificidade humana. Para cada estrutura temática, foram agrupados nove saberes respectivamente.
- Rigorosidade metódica
- Pesquisa
- Respeito aos saberes dos educandos
- Criticidade
- Estética e ética
- Corporificação das palavras pelo exemplo
- Risco, aceitação do novo
- Reflexão crítica sobre a prática
- Reconhecimento da identidade cultural
- Consciência do inacabamento
- Reconhecimento de ser condicionado
- Respeito à autonomia do ser do educando
- Bom senso
- Humildade, tolerância
- Apreensão da realidade
- Alegria e esperança
- Convicção de que a mudança é possível
- Curiosidade
- Segurança, competência, generosidade
- Comprometimento
- Intervenção no mundo
- Liberdade e autoridade
- Tomada consciente de decisões
- Saber escutar
- Reconhecer ideologias
- Disponibilidade para o diálogo
- Querer bem aos educandos
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Katia Brandão Cavalcanti
em 18 de Julho de 2009 às 01:29.
Outros mundos? Há um bem pertinho de nós que geralmente desconhecemos...O nosso mundo inconsciente é fantástico! Há muita beleza nos estudos do corpo e sobre o corpo...No entanto, existem muitas sutilezas a serem descobertas nos estudos da corporeidade. Se tivéssemos todas essas respostas com exatidão, não faria sentido tantos grupos de pesquisa apresentá-la como tema de investigação. Uma boa teoria é como uma árvore, podemos reconhecê-la pelos frutos...Espera-se que as teorias da corporeidade sejam formuladas e que sejam aplicadas para o desenvolvimento de pessoas mais generosas, mais solidárias...
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