O que significa a escuta vivencial na educação? Os professores estão preparados para fazê-la no cotidiano de suas atividades pedagógicas?
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Gislene de Araújo Alves
em 15 de Agosto de 2010 às 17:04.
Pois é Katia, hoje ainda tem professores despreparados, esses muitas vezes se sentem perdidos dentro da sala de aula. Acho que o professor primeiro deve se ouvir, se perceber como informador e formador de cidadãos. Mas acho que para isso ser completo, deve tem amor, não ter receio de demonstrar que tem afeto pelo seus alunos/educandos, aí sim haverá troca entre educador e educando, repeitando as vivências dos alunos e trazendo novas experiências e pesquisas para sala de aula, deixando o aluno também aprender fazendo. Para assim poder aprender para a vida.
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Gracilene Maria Daniel de Souza
em 15 de Agosto de 2010 às 14:20.
O que é ouvido é especificado pelo operador da cóclea, órgão receptor do sistema auditivo, e não uma simples abstração do objeto material do qual o som emanou. Qual noção absoluta da objetividade real do operador dessa cóclea é a questão?
Portanto, o professor educador necessita ser auto-observador constante de si e suas ações na ação educativa.
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Jefferson Moises Santos da Silva
em 16 de Agosto de 2010 às 16:10.
Primeiramente vou procurar fazer uma interpretaçao do que significa escuta em minha opiniao. Sempre se costuma dizer que tem aqueles que ouvem mas nao escutam. O que isso qur dizer? Que ouvir nao envolve, necessariamente, a compreensao. Ouvir pode ser compreendido como um processo do organismo biologico. Todos os animais ouvem. Ja a escuta é um ato que envolve o silencio. Envolve a atençao. Quanto ao termo vivencial, ou escuta vivencial, penso tratar-se de um neologismo que para mim acaba em redundancia. Talvez propositada por aquele que a criou, pois toda atividade de escuta é uma atividade vivencial, que se vivencia, por isso teria de me informar melhor a respeito do que realmente se quer expressar como "vivencial", pois para mim representa algo que se vivencia pura e simplesmente. Quanto ao fato dos professores estarem preparados para faze-los em suas atividades isso é algo dificil de responder de forma generica. Como tudo existem aqueles que sim e aqueles que nao. Tudo vai depender do que se quer obter com isso e até que ponto estamos dispostos a correr riscos. Afinal, seja qual for a abordagem que se pretenda utilizar nas atividades pedagogicas, no caso em questao a escuta vivencial, o/a educador/a tera de estar disposto a cometer erros, a arriscar expor-se a uma mudança de conteudos sujeitos as normas da direçao, mec, etc...para um patamar que até entao pertence aos campos terapeuticos, como por exemplo a psicologia. O simples termo "escuta" para uma educaçao que a seculos utiliza apenas a visao e uma das maos para escrever (agora duas no teclado) esquecendo o corpo (portanto sensaçoes como prazer e dor) necessita cada vez mais de espaço para a escuta seja qual a definiçao que se de ao termo. Enfim...aqui mesmo na rede nao ha espaço para a escuta, no sentido legitimo do termo, mas nem sempre se fala com palavras...fala-se tambem atraves dos textos e dos gestos. Fala-se tambem, principalmente atraves de olhares. Mas em se tratando da escuta, sera que estamos sendo capazes tambem de enxergar a extrema dose de sofrimento que estamos enfrentando na sociedade. Por isso creio que sim, os professores estao preparados para escutar, desde que comecem a falar sobre aquilo que realmente pensam e acreditam. Pois fala-se muito das vivencias pedagogicas, nos alunos, etc... mas parece que nao estamos "escutando" os lamentos dos proprios professores e mestres. Afinal, sera que os/as professores/as tambem nao estao necessitando de alguem que os escute?
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Katia Brandão Cavalcanti
em 19 de Agosto de 2010 às 03:04.
Moises,
A escuta é um termo usado em diversas áreas do conhecimento. O seu adjetivo e o local da sua realização caracteriza a sua filiação epistemológica, metodológica e ontológica. Estamos desenvolvendo no âmbito transdisciplinar com ênfase no vivencial, mas também autobiográfica. Há muitas trilhar a percorrer... Na pesquisa-ação, temos a escuta sensível com Barbier.
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Jefferson Moises Santos da Silva
em 19 de Agosto de 2010 às 19:17.
Katia,
obviamente que sou um iniciante nessa area de conhecimento, de modo que procurei realizar aquilo que fazia no meio empresarial, ou seja, falar livremente aquilo que pensa sobre o tema sem procurar expressar "perolas" ou grandes ideias, pois é na partilha que se faz uma ideia maior daquilo que se debate. A escuta sensivel de Barbier e/ou Kauffam (acho?) é um termo que ja ouvi a respeito, embora nao conheca suas particularidades. Do mesmo modo como ainda nao conheço as particularidades do vivencial e tambem da autobiografia como caracterizacao de filiaçao epstemologica...mas é para isso que estamos nesse debate nao é mesmo? e estou adorando as novas descobertas!
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Ana Lucia de Araújo
em 28 de Agosto de 2010 às 06:10.
A escuta vivencial na educação não há um ser superior. Todos falam, todos ouvem, todos escutam e constroem juntos o conhecimento ora compartilhado. Na Pedagogia da Autonomia de Paulo Freire afirma: “escutar é obviamente algo que vai mais além da possibilidade auditiva de cada um. Escutar, no sentido aqui discutido, significa a disponibilidade permanente por parte do sujeito que escuta para a abertura à fala do outro, ao gesto do outro, às diferenças do outro” (1996, p.119).
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Maria Augusta da Cunha Pimentel
em 28 de Agosto de 2010 às 11:59.
Viver o real e escutar o não falado. A escuta nem sempre é exercitada através de sons existentes, sons altos ou ruídos, é uma escuta interna que extrapola a barreira do senso comum. Acredito que a maioria dos professores não estão preparados para essa escuta vivencial, pelo simples fato de não estarem dispostos a percebê-la e/ou não estarem cientes de sua importância.
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Katia Brandão Cavalcanti
em 2 de Setembro de 2010 às 19:03.
Há muitas formas e sentidos para uma escuta vivencial. O problema é o educador fazer a sua parte. É necessário uma sistematicidade para que a escuta vivencial realize a sua função num ambiente educativo ou terapêutico.
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