MARCOS SÁ DE PAULA
DO NOVO JORNAL, Natal-RN
ANA TÂNIA LOPES SAMPAIO é filha de Manoel e Maria José, casada com Evaldo Junior e mãe coruja de Débora, Diego e Dalyana. Desde criança já brincava de ser enfermeira e professora. A saúde e a educação já faziam parte dos seus sonhos infantis. Ao se formar em enfermagem e obstetrícia pela UFRN, já sabia o que queria “ser sanitarista”. Sempre foi muito estudiosa e especializou-se em muita coisa: Saúde Pública pela Fiocruz, Educação em Saúde pela Universidade de Ribeirão Preto e fez Mestrado em Enfermagem e Doutorado em Educação pela UFRN.
Essa sanitarista abnegada defende uma Saúde Pública de qualidade, participa ativamente do processo de reforma sanitária brasileira, com grande contribuição na implantação do SUS no RN. Desde 1996 contribui com a administração estadual e municipal ocupando diversos cargos públicos além de representar o Brasil em eventos de Saúde Pública em Cuba (1999), México (1998) e Bogotá (2000). Foi professora, uma das autoras e coordenou a implantação do Projeto Pedagógico do Curso Superior de Enfermagem pautado no pensamento complexo com currículo transdisciplinar na FACEX-RN. Têm vários artigos científicos, capítulos e livros publicados.
Recentemente lançou DVD de estudo que foi objeto da sua tese de doutorado no qual apresenta a Pedagogia Vivencial Humanescente como estratégia para o reencantar a educação em saúde e a autoformação docente como condição vivencial para uma prática educativa transdisciplinar. Não dá para colocar o currículo dessa menina aqui, pois o espaço é pouco. Só sei que ela já fez e faz tanta coisa que não sei como encontra tempo para curtir a família. E os prêmios e títulos de honra ao mérito? Uma ruma! A coluna pediu para Ana Tânia enumerar, em sua opinião, os 10+ da Saúde Pública mundial, de todos os tempos.
1 Jesus Cristo – o maior sanitarista, educador e curador quântico da humanidade. Cuidou e tratou das pessoas através da energia e da força do amor. Um dos traços mais signifi cativos e envolventes de Jesus de Nazaré foi o dom da cura. Com o toque de suas mãos foi capaz de acordar vidas adormecidas e com suas sábias palavras mobilizou e sensibilizou multidões. Jesus exerceu e exerce o seu cuidado para com tudo o para com todos;
2 Ana Néri - primeira profi ssional a se dedicar à enfermagem na saúde pública do Brasil. Serviu como voluntária na Guerra do Paraguai e como homenagem, Carlos Chagas dá seu nome à primeira escola ofi cial brasileira de enfermagem de alto padrão. Pretendia amenizar o sofrimento dos que lutavam pela defesa da pátria, entre eles seus três filhos. Cuidou de mais de 6 mil soldados internados e montou uma enfermaria-modelo com os recursos fi nanceiros pessoais que herdou da família;
3 Edwin Chadwick – sanitarista britânico do século IX, pioneiro da saúde pública e incansável apóstolo do cuidado com os fatores ambientais na saúde, o primeiro a compreender a enorme importância do tratamento da água e dos sistemas de esgotamento. Estudou advocacia em Londres e se destacou pelo seu famoso relatório sobre doenças na classe trabalhadora inglesa, onde demonstrou a relação entre pobreza e insalubridade e tornou-se modelo para sanitaristas de várias outras nações;
4 Florencee Nightingale – enfermeira britânica que marcou a saúde pública no Sec.IX. Abriu mão da nobreza para ser pioneira no tratamento a feridos da guerra da Criméia. Ficou conhecida na história pelo apelido de “A dama da lâmpada” (símbolo da enfermagem), pelo fato de servir-se deste instrumento para auxiliar na iluminação aos feridos durante a noite;
5 Oswaldo Cruz – cientista, médico, bacteriologista, epidemiologista e sanitarista de grande destaque para saúde pública brasileira no início do Sec XX. Foi o pioneiro no estudo das doenças tropicais e da medicina experimental no Brasil. Fundador do Instituto Soroterápico Nacional, que hoje leva o seu nome e respeitado internacionalmente. Como Diretor-geral da Saúde Pública, coordenou as campanhas de erradicação da febre amarela e da varíola, no Rio de Janeiro;
6 Carlos Chagas – médico sanitarista, cientista e bacteriologista brasileiro que trabalhou como clínico e pesquisador. Iniciou sua carreira no combate à malária e destacou-se ao descobrir o protozoário Trypanosoma cruzi e a tripanossomías americana, conhecida como doença de Chagas. Ele foi o primeiro cientista na história da medicina a descrever completamente uma doença infecciosa: o patógeno, o vetor (Triatominae), os hospedeiros, as manifestações clínicas e a epidemiologia;
7 Aaron Antonovsky – médico americano, naturalizado israelense que trabalhou com sobreviventes de campos de extermínio nazistas. Durante este período, seus primeiros trabalhos enfatizaram as diferenças de classe social na morbidade e mortalidade. Antonovsky aponta princípios essenciais a discussão da promoção da saúde, considerada integralmente – somática, anímica, espiritual e sócio-cultural do indivíduo, através da otimização da qualidade de vida – o que inclui hábitos saudáveis, leveza, lazer, espiritualidade, arte e beleza, sensualidade, postura de vida equilibrada, auto-estima elevada, sociabilidade e auto-cultivo, uma “Cultura da Saúde Integral”;
8 Antonio Sérgio da Silva Arouca – “o eterno guru da Reforma Sanitária brasileira”. Médico sanitarista, que dedicou grande parte da sua vida à luta por um sistema de saúde mais justo e de qualidade no Brasil. Em plena ditadura, lutou e conquistou avanços no movimento em defesa de uma reforma sanitária. Um dos grandes responsáveis pela implantação do SUS (Sistema único de Saúde) no Brasil;
9 Emerson Elias Merhy – médico sanitarista militante do SUS, grande referencial para o ato de cuidar como alma dos serviços de saúde. Para ele, no campo da saúde o objeto não é a cura, ou a promoção e proteção da saúde, mas a produção do cuidado, através do qual poderá ser atingida a cura e a saúde, que são de fato os objetivos que se quer atingir. Outro grande legado de Merhy na Saúde pública é a lógica do trabalho como ato pedagógico, expresso pelo olhar da educação permanente, criando novas formas de se construir os cotidianos nos serviços de saúde;
10 FSESP – Fundação Serviços Especial de Saúde Pública – nascida no auge da 2ª guerra mundial no Brasil, foi pioneira na associação das ações preventivas de assistência curativa e de saneamento básico, desenvolvendo e consolidando métodos e experiências: de organização de sistemas locais de saúde; de municipalização de sistemas públicos de abastecimento de água; de tecnologias simplificadas e adaptadas à realidade local, voltadas para a promoção de melhorias sanitárias e de fl uoretação da água destinada ao consumo humano. Modelo de organização de serviços em rede. Em 1993 foi fundida com a ex-SUCAM e passou a chamar-se Fundação Nacional de Saúde. http://novojornal.jor.br/blog/2011/10/17/os-10-da-sanitarista-ana-tania-sampaio/#more-3679 anatsampaio@hotmail.com
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