PRÁTICAS ANTROPOSÓFICAS COMO PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES NO SUS
Conforme a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS - PNPIC (2006), as Práticas Antroposóficas foram incluídas na categoria de Medicina Antroposófica. Podem atuar com as Práticas Antroposóficas todos os profissionais de Saúde que sejam reconhecidos pelo SUS. Para as práticas medicamentosas, apenas alguns profissionais estão habilitados conforme define os seus respectivos Conselhos Profissionais.
1.5. Medicina Antroposófica (PNPIC)
A Medicina Antroposófica (MA) foi introduzida no Brasil há aproximadamente 60 anos e apresenta-se como uma abordagem médico-terapêutica complementar, de base vitalista, cujo modelo de atenção está organizado de maneira transdisciplinar, buscando a integralidade do cuidado em saúde. Os médicos antroposóficos utilizam os conhecimentos e recursos da MA como instrumentos para ampliação da clínica, tendo obtido reconhecimento de sua prática por meio do Parecer 21/93 do Conselho Federal de Medicina, em 23/11/1993.
Entre os recursos que acompanham a abordagem médica destaca-se o uso de medicamentos baseados na homeopatia, na fitoterapia e outros específicos da Medicina Antroposófica. Integrado ao trabalho médico está prevista a atuação de outros profissionais da área da saúde, de acordo com as especificidades de cada categoria.
As experiências de saúde pública têm oferecido contribuições aos campos da educação popular, arte, cultura e desenvolvimento social. No SUS são em pequeno número, destacando-se o serviço das "práticas não alopáticas" de Belo Horizonte em que a Medicina Antroposófica, juntamente com a Homeopatia e a Acupuntura, foi introduzida oficialmente na rede municipal. Em 1996 a Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte realizou o primeiro concurso específico para médico antroposófico no SUS. Em novembro de 2004, o serviço comemorou dez anos de existência, com número de atendimentos sempre ascendente.
Em São João Del Rei/MG, na rede pública municipal, uma equipe multidisciplinar vinculada a Saúde da Família desenvolve há mais de seis anos experiência inovadora a partir do uso das aplicações externas de fitoterápicos e de outras abordagens.
Destaca-se também, em São Paulo, o ambulatório da Associação Comunitária Monte Azul que vem, há 25 anos, oferecendo atendimentos baseados nesta abordagem, integrando informalmente a rede de referência da região, como centro de práticas não alopáticas (massagem, terapia artística e aplicações externas). Desde 2001, a Associação mantém parceria com a Secretaria Municipal de Saúde para implantação da Estratégia Saúde da Família no município.
Considerando a pequena representatividade no SUS e as avaliações iniciais positivas que os serviços apresentam acerca de sua inserção, a proposta desta Política para a MA é de implementação, no âmbito das experiências consolidadas, de Observatórios com o objetivo de aprofundar os conhecimentos sobre suas práticas e seu impacto na saúde.
6.5. Medicina Antroposófica (PNPIC)
Médicos Antroposóficos: Profissionais com graduação em medicina, devidamente registrados nos Conselhos Regionais de Medicina, que concluíram curso de formação em MA, regulamentado pela Associação Brasileira de Medicina Antroposófica ou suas regionais. Integrado ao trabalho médico, outras ações específicas são desenvolvidas por outras categorias profissionais, respeitando as suas especificidades.
A atuação dos médicos nesse sistema diferencia-se muito pouco da prática convencional e, por isso, a Medicina Antroposófica pode ser considerada uma ampliação da prática médica. Etapas como anamnese, exame físico e solicitação de exames complementares, quando necessários, são semelhantes. Na etapa seguinte, além do diagnóstico convencional, o médico antroposófico realiza também o diagnóstico complementar, a partir do conjunto de saberes envolvidos na cosmovisão antroposófica.
Os cursos para profissionais da área da saúde possuem uma base comum, com duração de dois anos. Posteriormente, cada área continua, em separado, a formação específica, que dura mais dois ou três anos.
Recursos terapêuticos não-medicamentosos em Medicina Antroposófica:
Os profissionais da equipe de saúde (enfermeiros, psicólogos, massagistas, terapeutas artísticos e outros) trabalham de maneira integrada com os médicos e dentistas, aplicando, quando indicado, outros recursos terapêuticos:
a) Aplicações externas: compreendem a administração de escalda-pés, enfaixamentos, compressas e emplastros à base de chás, óleos e pomadas fitoterápicas. Podem ser realizadas por todos os profissionais da equipe de saúde. Algumas modalidades constituem técnicas de medicina popular e podem ser incorporadas pelos usuários e pela comunidade.
b) Banhos terapêuticos: são realizados com a diluição de óleos à base de plantas medicinais na água da imersão. São realizados, a partir de indicação médica, pela equipe de enfermagem e compreendem algumas técnicas específicas.
c) Massagem rítmica: é inspirada na massagem sueca e compreende ser o organismo humano completamente permeado pela vitalidade, que geralmente está alterada nos estados patológicos. Por intermédio de toques específicos (deslizamentos superficiais, amassamento e malaxação, duplos círculos e lemniscatas), é possível equilibrar esta vitalidade atuando sobre as frações aquosa, aérea, gasosa e sólida do organismo. É realizada por profissionais de nível superior com capacitação específica da Escola de Massagem Rítmica do Brasil.
d) Terapia artística: está indicada tanto como atividade higiênica e de prevenção, quanto nos tratamentos de vários distúrbios orgânicos e psicológicos. Envolve atividades de desenho, pintura em aquarela, modelagem com argila e outras técnicas. Pode ser feita em grupo ou individual.
Terapêutica medicamentosa
Esta terapêutica em Medicina Antroposófica é realizada exclusivamente por médicos e dentistas, que prescrevem de acordo com o diagnóstico individualizado. Embora um dos benefícios observados seja a redução do uso dos medicamentos alopáticos, sempre que necessário a prescrição envolverá a combinação desses medicamentos com medicamentos homeopáticos, fitoterápicos e antroposóficos específicos (são preparações dinamizadas que passam por processos farmacêuticos próprios da farmácia antroposófica).
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