qui, 28/04/11 por leopoldovaz | categoria Atlas do Esporte no Maranhão, Capoeira, Raízes

Como acontece toda última quarta-feira de cada mês, ontem aconteceu a reunião em Assembléia Geral Ordinária – AGO - do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão – IHGM; do qual faço parte, ocupando a cadeira de numero 40, que tem como patrono Dunshee de Abranches.

Nessas reuniões, desde a gestão passada da Profa. Eneida Canedo, foi retomada a apresentação de trabalhos de pesquisa nas áreas de História, Geografia e Ciências afins. Trabalhos esses de autoria de seus sócios efetivos.

Das 60 (sessenta) cadeiras do IHGM, 40 (quarenta) estão ocupadas. Tem-se a indicação de 10 a 14 pessoas para ocupá-las, o que deverá dar uma revigorada na instituição.

O trabalho apresentado ontem, de minha autoria, abordou o “TARRACÁ” - onde busquei a origem desse estilo de luta, supostamente criado pelo lutador de Vale-Tudo (MMA) maranhense Rei Zulu – Casimiro de Nascimento Martins – e questão de pesquisa de Mayrhon José Abrantes Farias, do GEPPEF-UFMA, a quem fiz as anotações que apresentei.

(Não estava ‘escalado’ para falar, mas diante da impossibilidade do Cmte. Ramos apresentar seu trabalho – não conseguira retorna à terra, estava em alto-mar trabalhando… -, me apresentei para não deixar passar a data sem a apresentação de pesquisa sobre nossas memórias esportivas…)

Rei Zulú, por não ‘pertencer’ a uma escola do então Vale Tudo, ‘inventa’ a tradição de luta aprendida dos índios, TARRACÁ – atarracar, ou atarracado – que vai se constituir em um estilo - maranhense – disseminado tanto por ele, Zulu, em suas investidas no mundo da luta livre pelo mundo afora, como por seu filho Zuluzinho, quando coloca que seu estilo fora criado por seu pai – quem o treinava -  e se chamaria ‘Tarracá’, de tradição indígena e negra, maranhense.

Muitos dos presentes, oriundos da Baixada, ao final da apresentação deram seus depoimentos de que também, em crianças, haviam praticado o ‘atarracado’ ou o ‘atarracar’, conforme o local de origem.

Osvaldo Rocha, ilustre pesquisador e historiador, disse-me que, embora franzino, costumava ganhar algumas das ‘brincadeiras’, pois o segredo era a agilidade em agarrar a perna do adversário e levá-lo ao chão; tão logo autorizado o combate, a rapidez com que se lançava ao adversário era fundamental.

Álvaro Mello, Vavá, presidente da Federação das Academias de Letras do Maranhão, cronista do Arari e de São Bento, deu seu depoimento, ressaltando que os embates se davam na beira do rio, e os combatentes saiam cobertos de lama…

O mesmo disse o Aymoré Alvim – ilustre pesquisador hoje aposentado, da nossa UFMA/Medicina (uma das maiores autoriadades em parasitologia), escritor que, junto com Osvaldo, estava a lançar, no IHGM, suas obras sobre as memórias de Pinheiro, e da Maçonaria, respectivamente.  

Até brinquei, propondo então aos campeões do ‘TARRACÁ’ um embate, envolvendo o Rei Zulu… um desafio às memórias de infancia no ‘interland’ maranhense… Osvaldo até disse que, em seu próximo livro, escreveria sobre as lutas que travou, utilizando o tarracá, já que o tema está provocando muita curiosidade no mundo do MMA e da UFC…

[…] ladies and gentlemen, let me introduce you to…Tarracá. It was used by a Vale Tudo fighter who called himself “Rei Zulu” in the early 80´s here in Brazil; he kicked (better yet, throwed around) quite a few asses before getting tapped out by Rickson in 1984  www.bullshido.net
WingChun Lawyer [1] se posiciona, em sítio dedicado ao MMA:

I am afraid I have no more hard data on Zulu. He fought basically relying on his impressive strength, and I was told he managed to throw Rickson out of the ring a couple of times before being submitted.[…] Mainly what I find online are posts on messageboards with no more useful or reliable information, either in english or in portuguese. I thought this was an interesting subject because, well, it DOES seem like Tarracá was created from scratch – Rei Zulu´s boxing skills are really weird, his moves are strange, and it does look rough - although some of his throws would make many a judoka envious. […] I only know he claims to have created Tarracá from scratch because I found a very short interview on a blogspot, apparently he still fights and runs a gym where he teaches Tarracá.  In (http://www.bullshido.net/forums/showthread.php?t=51830&page=3  (grifos nossos)

As it happens with natural opponents, luta livre absorbed elements from jiu-jitsu as well, just as jiu-jitsu absorbed elements from luta livre in the process of becoming “BJJ”. Many jiu-jitsu experts fought professionally in the pro-wrestling context. Among some of the fighting cultures present in the Brazilian context having some impact upon Brazilian luta livre, we may consider huka-huka wrestling (from the Amazonian indigenous people), marajoara wrestling (practiced on the sands of the Marajó Island), tarracá (practiced at Maranhão) and capoeiragem (especially from the tradition practiced in Rio de Janeiro). As some early experts came from the “Graeco-Roman” wrestling context, luta livre also received some of its influence. (Notes on the History of Brazilian Luta Livre) in http://www.facebook.com/topic.php?uid=136381899755284&topic=70

 Do Maranhão/Baixada para o mundo…

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