Pessoal, naturalmente a má notícia é que o Dimitri não gosta de esportes (a turma gosta de associar superdotação com atividade física). Alguem conhece algum centro educacional que trabalhe com superdotação e Educação Física? Laercio

Folha São Paulo, 28/12/2009 - São Paulo SP

Guilherme, aos 14 anos, já dá "aulas" para colegas em universidade federal
DIMITRI DO VALLE DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
os 14 anos, o estudante mais jovem a ser admitido em uma universidade do país encerrou seu primeiro ano no ensino superior com notas altas e até dando aulas de reforço a outros colegas. Guilherme Cardoso de Souza, morador de um bairro na periferia de Curitiba, foi aprovado em primeiro lugar no vestibular de química da UFPR (Universidade Federal do Paraná) no começo de 2009, aos 13 anos. Filho de um motorista e de uma auxiliar de cozinha, ele ganhou bolsa de R$ 300 para trabalhar na universidade com aulas de reforço em cálculos e geometria analítica. Como é muito novo e tem de percorrer 25 km (1h 30 de ônibus) de casa ao campus, a mãe dele, Edna Lopes Cardoso, 45, o acompanha desde o primeiro dia de aula e hoje      trabalha em um restaurante universitário da UFPR. Entre as notas que Guilherme tirou ao final do segundo semestre na universidade, estão um dez em álgebra linear e um 9,1 em introdução à filosofia da ciência.

"Fico surpreso que ele tenha tirado um dez [em álgebra]. É um tipo de disciplina bastante incomum para o estudante tirar uma nota alta como essa", afirma o professor Cláudio Antônio Tonegutti, coordenador do curso de química da UFPR. Guilherme diz que não teve problemas de adaptação. Na UFPR, ele afirma que sente "uma maior autonomia". "É claro que tem todas as obrigações, mas a gente não precisa se prender tanto a elas como na escola." O adolescente      aprendeu a ler aos dois anos. Quando a mãe  percebeu que o menino lia em voz alta ofertas do supermercado do bairro, ficou assustada, mas procurou ajuda com professores para superdotados. A sexta série do ensino fundamental, por exemplo, concluiu em uma semana. Há quatro anos, ele ganhou uma bolsa de uma empresa para estudar em um colégio particular de Curitiba. Guilherme quer ser professor. Ao fim da graduação, quando terá 17 anos, quer iniciar o mestrado. Também escreve sozinho um livro sobre química que, diz, terá três volumes, com cerca de 500 páginas cada um. Como boa parte dos garotos de sua idade, ele é fã de reality shows e seriados de TV. Não acompanha esportes e gosta de ficar em casa.

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