Inauguro este tema (Adiccção, Condutas Dopantes e Lazer Desviante) após algumas conversas com a professora Liana Romera <http://cev.org.br/qq/Liana/> e com o Laércio <http://cev.org.br/qq/Laercio>. Foi aliás o Laércio que "cutucou" outra hora : "Tem outro problema. Das academias. Tem adicção ao pó-de-maromba e a adicção à ativiade física. Como encarar?".
Não é novidade que se questiona o esporte de competição de alto rendimento como probrema anterior ao problema do doping. Num estudo realmente abrangente[1], Patrick Mignon <http://ligcev.com/patrick-mignon> diz em uma passagem:
"Caberia investigar então uma notável inversão. Pois, a partir do
doping no esporte, volta a questão das drogas e da toxicomania : o
esportista poderia por sua vez tornar-se toxicomaníaco, quer pela
habituação às substâncias dopantes que ele consumiu durante toda a sua
carreira, quer pela habituação ao seu modo de vida, sobretudo se este
esportista for um profissional ou semi-profissional, alguém cujo
conjunto de atividades se desenvolve no mundo esportivo, de acordo com
sua normas e valores, e que somente poderia juntar-se à sociedade
ordinária com a ajuda de produtos. Aqui então, o esporte se soma à
longa lista de adicções. A preocupação neste caso é com o esporte em
si".
[1] MIGNON Patrick. Le dopage : état des lieux sociologique. Publié dans : Documents du CESAMES, n° 10 juillet – décembre 2002 (CESAMES : Centre de Recherche Psychotropes Santé Mentale Société). En ligne. http://archiveouverte.campus-insep.net:81/archimede/INSEP/405/6-6-405-20061127-1.pdf
Quem discorda ?
Comentários
Por
Liana Romera
em 9 de Agosto de 2009 às 21:52.
Ola Alvaro e colegas.
Estou retornado de importante congresso realizado na cidade do Rio de janeiro e promovido pela ABRAMD Associação Brasileira Multidisciplinar de estudos sobre drogas).
O evento chamou minha atenção sosbre alguns aspectos que gostaria de dividir com colegas tambem sensiveis ao tema.
Primeiramente, gostaria de falar da Abramd, a primeira associação multidisciplnar para tratar de um tema que, embora de caráter sociocultural, esteve, até o momento, reetrito às discussões d área médica. Com o surgmento da associaçã, tais discussões garantem espaço para trocas entre sociologos, antroplogos, educadores e outros profissionais que lidam de perto com a questão das drogas e/ou as tem como tema de estudos e pesquisas. trata-se portantto, de grande avanço, até porque, os profissionais da área médica, não se distanciaram das referidas discussões, ao contrário, participam e contribuem.
Bem, com relação ao II Encontro da ABRAMD, as surpresas foram positivas e dentre elas, a principal a ser destacada é a maneira como os profissionais e pesquisadores (nacionais e internacionais) envolvidos concebem os usuários de drogas e os entende como cidadãos, necessitados de um olhar que possa compreender tanto a patologia quanto questões de ordem social (como a atual situação do país e suas politicas referentes à juventude). Importante ressaltar principalmente, que tais profissionais não os vê como marginais ou como lixo social a ser varrido para debaixo do tapete. É unanimidade entre os distintos profissionais, das diferentes áreas do conhecimento, a necessidade de olharmos para esses jovens, como pessoas necessitadas muito mais de compreensão, tratamento auxilio do que de rotulos, rejeições e abandono. Trata-se de uma tarefa complexa que requer a união de esforços das diferentes áreas do conhecimnto, sim, mas sobretudo, da retirada das máscaras que acusam e nao contribuem para que a siituação seja amenizada. Dentre as principais iniciativas estão os CAPs ad (Centros de Atendimento psic. alcool e drogas) e as iniciativas na direção da reduçõ de danos.
Essas foram minhas impressões sobre o evento e coloco-me à disposição para prossegir o debate. Abraço, Liana Romera
Por
Alvaro Ribeiro
em 13 de Agosto de 2009 às 15:46.
Achei interessante a parte que diz respeito ao estigma. Seria o estigma o principal obstáculo à recuperação ? O Estigma é o a principal consequência do escândalo que costuma envolver não somente usuários de drogas mas também atletas ’positivos’ no doping ?
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