Cevnautas da EAD, vamos acompanhar? Laercio

MEC vai criar universidade federal de educação à distância

FLÁVIA FOREQUE DE BRASÍLIA     17/06/2013 - 17h37

O ministro Aloizio Mercadante (Educação) afirmou nesta segunda-feira (17) que a pasta deve enviar ao Congresso Nacional projeto de lei para criação da primeira universidade federal de educação à distância.   Hoje, o investimento do governo federal na modalidade se resume à UAB (Universidade Aberta do Brasil), criada em 2005 com foco na formação de professores de educação básica. A instituição oferta hoje cursos de licenciatura e administração. Segundo Mercadante, essas matrículas seriam absorvidas com a criação da nova universidade.  

"Cada curso de cada universidade poderá ser ofertado na universidade federal de educação a distância. Então, [o curso de] engenharia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul pode ser ofertado como sendo também curso à distância", disse.  

Mercadante ressaltou que enquanto no Brasil cerca de 15% dos estudantes do ensino superior estudam nessa modalidade, entre os países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) esse percentual chega a 50%.  

"O Brasil é um dos poucos países que não tem uma universidade nacional pública à distância", disse o secretário Paulo Speller (Educação Superior), citando como exemplo países como Inglaterra, Espanha e Portugal.   Segundo ele, cursos como direito e algumas engenharias poderão ser ofertadas na nova instituição.  

intenção é encaminhar a proposta ao Legislativo em agosto e, assim, aumentar a capacidade de absorção da demanda por ensino superior no país. Segundo Mercadante, a nova universidade irá absorver as matrículas da UAB, em torno de 250 mil.  

"Não há como atender o tamanho da demanda se não for por educação à distância e essa é a prioridade do MEC", disse o ministro.  

FONTE: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2013/06/1296621-mec-vai-criar-universidade-federal-de-educacao-a-distancia.shtml

Comentários

Por Patrick Ramon Stafin Coquerel
em 23 de Julho de 2013 às 16:36.

Prezados Cevnautas,

O desenvolvimento de uma instituição de ensino superior, seja ela presencial ou a distância, parece sempre bem vinda, sobretudo num país com atrasos seculares na educação pública.

A proposta merece apreço por seu caráter estratégico, tanto no atendimento da demanda reprimida dos Cursos superiores, quanto no investimento em Tecnologias da Informação e da Comunicação, considerando os avanços tecnológicos sem precedentes, aos quais a maioria das pessoas estarão sugeitas a usufruir Brasil afora.

Mas é necessário lamentar que a EaD tem sido costumeiramente apresentada e utilizada pela gestão pública como uma solução para as demandas sociais dos Cursos superiores.

Essa não deveria ser a estratégia. Ampliar muito a oferta de vagas provavelmente não resolveria o problema da demanda, inclusive tendería-se ao disperdício dos recursos públicos. Isso já vem ocorrendo nos Cursos no formato a distância públicos no Brasil. A evasão é altíssima. A constatação é de que poucos brasileiros demostram perfil para esta modalidade de ensino ainda.

Arrisca-se dizer que os estudantes que estão chegando agora as IES estão mais adaptados às TIC's, porém ainda pouco autônomos para organizar o processo de autoestudo. Essa é uma condição mínima necessária para o ensino superior.

Outro desafio é a conectividade das mídias digitais, uma vez que muitos rincões do Brasil ainda não possuem um sinal suficiente para acesso a internet.

Os investimentos públicos deveriam ser mais criteriosos com relação a EaD. Menos amplitude no ensino superior, com maior inserção da EaD na educação básica primeiramente. Caso contrário, estaríamos ou não colocando a carroça na frente dos bois?

Att.

Patrick Ramon Stafin Coquerel.

Docente do DEF da UFRN.


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