Pessoal, o anúncio do fechamento da tradicional ARIST mostra a situação das publicações cientificas em tempos de internet, conforme explica o Prof Aldo Barreto no grupo de discussão da Associação Nacionalde Pesquisa e Pós-Graduação em Ciência da Informação ANCIB
de: aldo.barreto@gmail.com
para: ancib@yahoogrupos.com.br
O ARIST deixará de ser publicado após o volume de 2011
A American Society for Information Science & Technology (ASIS&T) e a Information Today anunciaram que o periódico *Annual Review of Information Science and Technology (ARIST)* deixará de ser publicado após o lançamento do volume 45 em 2011 depois de quarenta e cinco anos de circulação. Artigos de revisão mais curtos e mais centrados começarão a aparecer no periódico *American Society for Information Science and Technology (JASIST)*também uma publicação da ASIS&T.
Tal fato demonstra a tendência do que já preconizamos: até 2015 a informação será basicamente em formato digital e estará em arquivos eletrônicos na Web. Toda a estrutura do documento papel ficará restrita a poucos usuários e arquivada em palácios de memória.
O ARIST tem uma longa história, desde a sua estreia em 1966 com o editor Carlos Cuadra depois Martha E. Williams, Blaise Cronin e Debora Silva. "Esta foi uma decisão penosa para o Comitê da ASIS&T .... O apego emocional e intelectual ao ARIST impresso foi sobrepujado pelo consenso sobre o futuro da comunicação científica e o desejo de acesso instantâneo on-line manifestado por leitores e autores." diz o editor atual.
Mas o ARIST causou, também, as suas confusões na área. Seus estudos temáticos feitos por encomenda a um pesquisador atuante em um determinado campo tinham o viés deste autor e privilegiavam o desenvolvimento da área nos Estados Unidos. Por exemplo, alguns estudos indicam que o começo da ciência da informação foi em uma pequena reunião realizada em 1961 e 1962 no Georgia Institute of Technology nos EUA. Estas reuniões foram chamadas de “Conferences on training science information specialists". Em suas duas etapas a reunião agregou um total de cerca de 60 pessoas a maioria na docentes e o pessoal de informação da própria universidade americana sede do evento.
A reunião da Geórgia tratou, particularmente, do treinamento de especialistas da informação para os EUA é o que revela as parcas 100 laudas de seus Anais. O ARIST em uma das suas revisões indicou que o nome “cientista da informação” teria sido cunhado nesta reunião. Muita confusão, então se fez de que este evento poderia ter relação com o início de qualquer coisa na área de ciência da informação em termos mundiais o que não é verdade. Sua intenção explicita foi a educação em documentação nos EUA.
A divulgação ampliada desta Reunião pelo ARIST e a confusão sobre a ciência da informação ocorreu devido a uma revisão temática do periódico. Devido ao patrocínio da ASIST e ao local de edição as revisões do ARIST tendiam a revisar o desenvolvimento da área, principalmente, nos EUA e generalizá-lo para o resto do mundo. Tal acontecia pela força que teve a publicação e de sua casa editora nas décadas de 1960, 70, 80.
Muitas análises e estudos que utilizaram o ARIST como corpus de suas pesquisas, reproduziram uma visão parcial da área, centrada nos EUA, acreditando-a universal.
Os volumes 38 (2003) a 44 (2010) do ARIST estão disponíveis no site da
Information Today, em http://books.infotoday.com/asist/ o volume 45
estará digital no início do segundo semestre de 2010.
Fonte: Divulgação de Nanci Odonne e http://www.asis.org/news/ARISTcease.html
Críticas ao Arist de Aldo Barreto. Comentários elogioso sobre o
Arist em http://www.asis.org/Publications/ARIST/vol40_introduction.php
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