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Todos concordam com as novas exigências do Scielo? Laércio

SciELO anuncia medidas para internacionalização de periódicos científicos

05 de dezembro de 2014 Por Diego Freire

Agência FAPESP – Com o objetivo de contribuir para a internacionalização dos periódicos científicos produzidos no Brasil, a biblioteca eletrônica SciELO (sigla de Scientific Eletronic Library On Line), mantida pela FAPESP, anunciou novos critérios para indexação em sua plataforma.   O anúncio foi feito durante a 4ª Reunião Anual da SciELO, realizada no dia 2 de dezembro, na sede da FAPESP. De acordo com Abel Laerte Packer, diretor do programa SciELO, as medidas anunciadas devem levar a uma “progressiva reconfiguração dos periódicos do Brasil e das pesquisas que comunicam no contexto internacional da ciência”.   “A ciência é, por natureza, internacional. Um esforço que o Brasil vem fazendo em geral – e a FAPESP em particular – é o de dar visibilidade à pesquisa que o país faz, aumentando a colaboração internacional. E nisso os periódicos brasileiros deverão cumprir um papel importante, não só no fortalecimento da presença lá fora como também trazendo autores internacionais e artigos de bom nível para os periódicos do Brasil”, disse Packer à Agência FAPESP.   Os critérios servem para a indexação de novos periódicos e para a permanência dos que já compõem a coleção SciELO Brasil. Para Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP, a internacionalização refletirá no impacto das publicações.   “É um esforço que, somado a outros, contribuirá para a inserção dos nossos pesquisadores no contexto internacional da ciência, aumentando sua competitividade. Nossa produção científica cresce consideravelmente e o desafio agora é aumentar seu impacto”, disse Brito Cruz durante a reunião.   As medidas anunciadas abrangem critérios relacionados com a gestão dos processos editoriais, a afiliação dos autores dos artigos e o idioma de publicação, com prazos definidos por área do conhecimento.   A implementação das medidas será avaliada com base em indicadores relacionados à evolução da porcentagem de artigos publicados em inglês e de autores com afiliação estrangeira, além do aumento da proporção de pesquisadores de outros países que exerçam as funções de editores associados e pareceristas.   Também será avaliado o número de downloads originários do Brasil e do exterior, a quantidade de citações por artigos concedidas por autores estrangeiros, tendo o SciELO Citation Index como fonte de referência de cálculo, e a evolução da presença nas redes sociais, com base no índice da Altmetric.com.   Metas por áreas   Os valores de referência utilizados na avaliação da internacionalização dos periódicos foram definidos pelo Comitê Consultivo da SciELO, divididos por áreas temáticas, e sua adoção tem diferentes prazos, variando de um a cinco anos.   “Cada área tem suas idiossincrasias, seus objetivos e legados históricos, então os critérios foram, na medida do possível, adaptados à realidade de cada uma delas e às tendências observadas nos últimos anos”, explicou Packer. As publicações são divididas em oito grandes áreas: Agrárias; Biológicas; Engenharias; Exatas e da Terra; Humanas; Linguística, Letras e Artes; Saúde; e Sociais Aplicadas.   A partir de janeiro de 2016, os periódicos indexados deverão atender às porcentagens mínimas esperadas de editores associados ativos com afiliação institucional no exterior, segundo a área temática.   Para os de Ciências Agrárias, por exemplo, o mínimo é de 20% e o recomendado é de 30%. Já para os de Ciências Sociais Aplicadas, o mínimo é de 15% e o recomendado, 25%. Somando-se as metas de todas as áreas, a SciELO espera ter todos os periódicos com, no mínimo, 20% de editores associados ativos com afiliação estrangeira.   Os novos critérios incluem ainda porcentagens anuais mínimas esperadas e recomendadas de autores com afiliação institucional no exterior, também por área temática. As metas vão de 15%, para Ciências Agrárias, a 30%, para Biológicas, Engenharias, Exatas e da Terra. Assim, a SciELO espera chegar a até 35% de autores com filiação estrangeira.   O idioma em que os artigos são publicados também foi contemplado pelas mudanças. Os trabalhos devem conter título, resumo e palavras-chave no idioma original do texto e em inglês. “O modelo da SciELO permite a publicação simultânea em dois ou mais idiomas. Os periódicos devem maximizar o número de artigos originais e de revisão em inglês com vistas à sua internacionalização”, disse Packer.   Os periódicos da área da Saúde, por exemplo, deverão ter pelo menos 80% de seus artigos originais e de revisão em inglês. Somando-se as metas de todas as áreas, a SciELO espera ter 75% das publicações nessas condições.   Profissionalização   Rogerio Meneghini, diretor científico da SciELO, explicou que os novos critérios de indexação também têm o objetivo de garantir a sustentabilidade dos periódicos. “As metas foram elaboradas com o objetivo de acelerar a profissionalização dos periódicos e torná-los sustentáveis em médio e longo prazo, num cenário de crescente competitividade internacional”, disse.   Dessa forma, além de artigos, os novos critérios contemplam outros documentos publicados pelos periódicos, como editoriais. Foi definido pela SciELO que, a partir de 2015, somente serão indexados, publicados e incluídos nas métricas de desempenho dos periódicos da coleção documentos que apresentem conteúdo científico relevante.   Dessa forma, os documentos deverão apresentar conteúdo científico que justifique sua indexação, incluindo dados de autoria, afiliação institucional, referências bibliográficas e informações com potencial para receber citações.   Além dos editoriais, serão indexados, publicados e incluídos nas métricas de desempenho da SciELO documentos como adendos, artigos de pesquisa, artigos de revisão, cartas, coleções, comentários de artigo, comunicações breves, discursos, discussões, erratas, introduções, normas, relatos de caso, resenhas críticas de livro, respostas e retratações, entre outros.   Não serão considerados anúncios, calendários, chamadas, livros recebidos, notícias, obituários, reimpressões, relatórios de reunião, resumos, revisões de produto, teses e traduções.   Plano de divulgação   Todos os periódicos SciELO devem operar com apoio de um sistema de gestão on-line até o final de 2015. Isso deverá tornar mais eficiente o processo de avaliação, diminuir o tempo entre a submissão e o parecer final, permitir que as partes envolvidas acompanhem o processo de avaliação e obter registros e estatísticas de controle do fluxo de gestão dos manuscritos.   “Também recomendamos a disponibilização dos dados das pesquisas utilizados nos artigos em repositórios de acesso aberto, contribuindo para que os trabalhos sejam replicados e para que aumente a visibilidade e as citações”, disse Meneghini. A disponibilização dos dados passará a ser critério de avaliação a partir de 2015.   Os novos critérios para avaliação da profissionalização dos periódicos contemplam ainda a comunicação social das publicações. A partir de julho de 2015 será exigido pela SciELO um plano operacional de marketing e divulgação, incluindo a gestão de contatos de pesquisadores potenciais, autores e usuários nacionais e internacionais e leitores, entre outros públicos, e a produção de press releases de cada novo número ou de novos artigos selecionados.   “Também esperamos que, a partir dessa data, os periódicos comuniquem suas novas pesquisas nas redes sociais, podendo inclusive utilizar os canais da SciELO nesses ambientes, como o Blog SciELO em Perspectiva”, orientou Packer. “É um esforço em diversas frentes que vai elevar nossos periódicos a um novo patamar e, em última instância, contribuir com a evolução da ciência no Brasil e no mundo.”   O documento com os novos critérios para admissão e permanência de periódicos científicos na coleção SciELO Brasil, assim como a política que orientou sua elaboração e os procedimentos exigidos, está disponível em www.scielo.br/avaliacao/avaliacao_pt. 

Comentários

Por Roberto Affonso Pimentel
em 7 de Dezembro de 2014 às 19:30.

Se eu já não acreditava, cito uma opinião muito mais abalizada no que diz respeito ao tema:.

"Marco Antônio Zago,Reitor da Universidade de São Paulo, diz que a situação atual favorece a acomodação dos pesquisadores  estáveis na carreira, que nada criam e se bastam repetindo experimentos".

Há muitos anos, foi a vez de eminente pedagoga, à época estava secretária estadual de Educação (São Paulo) quando em entrevista de página inteira na Folha de São Paulo, desandou sobre o ensino de Pedagogia nas universidades brasileiras, inclusive as mais afamadas de seu estado.

Os congressos - inclusive os internacionais -  uma falácia. Usam e abusam de nossa inteligência usando e abusando de termos mirabolantes e muitas vezes irreconhecíveis e indecifráveis aos simples mortais, e fazem o seu turismo bancado pelo governo. Já vi isto em Floripa, quando douta professora portuguesa que discorreria sobr a Ed. Física e Esporte em seu país usou um artíficio bem original para agradar sua plateia: 20 minutos de fita de vídeo sobre as belezas e encantos de sua terrinha. Foi uma maravilha!

Recentemente, percebe-se aqui no CEV a verdadeira luta para se conseguir o que foi tratado em seminário internacional de uma universidade paulista conveniada a uma instituição com sede m Berlim. Creio que ISSCEP, ou coisa que valha. Ao que me parece, soa como "ação entre amigos", i.e., eu te convido e quando for o caso, você me convida". E tudo se resolve entre os mesmos. E o resto, nós outros?

Ao final, recordo o que venho buscando - soluções para a introdução do esporte nas escolas -, coisa qu ainda NÃO sabemos como fazer. E por que? Quem decide não tem interesse de alterar o que aí está, tanto no governo qunto nas universidades. É um ensino pobre, do séc. XIX e os gestores mais preocupados com seus cargos e aposentadorias do que criar algo novo.

"Inteligência é o que nos possibilita adaptarmo-nos a novas situações", já clamava Piaget. Pelo andar da carruagem, é um item em falta há muito tempo em nossos gestores e políticos. Ou então, usam-na para seu próprio proveito! 

 

  

  

 

 

 

Por Roberto Affonso Pimentel
em 8 de Dezembro de 2014 às 09:20.

Quando escrevi o comentário acima ainda não havia lido a revista Veja dessa semana (nº 50, 10/12/2014).

Quem puder, leia a reportagem especial "Artigos de Segunda", de Fernanda Allegretti, pág.104.

Ela resume:

"A profissão de periódicos científicos que publicam qualquer estudo, por menos rigoroso que ele seja, bastando apneas que o autor pague por isso, é uma praga a que o Brasil vem aderindo com preocupante entusiasmo - mesmo aquelas instituições que dveriam zelar pela excelência da pesquisa no país."

A mais esta some-se o que foi citado no comentário anterior a respeito do pronunciamento do reitor Marco Antõnio, publicado em Veja, em extenso pronunciamento nas páginas amarelas. (não me recordo a data).

E agora José? Tomara que as medidas alcancem o desejado saneamento no ambiente acadêmico e científico.  


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