Editores de Publicações Científicas

            [...]. Com a presente edição, de número 50, mais que um simbolismo do número, a Motrivivência experimenta “na carne” aquilo para o que já se vem alertando há algum tempo: de um lado, a crise econômica decorrente de todo o processo criado para tentar justificar o golpe jurídico-parlamentar-midiático - cuja “solução temer” obviamente, por ilegítima, não se concretizou - chegou aos setores públicos, como os ministérios, as universidades e as agências de fomento e, por extensão, aos periódicos científicos. Nesse sentido, a sobrevivência financeira, que já era difícil, tornou-se ainda mais crítica, oferecendo riscos reais à regularidade/periodicidade das publicações e até mesmo à sua continuidade nos termos atuais!

            De outro, e associada a esse encolhimento dos investimentos públicos, a permanência e, por conseguinte, a agudização da lógica da política de financiamento de órgãos como CAPES e CNPq, que privilegia as revistas já consolidadas e não oferece qualquer oportunidade de ascensão àquelas que ainda não estão suficientemente indexadas (tirando delas até mesmo a oportunidade de participar de editais de apoio editorial), constitui-se num funil injusto e que poderá levar ao colapso a própria pós-graduação: por exemplo, no momento, além dos textos aqui publicados, temos mais de 30 outros já aprovados, todos eles, repetimos, todos eles com autores ou coautores envolvidos em programas de pós-graduação; a interrupção da publicação da revista repercutiria/á diretamente nos (re)credenciamentos desses docentes, na manutenção das bolsas de estudos de mestrandos e doutorandos e na avaliação dos próprios programas!

            Por tudo isso, 2017 será um ano de travessia para periódicos como a Motrivivência. Faremos todo o possível para preservar nosso projeto, mantido com muito esforço pelo trabalho coletivo de inúmeros colaboradores voluntários e o apoio dos autores que nos confiam suas produções. Mas não descartamos, infelizmente, que os problemas elencados acima impossibilitem a continuidade dessa política editorial. [...]

Para comentar, é necessário ser cadastrado no CEV fazer parte dessa comunidade.