Outro dia  ao ser apresentada a um  grupo de acadêmicos o organizador...”vamos ouvir agora a educadora física Leize....”, ” ela é educadora física lotada na semed....”, e esse termo ficou martelando na minha cabeça como se fosse uma ofensa. Não sei quanto a vocês, mas eu não me intitulo Educadora Física, percebo o termo tão reduzido, como se ao trabalhar com a educação física eu desprezasse sentimentos, inteligência, relações. Será que nas IES esse é o termo que usam num curso de licenciatura?

Me indignei e imediatamente quando ele me deu a fala fiz questão de me apresentar com PROFESSORA. Os sorrisos de aprovação que recebi da platéia e os balanços afirmativos de cabeças me inspiraram durante a conversa com eles. Falei sobre ser professor de educação física que vai além de treinar habilidades técnicas, mas valorizar o trabalho coletivo de maneira cooperativa e solidária promovendo no aluno a apropriação os conteúdos da cultura corporal de forma deslienada.

Comentários

Por Daniela
em 8 de Maio de 2010 às 13:58.

Leize,

Concordo plenamente com você!

Penso que o processo de exclusão que sofremos nos debates pedagógicos com outros professores é originada em nossa própria formação.

Auto-intitular-se PROFISSIONAL e não PROFESSOR, é uma constante nas faculdades, centros universitários e universidades.

A ausência de reflexão acerca de titulações, por vezes parte do próprio discurso de nossos professores formadores.

A corporeidade, por exemplo, é um conceito que deve ser pesquisado e explorado na academia, com seriedade e propriedade.

Outras áreas de conhecimento apropriam-se mais deste conceito que a própria Educação Física.

A visão holística do ser humano é uma ideologia que devemos buscar, mais até que o próprio "reconhecimento" de nossa profissão.

Caros colegas, não esqueçam que o nosso DIPLOMA é o instrumento que legitima o nosso conhecimento, não o recolhimento de uma taxa!!

Qual conselho de Psicologia, Direito ou Medicina, por exemplo, permite que PRATICANTES, exerçam uma profissão sem um diploma??

Conclui minha graduação em 1997 e nunca paguei ou pagarei o CONFEF, acredito que não tem uma proposta que legitime nossa profissão!!

O termo EDUCADOR FÍSICO, é apenas mais um, dentre tantos, que ilustra a falta de RECONHECIMENTO que temos de nossa própria profissão!!

Queridos colegas, SOMOS PROFESSORES!!

Estudem, especializem-se, sem isso nada é possível.

Saiam do "lugar comum", mesmo que isso custe a nossa exclusão dentro de nosso próprio grupo!

Abraço paraúcho!

Por Katia Brandão Cavalcanti
em 8 de Maio de 2010 às 14:04.

Professor de Educação Física, Educador Físico são expressões muito limitadas para representar o verdadeiro papel do profissional de Educação Física na nossa sociedade. Talvez, ainda demore bastante tempo para que se encontre o termo adequado para uma bela profissão que trabalha com o eu corporal ou sujeito corporal. Para alguns, educador físico representa uma evolução porque vai além do ensino e se preocupa com a educação. Só que a qualificação do educador não deveria se restringir ao físico. O que fazer? Sinceramente, já pensei muito nisso na década de 80. Quase trinta anos depois ainda não tenho nenhuma proposta para um novo adjetivo. Prefiro investir em substantivos, embora não seja o fundamental para elevar a credibilidade da Educação Física em qualquer equipe de trabalho ou instituição social. Em ocasiões como esta citada, vale a argumentação sobre o alcance da atuação do profissional de Educação Física.

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