Cevnautas da EF Escolar,

Essa é uma nota do Correio do Minho, de Portugal. Vale como exemplo de informação pública e desafio para professores.

Algum dia ainda conseguiremos construir um bancos de questões sobre EF no CEV. Velho sonho de décadas. Respostas cheia de links para artigos que estejam entre os 53 mil livros, artigos e teses da biblioteca do CEV (os que não estiverem, encluiremos). Quem pode ajudar?

Laercio

A Educação Física: perguntas, respostas, reflexões e sugestões
Ensino 2017-02-15
Ricardo Lima

Todos sabemos da importância da atividade física para o nosso bem-estar físico e psicológico. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a inatividade física é um dos principais dos fatores de risco da mortalidade global e a causa pelo aparecimento entre 21-25% de cancro no peito e no intestino, 27% de diabetes e 30% de doenças cardíacas.

Estes factos têm sido constantemente abordados na comunicação social, porém existem questões que devem ser respondidas, a saber:
a) Como passamos da teoria à prática?;
b) Porque será que, em estudo realizado sobre a atividade física em Portugal, os resultados demonstram que os portugueses estão pouco motivados para a realização de exercício físico, não têm interesse em realizar atividades, não têm gosto pela competição e nem tempo têm para cuidarem do seu corpo?

Isto leva-nos a pensar o que pode ser feito para que estes resultados venham a ser alterados. Pensando no futuro, o mais importante é educar as nossas crianças e jovens, fazendo com que elas aprendam a brincar sem as novas tecnologias e compreendam a importância da atividade física regular, criando nelas hábitos desportivos e hábitos de recreação.

É aqui que entra o papel da Educação Física que, para além da importância da aplicação do seu programa curricular, e de fazer com que todos os alunos se sintam motivados e capazes de cumprir as tarefas solicitadas, deve também promover a reflexão dos alunos sobre o valor da prática desportiva e da prática regular de exercício físico. É prioritário os alunos compreenderem a área do desporto e da atividade física como sendo fundamental, não apenas para a sua saúde, mas acima de tudo para a sua vida social e emocional.

Para que a Educação Física não seja vista como mais um momento

  de “recreio”, cabe ao Professor motivar os alunos e fazê-los entender que aquele momento é elementar para estimular e desenvolver as suas competências cognitivas, motoras e sociais.

A realidade mostra que apesar de os alunos classificarem a Educação Física como sendo das disciplinas preferidas, o tempo de prática semanal continua a ser muito reduzido. A título de curiosidade e que poderia ser pensado para se implementar na nossa sociedade, nos Estados Unidos da América e em Inglaterra (essencialmente), está em aplicação um programa chamado “Escola Compreensiva para a Atividade Física”.

Este modelo tenta responder às recomendações da OMS através dos seguintes objetivos:
a) promover oportunidades de atividade física antes e depois das aulas para que os alunos possam estar ativos 60 minutos diários;
b) inserir a comunidade nessas mesmas atividades;
c) promover e diversificar as atividades propostas para manter a comunidade motivada; e
d) maximizar o conhecimento e as competências desenvolvidas na Educação Física para que os alunos sejam mais autónomos e educados fisicamente.

Estes pequenos projetos podem trazer grandes benefícios sem qualquer tipo de custo financeiro. A comunidade escolar deve organizar-se e ser proactiva relativamente a esta temática. É fulcral adotar-se uma atitude para combater a obesidade e para educarmos as nossas crianças e jovens fisicamente. Esta seria mais uma forma de Portugal poder deixar de ser o país com mais de metade da população adulta (52,8%) a sofrer de pré-obesidade ou obesidade.
Pensarmos em conjunto, agirmos em conjunto e sabermos viver em comunidade são os passos mais importantes para todos caminharmos no mesmo sentido, o da Educação e do bem-estar.

FONTE com fotos e links:  http://www.correiodominho.com/cronicas.php?id=8303

Comentários

Por Guilherme Borges Pacheco Pereira
em 16 de Fevereiro de 2017 às 11:11.

Prezados,

por absoluta falta de tempo no dia de hoje não posso comentar a nota com a extensão que  merece, pois há temas que realmente importam. Contudo, quero deixar registrado um primeiro ponto: a questão da obesidade. A relação entre atividade física e a obesidade é conhecida e é consensual que a atividade física combate a obesidade. Há poucos que possam discordar. Programas de emagrecimento sempre incluem a atividade física. No entanto, sabemos que a obesidade é também um problema de nutrição. E creio, nas sociedades com mais opulência, mais ricas e industrializadas, a obesidade é ainda maior. A quantidade de alimentos calóricos disponíveis é muito grande e a indução ao consumo é feroz, pois é preciso vender os produtos industrializados. Tenho convicção que a má educação alimentar, onde os maiores vilões são o refrigerante e as gorduras, é a causa principal da obesidade infantil,  juvenil e adulta. Não por acaso a Coca-cola anda promovendo a atividade física.

Considero que, ainda que a Educação Física (EF) possa contribuir bastante para a causa, não será capaz de resolver o problema sozinha. Além disso, pensar a eduação física como remédio (exercise as medicine, como quer o ACSM - http://exerciseismedicine.org) é reduzir a EF a um mero instrumento de saúde e subordinar a EF a interesses heterônomos, descartando ou minimizando outras finalidades importantes da EF.

Saudações a todos,

Guilherme

 

 

 

 

 


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