Especialista: Educação Física ainda não é vista como prioridade
Toda aula de educação física é a mesma coisa. Uma turma corre para bater uma bola e se desestressar; outra parte arrasta os pés para chegar à quadra de esportes, isso quando não simula uma dor de barriga para escapar. Enquanto, em algumas disciplinas, os alunos quebram a cabeça para aprender expressões numéricas, regras de crase ou o processo da mitose celular, é na educação física que crianças e adolescentes podem exercitar o corpo, sem provas ou estudos. Ainda assim, muitos torcem o nariz quando chega a hora de correr para o pátio. Por quê?
Para o presidente do Conselho Federal de Educação Física, Jorge Steinhilber, não há apenas uma resposta para a questão. Um dos motivos é que não é passada para os estudantes a importância dessa disciplina.
"Você pode não gostar de matemática ou de português, mas estuda por saber que é importante para a sua vida", compara. Se o aluno tiver consciência de que com a educação física ele tem mais disposição, fica menos doente, ele acaba aderindo à proposta.
Outro ponto a ser melhorado nas aulas de educação física são os esportes oferecidos. É preciso diversificar. "Não apenas futebol para os meninos, e vôlei para as meninas", exemplifica o também ex-assessor de educação física na secretaria municipal de Educação do Rio de Janeiro. Nesse caso, os mais hábeis acabam jogando, e os outros simplesmente não gostam. A ideia é que a disciplina tente ir ao encontro dos interesses do aluno. Steinhilber dá a dica: "Em aula, pode-se discutir a violência dos estádios".
Nos colégios privados, o presidente do conselho nota uma situação ainda mais complicada. Por entender que os estudantes têm condições de pagar espaços para desenvolver atividades físicas, muitas vezes a escola abre mão de oferecer a disciplina ou possibilita substituir a presença na educação física por um exercício fora. "Aí você perde a função agregadora da matéria, o papel como formadora de cidadania e conscientizadora da qualidade de vida", lamenta o professor. "Se eu vou a um clube jogar futebol, eu vou apenas aprender a jogar futebol e perco o conteúdo da cidadania, que é parte do objetivo da escola", completa.
Por serem atividades normalmente coletivas, a educação física é também um bom momento para avaliar o comportamento dos estudantes. Ali se podem notar os extrovertidos, os tímidos, os que estão com dificuldade de se integrar no grupo.
Nos colégios públicos, há também falhas quanto ao ensino da educação física. Existem os casos extremos, como quando a disciplina nem consta na grade. "Às vezes é por falta de espaço físico, outras por falta de professores", explica o presidente do Conselho Federal de Educação Física, Jorge Steinhilber.
Segundo o especialista, uma das causas para a questão é que a educação física ainda não é não é vista como prioridade. Por falta de políticas públicas focadas na disciplina, ela carece de metas curriculares claras dentro do ensino público. "Uma coisa puxa a outra: enquanto o governo não vê importância na disciplina, não se desenvolve um currículo voltado à promoção da saúde", explica. Assim, as aulas acabam tendo um tom recreativo ou são completamente voltadas à atividade esportiva, sem a busca por um projeto pedagógico de qualidade de vida.
A valorização da educação física poderia ajudar a combater a obesidade o sedentarismo, e os jovens poderiam ser mais bem orientados para uma vida mais ativa. "Não sou contra o computador, mas a tecnologia nos levou a um desgaste, a uma ’desqualidade’ de vida física e temos que equilibrar essa situação", alerta. "Podemos ter toda modernidade, mas com a consciência de que não se pode deixar o corpo enferrujar".
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Comentários
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Pedro Henrique Sena Ferretti
em 3 de Novembro de 2011 às 15:05.
De fato a preocupação com a saúde física nas escolas é deixada na grande maioria das vezes de lado, analisando o perfil de alunos de diversas escolas(estaduais e particulares), chega-se a conclusão de que o cuidado com o excesso de peso dos alunos e praticamente inexistente, dando ênfase apenas nas notas e deixando de lado assim tanto o lado físico como mental.
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Patrícia Arantes de Queiroz
em 3 de Novembro de 2011 às 17:22.
Concordo com o Pedro. As escolas têm uma grande ferramenta nas mãos que são as aulas de educação Física quando BEM ministrada e mesmo assim, não as utilizam da melhor maneira. A aula de Educação física é mal vista por falta de políticas públicas focadas na disciplina como foi citado no debate, mas é também devido a erros de professores desde lá trás, quando aproveitavam apenas o horário para que os alunos jogassem bola, os conhecidos "Rola bola".
Essas atitudes criaram um rótulo nas aulas as tornando substituíveis, o que não pode acontecer de maneira alguma, então cabe a nós mostrarmos cada vez mais que isso não é verdade, que estamos cada vez mais preparados para ministrar uma ótima aula atrativa, motivada e com aprendizado.
A visão sobre a Educação Física deve ser mais ampla e não ficar só ali no horário de aula. Sei que pode parecer complicado, mas por que não partir a iniciativa dos próprios professores com parceria da escola, criar projetos para a saúde dos alunos? “ A valorização da educação física poderia ajudar a combater a obesidade o sedentarismo, e os jovens poderiam ser mais bem orientados para uma vida mais ativa.” (Jorge Steinhilber, Presidente do Conselho Federal de Educação Física)
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Waldir de Meira Albuine
em 3 de Novembro de 2011 às 19:04.
A Educaçao Fisica Escolar nao e vista como prioridade por que nao se sabe no momento que nenhum profissional da area comprovou para entidades pulbicas de educaçao da sua realidade, por que a Educaçao Fisica Escolar tem que ser mais vezes por semana na grade escolar e seus importantes aspectos ligados a saude.A comunidade escolar sabe que e importante esta discplina,mas tais medidas que priorizem a pratica nas escolas ainda ficam somente em discursoes verbais sem objetivos que nao chegam a uma certa finalidade.No ano de 2012 sera implantado novos conteudos nas escolas para que os alunos possam ter mais vivencias em sua formaçao ,porem isto e importante ,mas o que esta ligado a Educaçao Fisica Escolar nao pode continuar sendo desvalorizada ,esperamos que estas novas disciplinas tem um minimo de valor quando forem desenvolvidas na grade escolar e que nao somente possam preencher tempo na grade escolar sem objetivo algum.
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Rosilda Bernardo Mde Souza
em 4 de Novembro de 2011 às 08:04.
Esta é a realidade de nossas escolas. Quem está fazendo algo para mudar está realidade? Sabemos que não é facil, muitas escolas pensam em Educação Física visando só em e títulos, menosprezando o que realmente a Educação Física Escolar pode proporcionar aos alunos a curto médio e longo prazo.
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Ana Daniela Damacena
em 4 de Novembro de 2011 às 13:50.
Isso tudo que foi dito neste tópico é um fato, porém eu acredito que os únicos responsáveis por uma visão melhor da Educação física somos nós profissionais, nossa profissão perdeu a sua importância pelo fato de o próprio profissional não a valorizar, é um absurdo um professor comparecer para dar uma aula sem um planeijamento! seja na escola seja na academia seja onde for, tudo tem um propósito, se engana quem pensa que os alunos não sabem quem preparou uma aula, os "rola bolas" expressão criada por nós mesmo acabam com o conceito verdadeiro de Educação Física quando damos aulas de EFI de verdade os alunos irão saber o conceito verdadeiro e assim dar o valor real que merecemos e a profissão merece também.
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Eduardo Soares Teixeira
em 4 de Novembro de 2011 às 21:08.
Esse é um tema muito importante a ser comentado, uma vez que o orgão responsável pela educação não vê como prioridade uma boa aula de educação física, onde a maioria pensa ser apenas um intervalo de tempo para os alunos brincarem, não sabendo que podemos evitar tão somente uma vida mais saudável criando hábitos de exercitar como também uma formação de um digno cidadão, uma vez que o esporte em geral compartilha com um bom convívio social.
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Emiliana Silva Carneiro
em 5 de Novembro de 2011 às 11:42.
Como citado no debate, a falta de políticas publicas para a disciplina pode explicar o fracasso das aulas, claro que os profissionais tem que ter em mente a função da EFI, mas é preciso que essa função seja entendida também pela sociedade em geral, pois todos precisam ver a Educação Física com o mesmo olhar. Não adianta apenas que os profissionais da área saibam de sua importância para que seja vista como prioridade, é preciso que a valorização comece de dentro pra fora sim, mas tem que chegar do lado de fora. Que os diretores, professores de outras disciplinas, pais dos alunos, e principalmente os alunos, compreendam a importância da Educação Física em suas vidas, assim como os professores de EFI compreendem a importância das demais disciplinas.
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Talisson dos Reis
em 7 de Novembro de 2011 às 14:34.
A pratica regular de uma atividade física pode ajudar a combater a obesidade, o sedentarismo, e os jovens poderiam ser mais bem orientados para uma vida mais ativa, além de promover a interação social entre os alunos, fazendo com que os mais tímidos, participassem das atividades e participem mais das atividades dentro da escola.. Eu sempre digo isso para meus amigos o esporte tem o poder de promover a amizade, coletividade entre as pessoas. Os melhores amigos que fiz, foi brincando/jogando. Creio eu que muitos alunos, nas aulas de educação física, não participam porque não sabem exatamente, a importância, os benefícios causados pela mesma, e cabe a nós futuros professores informá-los a respeito disso.
Abraço,
Talisson.
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Leticia Maria Resende Moreira
em 8 de Novembro de 2011 às 16:03.
Geralmente a Educação física escolar é vista com uma disciplina complementar, como se ela fosse menos importante do que Matemática, História ou Língua Portuguesa.È importante que esse conceito seja quebrado pois, a Educação Física tem uma vantagem educacional que poucas disciplinas têm: o poder de adequação do conteúdo ao grupo social em que será trabalhada. Esse fato permite uma liberdade de trabalho, bem como uma liberdade de avaliação – do grupo e do indivíduo – por parte do professor, que pode ser bastante benéfica ao processo geral educacional do aluno.No entanto deve se investir mais na educação física escolar a fim de proporcionar isto aos alunos.
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Mayra Pereira de Jesus
em 8 de Novembro de 2011 às 18:42.
A educação física deveria sim ser mais valorizada, mas essa valorização deveria começar por nós profissionais da área, para que ai sim o nosso trabalho seja reconhecido e valorizado da forma que deveria ser, pois é através da educação física que podemos estimular a mudança de hábitos de uma sociedade cada vez mais sedentária, onde as crianças estão se tornando obesas cada vez mais cedo, além de proporciona uma formação global ao aluno (físico, mental, valores).
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Carlos Alberto de Souza Júnior
em 8 de Novembro de 2011 às 20:12.
Nossa Ed. Física deveria sim ser mais valorizada, pois, nós professores de Ed. Física escolar é que temos o maior contato com os alunos, somos nós que converçamos mais, nós que rimos e deixamos os alunos se abrirem melhor com agente, desta maneira os alunos se sentem mais avontade para qualquer coisa até mesmo para falar coisas pessoais, coisas que as vezes nos surpreendem. Em experiência própria ja ouvi muitos alunos reclamarem das outras matérias, dos outros professores, falando que não existe nada melhor do que a Ed. Física, pois na Ed. Física eles podem se divertir e ao mesmo tempo aprendem muitas coisas novas e interessantes, mas é claro que existem excessões, aqueles alunos que não gostam nem de olhar para quadra. E como disse nossa colega Mayra, nós professores devemos nos valorizar em primeiro lugar sempre, se não nos valorizar-mos, quem irá nos valorizar?
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Gabriela Vargas Nunes
em 8 de Novembro de 2011 às 21:25.
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Swand de Paula Fernandes
em 9 de Novembro de 2011 às 10:34.
De repente, é preciso cuidar do corpo. É preciso melhorar o visual. É preciso competir. Dentro deste panorama, a Educação Física nas escolas se desenvolve e se prolifera em nosso país. E hoje, mais do que em nenhuma outra época, ela vem atendendo a toda essa demanda da sociedade de consumo. Desta forma, são os seus profissionais omissos orientados a preencher este enorme campo que se abre. Um campo de trabalho sem precedentes na história da Educação Física. Formado, o profissional – ou mesmo antes de completar seu curso – vai como professor ou técnico em busca de mercado. E, encontrando o seu lugar, procura desempenhar fielmente a função técnica que dele se cobra. Este é um traço do perfil generalizado do profissional da Educação Física. E é por meio deste tipo de relação que, segundo me parece, podemos analisar parte da falência desta disciplina como proposta de real valor: aquela Educação Física Escolar entendida como disciplina que se utiliza do corpo, através de seus movimentos, para desenvolver um processo educativo que contribua para o crescimento de todas as dimensões humanas.
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Elizabete Lacerda da Silva
em 9 de Novembro de 2011 às 14:38.
A prática de atividade física é essencial para uma vida saudável, e ativa, e isso deveria ser trabalhado na escola, onde o profissional de educação física tem a oportunidade de contribuir para essa conscientização do aluno, dentro de fora da escola. Em algumas escolas a Educação física escolar é vista como uma disciplina complementar, como se ela fosse menos importante, e eu acredito que isso contribui para a falta de interesse dos alunos pela diciplina. Por isso, acho que sozinhos não conseguimos mudar essa realidade, mas com ajuda de politicas públicas com metas curriculares como diz nossa colega Rosilda, podemos voltar a nossa educação para a promoção da saúde.
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Poliana Cristina Silva Custódio
em 9 de Novembro de 2011 às 14:54.
A Educação Física, pela suas possibilidades de desenvolver a dimensão psicomotora das pessoas, principalmente nas crianças e adolescentes, conjuntamente com os domínios cognitivos e sociais. Não se deve tratar a Educação Física com descaso. É vergonhoso ver jogos, gincanas e competições substituírem verdadeiras aulas de Educação Física. Isso é muito bom para privilegiar quem tem habilidades motoras acima da média privilegiando uns em detrimento de outros.Os professores tem a maior parcela de culpa por não dar uma aula digna aos alunos com verdadeiros planejamentos de aula e fazendo uma pequena avaliação com alunos perguntando a opinião deles com relação a aula dada, por isso há um número grande de evasão nas aulas da mesma.
Por
Mariane Mendes Luiz Corrêa
em 10 de Novembro de 2011 às 11:15.
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