Nas palavras de Oliveira (2002) “para cada deficiência é enfatizado um tipo de cuidado no trabalho educativo”. “A escola opta por dispensá-los da Educação Física, por considerar o professor despreparado para dar aula para esses alunos. Este por receio, por pouca remuneração achando que para dar aula dentro da educação inclusiva tem que ter uma melhor remuneração, e que ele está sendo pago para dar aula para ‘alunos normais’ e não para pessoas portadoras de deficiência com traços fisionômicos, com alterações morfológicas, problemas psíquicos, ou com problemas de coordenação que acabam se destacando das demais” (OLIVEIRA, 2002).

 

Prezados colegas, a respeito de tal estudo gostaria de propor uma reflexão sobre o tema da inclusão de deficientes em escolas consideradas não especializadas e em nossas aulas de Educação Física. Conto com a contribuição de vocês.

 

Fonte: http://www.efdeportes.com/efd51/educa.htm

 

 

Comentários

Por Camila de Lima Medeiros
em 19 de Setembro de 2011 às 22:53.

Excelente proposta, Jorge!!

Aí vou eu:

Pode haver sim "profissonais de Educação Física" que alegam que estão sendo pagos para dar aula para "alunos normais". Eu mesma pouco tive de informação na minha graduação e menos ainda na pós graduação sobre a Inclusão nas aulas de Educação Física Escolar. A maior parte do que sei hoje encontrei em pesquisas a sites especializados ou sites sobre as mais variadas deficiências.Mas há professores, como eu, que adoram desafios e são motivados por isso.

No início, devo confessar com vergonha, que fugia dos meus queridos especiais, por pura ignorância e medo de não saber o que fazer. Busquei cursos na APAE/SP que me enriqueceram muito, especialmente no que se refere ao emocional de ambas as partes envolvidas (especiais e ditos normais), afinal inclusão não é dar uma aula específica para um grupo específico, é sim, misturar o grupo e mostrar pra eles, através da prática e da reflexão, que todos temos diferenças, alguns mais outros menos, mas acima de tudo devemos respeitar os limites, jogando os mesmo jogos que outros alunos, porém com a flexibilidade devida para que todos sejam iguais e tenham as mesmas oportunidades no jogo ou atividade proposta.

As conclusões sobre quais mudanças devemos fazer para que todos fiquem iguais no jogo vem dos próprios alunos e aos poucos e não precisei mais discutir isso com eles. Já na roda da conversa, quando iniciamos e quando terminas as aulas, eles próprios abrem o debate. Esta sendo maravilhoso!!

Tenho ainda muito a melhorar e sei que um dos caminhos e escutar mais a opinião dos alunos, além de buscar informações. Fica aí minha experiência sobre o assunto.

Por Janaina Silva
em 20 de Setembro de 2011 às 15:49.

Acredito sim que se possam ter profissionais como os que o Jorge citou acima, que não tem interesse de trabalhar com alunos deficientes. Assim como, acredito que é melhor uma criança deficiente ter aulas com crianças “normais” em escolas normais (consideradas não especializadas) tendo a oportunidade de estimular o convívio de todos os alunos com as diferenças individuais, sociais e físicas que envolvem a nossa sociedade atual. Mas tudo isso vai depender do professor, e neste caso em especial, do de educação física ter ou não o interesse em desenvolver um trabalho com esses alunos.

Por Patricia Santos Carneiro
em 24 de Setembro de 2011 às 11:31.

Infelizmente tem sim professores no qual o colega Jorge citou acima, é uma vergonha para esses que pensam assim, pois por mais que as crianças sejam deficientes, elas são pessoas como a gente. E para essas crianças é melhor elas conviverem com crianças ‘‘normais”  do que em uma escola especializada, pois na escola normal (sem especialização) elas terão o convívio com outras crianças e ajudaram no seu desenvolvimento, incluído-as nas atividades propostas para todos, incentivando, e principalmente tendo carinho e compreensão com essas.

Por Wiviane de Souza Martins
em 29 de Setembro de 2011 às 00:09.

Tentando completar os comentários acima, quero concordar que para a criança com NEE (Necessidades Educacionais Especiais), é de extrema importância que ela participe de escolas com as crianças ditas “normais”; não tentando convencê-la de que ela é igual às outras, por que ela não é, ela com certeza encontrará mais dificuldades, mas deve ser oferecido a ela experiências motoras variadas, de acordo com suas possibilidades, encorajando-a e estimulando-a a tentar, mesmo que para isso ela necessite da ajuda dos colegas e/ou até mesmo do professor (tomando muito cuidado para que esse apoio não se torne superproteção, que é prejudicial ao desenvolvimento da criança), objetivando prevenir ou minimizar problemas causados pela doença.

Mas confesso que é um grande desafio preparar aulas de modo a atender tais necessidades, sem deixar a aula desinteressante para os outros alunos.

Por Mayra Pereira de Jesus
em 1 de Outubro de 2011 às 00:24.

A educação inclusiva tem como função incluir os portadores de necessidades especiais, em todos os seus graus, pois nem sempre a criança que é portadora de necessidades especiais (deficiente), apresenta distúrbio de aprendizagem, ou vice versa, então todos esses alunos são considerados portadores de necessidades educativas especiais. Por isso não vejo a necessidade de separação de indivíduos com deficiência de indivíduos não ‘deficientes’ pois no fundo todos nós temos alguma deficiência. A educação inclusiva levará a transformação do pensamento da criança e do jovem sobre a deficiência, pois educando e crescendo junto aos “diferentes”, compreenderá a diferença já que o trabalho é sempre voltado para o todo. O professor de Educação física deve desenvolver as potencialidades de seus alunos, portadores de necessidades educativas especiais e não excluir das aulas, muitas vezes, sob o pretexto de preservá-los, mas sim estimula-los nas diferentes dimensões: social, motora, cognitiva, para que possam minimizar as suas dificuldades.

Concordo com a Wiviane é difícil sim montar uma aula em que todos (deficientes e não deficientes) estejam inseridos e sem que desmotive a turma, mas a vida é feita de desafios e os mesmos são feitos para serem vencidos.

Por Giovani Augusto de Queiroz
em 2 de Outubro de 2011 às 12:02.

A escola pública de nosso país não está preparada para uma inclusão verdadeira, pois faltam equipamentos, professores preparados, recursos didáticos que realmente contribua para o desenvolvimento das crianças com necessidades especiais. Mas como isso está longe de acontecer e precisamos receber essas crianças com dignidade e igualdade basta que os professores abandonem seus preconceitos usem o bom senso do planejamento de suas aulas e incentivem esse aluno para que faça o melhor possível.

Por Mariane Mendes Luiz Corrêa
em 2 de Outubro de 2011 às 17:17.

Este assunto vem sendo muito discutido nos últimos tempos, e achei super interessante à postagem dele aqui nesta comunidade. A inclusão de portadores de deficiência no âmbito escolar demanda modificações profundas e importantes em todo o contexto; no planejamento das aulas e no âmbito físico e social. Por isso o sistema de ensino brasileiro precisa ser modificado e acrescentado adaptações para as tais necessidades. As instituições de ensino precisam acatar esta idéia da inclusão, pois, além de contribuir pelo desenvolvimento pleno dos deficientes, é uma oportunidade para os outros alunos conviverem e aprenderem a lhe dar com os portadores.

Nas aulas de Educação Física é um ambiente muito importante para o desenvolvimento dos alunos portadores de deficiência, por isso os professores devem estar preparados para esta situação. Uma dica que ofereço pela pouca experiência que tenho é que nunca devemos excluí-los e sim tratá-los como um ser normal sempre incluindo, claro que com cuidados, em todas atividades dadas juntos com as outras crianças.

Por Camila de Lima Medeiros
em 2 de Outubro de 2011 às 23:03.

Aproveitando o ensejo, existe uma revista super bacana que esclarece muito sobre as variadas deficiências e ainda dá dicas de aulas inclusivas para sala de aula e na Educação Física Escolar.

O site é http://www.cirandadainclusao.com.br/cirandaa/home.php

E podemos encontrar essa revista em qualquer banca!

Abraço a todos!

Por Roberto Affonso Pimentel
em 3 de Outubro de 2011 às 15:48.

Professores(as),

Em outra Comunidade do CEV que trata do mesmo assunto, postei um comentário dizendo sobre minha vivência no tema. Acessem www.procrie.com.br/aprenderaensinar-metodos(I). Vejam parte dele:

Interesse e Inclusão - Certa feita, em conversa informal com um professor de Educação Física da UERJ, argumentou: "Como poderei ensinar um indivíduo a dar toques na bola de voleibol se ele nem segurar a bola consegue"? Não respondi, pois presumi que naquela altura do diálogo ele demonstrava insatisfação com as novas medidas adotadas com a exclusão de testes para ingresso na universidade. Mas a indagação permaneceu em minha memória. Anos mais tarde fui convidado a ministrar aulas num Curso de Férias para 14-16 professores de vários estados na Universidade Gama Filho. Coube-me a Iniciação ao Voleibol e me destinaram somente 3-4 aulas práticas. Na primeira intervenção - apresentação - apressei-me em conhecer-lhes as habilidades motoras que já possuíam, desperto pela lembrança daquela conversa. Sutilmente, envolvi-os em brincadeiras com as bolas e pequenos deslocamentos, enquanto observava o comportamento geral - manuseio da bola, equilíbrio etc. E detectei vários professores talentosos, alguns ex-atletas de voleibol. Todavia, um deles me chamou a atenção: era completamente descoordenado, desastrado mesmo com a bola. Certamente jamais lidou com elas. Reuni-os e expliquei-lhes minhas propostas de ensino gerais e, em seguida, dei início ao primeiro tema: a criança e a bola. Como desenvolver esta nova relação? Como fazer para instruir sobre o manuseio da bola? Diante do mutismo (ou curiosidade) de todos, indaguei tempestivamente: "Quem sabe jogar voleibol"? Todos se apressaram a levantar a mão, exceto um, que ficou imperceptível para os demais. Em seguida, sugeri um exercício simples e solicitei dois ou três voluntários que logo se apressaram a colaborar. Realizamos os ensaios rapidamente e logo lhes propus outro. Novos voluntários deveriam se apresentar e, neste momento, intervi e "convoquei" aquele que nada tinha a ver com voleibol. E novamente, realizamos os exercícios. Só que desta feita, repleto de erros, uma vez que ele não conseguia dar seguimento às propostas. Neste momento transmiti-lhes a primeira e mais importante lição: "Se conseguirmos fazer com que este aluno (aquele professor) se divirta jogando voleibol é sinal que estamos no caminho certo". E passei aos temas seguintes tornando aquele personagem a pessoa mais importante da classe, sem menosprezo e, ao contrário, incluindo-o no contexto da turma. Mais tarde, em oportunidades distintas, tive mais dois casos similares, em que minha atuação metodológica foi decisiva para a inclusão de duas alunas universitárias. Consegui despertar-lhes o INTERESSE e satisfiz-lhes as condições básicas para que jogassem com seus colegas. Daí para frente, grandes saltos de desenvolvimento. 

Método de ensino milagroso!

Façam o mesmo e até melhor com seus alunos e todos se lembrarão de vocês pelo resto de suas vidas, tal como aprendi com o poeta inglês Alexander Pope, que definia o método de ensino: ”Convém ensinar as pessoas como se não as ensinássemos. E explicar-lhes as coisas que não sabem como se apenas as tivessem esquecido”l 

No desenrolar desse bate-papo vão surgir outras historinhas que vou contanto a pouco e pouco, pois "educar não é contar histórias"? 

Por Larah Veggi
em 20 de Outubro de 2011 às 19:33.

Em minhas aulas da matéria de Educação Física especial pude fazer várias aulas inclusivas para deficientes que não se tornaram desmotivastes. E outra se o aluno está estudando em uma escola com outros colegas não deficientes eles tem capacidade de acompanhar o que os outros alunos faz se não não  estariam estudando ali.  Porém para se dar aulas em escolas exclusivas de deficientes como a APAE, creio que nós professores necessitamos de mais cursos, ler muito sobre o assunto pra saber como proceder, creio que o trabalho com deficientes apesar de ser mais complexo deve ser o mais gratificante, independente do valor da remuneração. 

Por Elizabete Lacerda da Silva
em 4 de Novembro de 2011 às 16:40.

Bem como em toda profissão, existe profissionais que buscam como a cara Camila desafios, e outros que simplesmente se acomodam ao invés de buscar informação.

Acredito que é possível, fazer interação dessas crianças com necessidades especiais, junto aos colégios regulares. Essa integração física é importante para todos, pois reduz a distância entre pessoas com e sem deficiência.

Por isso acho que cabe ao governo a elaboração de leis e projetos de lei que criem condições favoráveis à inclusão.

Por Gabriela Vargas Nunes
em 8 de Novembro de 2011 às 21:59.

È necessário sempre pensar na inclusão.

Mais como já vimos relatos, o professor não deve fazer uma aula especifica para o aluno com deficiência, ele deve preparar uma aula onde todos possam participar de maneira: interagir, integrar, incluir. Pois se a aula for especifica o próprio professor estará discriminando seu alunos, e prejudicando o aprendizado dos demais.

 

Abraços.

Por Gustavo Pereira de Paula
em 9 de Novembro de 2011 às 23:21.

Essa infelizmente é uma realidade em nossa sociedade, as vezes até mesmo é a escola que para não ter que fazer adaptações, não aceita o ingresso da mesma. Mas olhando pelo lado que foi colocado no debate, com certeza o professor terá um trabalho redobrado, o que muitos não aceitam pela remuneração baixa, acabando por excluir e privar essas crianças de poderem ter a possibilidade de interagir com os colegas, por essas razões muitos pais de crianças especiais, ou não matriculam elas em nenhuma escola, ou logo procuram uma escola especializada.


Para comentar, é necessário ser cadastrado no CEV fazer parte dessa comunidade.