Pensando na amplitude de conteúdos vivenciados durante a graduação em Educação Física e na restrição dos mesmos encontrados nas escolas , gostaria de propor um debate sobre a formação do profissional e sua pratica na escola. Porque muitos se limitam ao futsal?

Comentários

Por Lindinalvo Natividade
em 16 de Novembro de 2013 às 22:22.

Querida Thuany, muito boa sua indagação. bom, temos aí possibilidades de respostas:  Acredito que seja uma reprodução dos modelos e submissão a ideologia dominante. Estes professores não conseguem conceber a transformação das práticas e autonomia para atuação docente e discente. Realmente uma pena. Tenho um artigo publicado na Revista EF DEPORTES, cujo titulo é: " A capoeira nas escolas municipais de barra mansa. hoje um passo, amanha uma caminhada", onde faço uma reflexao parecida com a sua. "Por que alguns professores de educação física, excluem a capoeira de seus conteudos?". Hoje, as portas de um Doutorado, já me pergunto por que manifestações da cultura afro brasileira não tem lugar nos conteúdos de Educação Física para alguns profissionais da nossa área? vale a discussão...

Por Jaguaracy Conceição
em 17 de Novembro de 2013 às 18:36.

Cara Thuany,

Creio que o FUTSAL seja mais fácil em razão de algumas quadras não possuirem as tabelas para o basquete, os postes para o voleibol, as bolas para o handebol e todas aquelas dificuldades que já conhecemos, notadamente na escola pública. 

Quanto ao que diz Lindinalvo sabemos que as manifestações afro brasileira não têm lugar também nas demais disciplinas. Alguns sistemas de ensino só lembram do 20 de novembro e assim mesmo de uma maneira equivocada pois lembram vagamente de Zumbi e esquecem da obrigatoriedade da Lei 11.645/08 ou querem falar da 10.639/03, que foi substituída por aquela.

 

 

 

 

 

 

 

 

Por Mabliny Thuany Gonzaga Santos
em 20 de Novembro de 2013 às 20:27.

Concordo com o que foi dito acima, no entanto penso que a falta de material é apenas uma "desculpa" usada pelos professores para não trabalhar, pois sabemos que existem diversas maneiras de trabalharmos com a educação física de forma criativa e interessante. Existem tantos outros conteúdos importantes e que poderiam significar ganhos na vida dos alunos. Infelizmente o que podemos fazer é apenas nos concientizar da importancia do trabalho com outros conteúdos, e mesmo se o profissional optar pelo futsal que o faça de forma pensada.

Por Edison Yamazaki
em 22 de Novembro de 2013 às 12:35.

Thuany,

Acho que você já tem um resposta para a sua pergunta antes mesmo dos outros responderem. O que você parece querer é apenas uma confirmação do que pensa.

É isso mesmo... existem quadras sem condições de você ensinar outro esporte. É lógico que tudo poderia ser diferente e sermos todos mais criativos e participativos, mas a realidade é bem diferente do que achamos. Depois de passar uns vinte anos tentando trabalhar da maneira mais profissional possível, criando condições para que os alunos não fiquem sem as aulas de educação física, tirando dinheiro do próprio bolso para comprar o que a escola deveria oferecer, você cansa.

O bom disso é o Brasil é hexacampeão mundial de futsal.

Por Roberto Affonso Pimentel
em 25 de Novembro de 2013 às 09:08.

Prezada Mabliny,       Temos escolas no séc. XIX, professores no séc. XX, e alunos no séc. XXI... Prof. José Pacheco.   Em sua primitiva indagação e posterior comentário revela certa decepção e aponta caminhos a serem percorridos. Lembro a você que a questão inicial se completaria chamando a atenção  para a atuação das PROFESSORAS, isto é: Por que as professoras de Educação Física se limitam ao jogo de QUEIMADA?  Como todos nós já passamos por experiências múltiplas quando nos bancos escolares, não é de estranhar a repulsa pelos maus professores não só de educação física. Imagino que repleta de sonhos, deseja reverter o quadro e empenhar-se para não se tornar mais uma. Louvo-a e estarei sempre à sua disposição para auxiliá-la e não deixar que se apague essa chama, essa esperança de fazer o melhor. Mas, para tanto, examinemos a situação em que você e seus colegas se encontram.  Os professores de educação física são formados em universidades que cumprem (ou deveriam) os respectivos currículos. Seria de se esperar que ao receberem suas respectivas graduações e adentrarem no mercado de trabalho se esmerassem para se tornar mais do que bons profissionais, mas excelentes PROFESSORES. Isto, se BEM formados. E o que isto significa?  Como o espaço é curto para divagarmos sobre o tema, sugiro em primeira instância que indague aos corpo docente da universidade que frequenta o que pensam a respeito. Mais ainda, como pensam a educação física no Brasil?    Enquanto isto, se quiser se aprofundar, visite http://prezi.com/9nhuhq5t7coh/procrie/ e www.procrie.com.br/sumario. É pouco, reconheço, mas significa um primeiro passo para entrarmos no séc. XXI. Para realizar esse Grande Salto, há que se despojar de tudo o mais e romper com os grilhões que o sistema impõe às jovens sonhadoras como VOCÊ.    Parabéns por sua visão e esperança!

Por Maria Marta Conrado
em 6 de Dezembro de 2013 às 09:22.

Temos consciência de que o futsal tornou-se com o passar do tempo, esportes extremamente diferenciados, do ponto de vista de alta performance, quer seja a partir de estratégias, táticas, regras, sistemas de jogo, quer seja pela técnica de jogo.

Por Leandro Stampini
em 18 de Dezembro de 2013 às 20:07.

Ri com o comentario do Edison Yamazaki! Somos Hexa!!!!
Deixando a brincadeira de lado, concordo com vc Mabliny. Essas desculpas de falta de materiais e ambiente propicio é uma desculpa para a desmotivação de varios professores de Ed. Física. São tantos processos criativos e interessantes que podem agregar conhecimentos e podem ser incluido nas aulas. Por que não aplicar o YOGA nas aulas de Ed. Física? Por que a ginastica geral é tão pouco vista aplicada nas escolas? E a capoeira?...
Portanto cabe aos professores a "MO-TI-VA-ÇÃO" para se capacitar e aplicar em aula!

Por Aline Alves Vieira
em 8 de Janeiro de 2014 às 19:26.

Nós sabemos que no exercício da profissão, seremos cercados por desafios tais como esses de falta de estrutura para se trabalhar outros esportes além do futsal. Mas cabe a nós, profissionais em formação, usar todo conhecimento adquirido durante os anos de graduação somado com nossa cratividade e tematizar as aulas de forma que o interesse do aluno seja mantido e nós possamos desenvolver as diversas áreas do conhecimento daquele aluno. A curiosidade do aluno deve ser despertada para que ele possa perder certos preconceitos e se apaixonar pelas práticas, adotando o esporte como um novo estilo de vida.

 

Por Thaís Lima Gonçalves
em 9 de Janeiro de 2014 às 11:49.

Apesar de novas descobertas cientificas-pedagógicas no campo da educação física, a concepção dominante nos cursos de formação na licenciatura segue ainda hoje muitas vezes o que se denomina “modelo tradicional dos esportes”. Estruturas e materiais inadequados são algumas das  diversas desculpas utilizadas por profissionais da aréa, os denominados"rola bola" para limitar-se apenas à prática do futsal, mesmo assim sem abordar seus conteudos específicos sejam eles taticos e tecnicos teoricos ou praticos. 

Contudo, cabe a nós profissionais de educação física saber que mesmo que o ensino do esporte futsal na escola seja um elemento importante na medida em que se coloca como meio de promoção da saúde e de educação das crianças não é o único metodo a ser utilizado. Temos que colocar em pratica a grande bagagem de experiencias obtidas durante a graduação, de maneira a despertar o interesse dos alunos pelos diversos conteudos disciplinares.

Por Gustavo Vilela Crispim
em 9 de Janeiro de 2014 às 17:25.

   Ainda não sou formado mais tiro experiência pelas aulas de educação física que tive no ensino médio e pelas aulas que venho vivenciando no projeto em que trabalho,que a falta de material é um problema em todas as escolas,mas que,na maioria das vezes o desinteresse de certos professores em buscar novos caminhos para aplicar uma aula diferente aos alunos fala mais alto.Já presenciei professores que mesmo com materiais excelentes em mãos preferem não ter dor de cabeça e ficar no feijão com a arroz.

Ciente de que no país em que o futebol ou futsal domina,sei que a dificuldade em lançar um novo esporte ou se aprofundar em uma modalidade qualquer é muito dificil,mais não impossível.Acho que mesmo com dificuldade o profissional de educação física deve levar novas vivências aos seus alunos.

Por Roberto Affonso Pimentel
em 10 de Janeiro de 2014 às 08:18.

Mabliny,

Uma vez mais volto para mostrar-lhe o valor da criatividade, originalidade e necessidade de servir aos demais. Sem essas características e tendo em vista que o "candidato a professor" quando entra para a faculdade quase sempre já sabe que pretende se especializar em algo e assim perde de vista o sentido geral da Educação Física. Torna-se um especialista e não um genérico. Nada que não possa fazê-lo, mas deveria se interessar por um mínimo de conhecimento do maior número de matérias. E, entre elas, destaco a menos interessante para todos, Psicologia Pedagógica e Metodologia. Se aprendessem mudariam seu comportamento e teriam como progredir em qualquer área de ensino bastando conhecer um pouco de regras específicas e métodos de treinamento. 

Cito um exemplo que me aconteceu quando terminei meu curso na antiga ENEFD (atual UFRJ) em 1968. Fiz concurso para professor da Escola Naval, no Rio. Eram muitos os candidatos, inclusive docentes da faculdade, alguns com livros publicados. Foram vários os testes, especialmente o Psicológico, de 10 horas distribuídas em três dias. Acrescente-se uma prova escrita e uma aula prática sorteado um esporte 24 horas antes. Coube-me o basquete. Então fui até um clube, conversei com o treinador da equipe infanto juvenil e pedi-lhe que improvisasse uma aula (como na escola). Enquanto os alunos desenvolviam os exercícios propostos, discutíamos sobre métodos e pedagogia. No dia seguinte foi demasiadamente fácil. A prova escrita - 4 horas – versava sobre questões as mais diversas, inclusive remo e vela. Para se classificar, o candidato deveria fazer um mínimo de 7,5 pontos em 10.

Em outro momento, após a apresentação de uma recreação de mini voleibol no Rio Centro durante um evento, haveria uma exibição de jovens adolescentes com a atividade futebol de salão. Por descuido, o “professor” esquecera-se de levar a(s) bola(s), pois não sei quantas possuía. Pediram-me emprestada uma do mini vôlei, mas era contraproducente, pois demasiadamente leve para a atividade. Propus-me a ajudá-los e pedi aos meninos que coletassem papéis para confeccionarmos a bola. Em menos de 10 minutos aprovaram o protótipo que os ensinei a construírem e fizeram a exibição sem perda de qualidade. Outros exemplos de criatividade (e interesse) poderia mencionar, especialmente em locais carentes em que realizei atividades com o mini voleibol. Neste momento creio que os professores entenderão o que pretendo expor,

Lembro que as faculdades “cumprem” (talvez) o currículo a que estão consagradas. Nada é acrescentado, sabedores de que estou falando de todas elas em qualquer ramo da atividade, criando-se aí a necessidade de estágios para os acadêmicos. Isto é o que se pretende oferecer com o Procrie, um Centro de Referência em Iniciação Esportiva que, quando instalado fisicamente, dará oportunidade de alunos e professores se atualizar e pesquisarem novos métodos de ensino. Já existe esta oportunidade virtual de Formação Continuada através do blogue www.procrie.com.br/sumario/, com 500 títulos à disposição. Além do sítio exclusivamente educacional PREZI: http://prezi.com/9nhuhq5t7coh/procrie/

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