Cevnautas, embora o Bananão tenha se atrasado quase uma década - 8 anos do governo FHC - estamos todos correndo "atrás do prejuízo" (topo discutir a pertinência da expressão) em matéria de educação online. Esta nota do Blog do Rodrigo Castro no Estadão é um dos bons exemplos da corrida (onde os professores são os integrantes mais valorizados). PRESTENÇÃO! Laércio

08.agosto.2012 00:55:42
Chegou minha vez: virei aluno online!

Que privilégio! Depois de vários anos envolvido com educação à distância, finalmente virei aluno de um curso semipresencial! Escrevo aqui da cidade de State College, no Estado da Pensilvânia, sede da Penn State University, uma das melhores universidades do mundo no formato online (e no presencial também).

Calculo que terei conteúdo interessante para pelo menos uns 3 posts sobre tudo o que tenho visto. Acho que vocês vão gostar. Este é o primeiro.

Estou na segunda parte de um curso chamado Emerging Leadership in Online Learning (algo assim como “Lideranças Emergentes em Educação Online”). A primeira parte do curso foi online agora em Julho e durou 2 semanas. O curso foi desenvolvido há 4 anos, num esforço conjunto do Sloan Consortium e da Penn State University, para formar os futuros líderes dessa nova educação mundial.

Antes de começar, queria apenas comentar o impacto que sempre sofro ao visitar uma grande universidade americana. Fico absolutamente boquiaberto com a estrutura delas (publico aqui algumas fotos que tirei hoje, clique nelas para ver em tamanho grande).

À primeira vista, quase tudo se aproxima da perfeição organizacional e estética: salas de aula, hotéis, estádios, laboratórios, instalações esportivas de nível olímpico… Tudo isso girando em torno de objetivos bem práticos: formar futuras gerações de profissionais e cientistas. Parabéns para eles!

Pois bem, o formato do curso em si já é uma experiência em mutação. Em seu quarto ano, os organizadores decidiram dividir o curso assim: 2 semanas Online + 1 semana presencial + 1 mês Online + 1 semana presencial. Em inglês, esta modalidade é mais conhecida como blended.

Segundo eles, estas primeiras semanas em formato online preparam bem os alunos para o que virá no primeiro período presencial. Assim as pessoas já chegam aqui conhecendo um pouco umas às outras e o que cada um pensa sobre cada tópico.

Sendo sincero, fiquei um pouco decepcionado com meu próprio rendimento neste primeiro período online. Das seis atividades solicitadas e dos seis debates estabelecidos só consegui arrumar tempo para participar de 3, ou seja, tive apenas 50% de aproveitamento. Ainda assim gostei muito da experiência.

Cada atividade foi coordenada por um professor diferente, todos com o compromisso de responder individualmente a 100% dos comentários de cada aluno. Antes de chegar aqui corri para ler tudo o que perdi das leituras e dos debates obrigatórios. Fiz bem, pois este conhecimento tem sido exigido.

Minha maior dificuldade foi conseguir seguir os fóruns de debate, que não eram muito práticos pelo volume de comentários. Com 37 alunos no grupo, quase todos americanos, também ficou difícil eu conseguir agregar algo que algum americano ainda não tivesse comentado com bastante qualidade.

Dentre os vários debates que estabelecemos e exercícios que fizemos nessa parte online do curso, divido com vocês 10 pontos interessantes que levantamos:

1) O mercado da educação à distância ainda está em formação. Todos estão investindo, mas ainda o fazem no escuro. Ninguém sabe ainda onde isso vai parar;

2) Existe um consenso generalizado de que o setor está realmente se convertendo a algo novo e grande;

3) Já não existirão cursos totalmente presenciais. Eles já não têm razão de existir sem um componente pela internet;

4) Empresas e escolas com grande capacidade de construção e transmissão de conhecimento à distância já valem mais no mercado do que as que não a possuem;

5) As tecnologias estão mudando muito rápido, gerando muita desconfiança e insegurança entre os gestores da educação, que estão preferindo postergar aquisições;

6) Os chamados LMS (Learning Management Systems) tais como Blackboard ou Moodle vão desaparecer por falta de utilidade (convido aos representantes dessas empresas a refutarem esta afirmação);

7) As estruturas de custo da educação mudarão completamente, exigindo uma nova forma de controlá-los. Salas de aula e localização privilegiada já não terão muito valor. Valerá mais a capacidade de mobilização dos agentes envolvidos no aprendizado, onde quer que estejam;

8 ) A geração de conteúdo de qualidade continuará fazendo muita diferença para as escolas de elite. Para as menores, o que vai valer será a qualidade da compra e gestão destes conteúdos, bem como a capacidade de integração desse conhecimento com a realidade local dos seus alunos;

9) A empresa que conseguir desenvolver uma plataforma (solução) “universal” de construção e transmissão de conhecimento vai se tornar uma das maiores empresas do mundo nas próximas décadas;

10) Os governos terão muito trabalho para regular o setor, pois, como já discutimos aqui antes, os diplomas perderão valor em prol dos certificados e exames de proficiência profissional.

Um destes debates online aconteceu após a análise de diversos vídeos que foram gravados com visitantes ilustres que passaram por aqui para debater o assunto ao longo do último ano. De todos os vídeos que assisti, gostei mais deste aqui, com o Graham Atwell, que divido com vocês. Está em inglês (para ativar os subtítulos clique em “CC”, depois em “Translate Captions” e depois “português”):

Bem, até a próxima! Tenho que dormir pois amanhã teremos um debate começando às 7h da manhã. Odeio acordar cedo.

Fonte: http://blogs.estadao.com.br/a-educacao-no-seculo-21/

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