Cevnautas,

Só poderia vir da CBF - até tu, Waltinho, quem diria!!! - o artigo contra o Juca Kfouri (Melhoras, cevnauta!). A defesa veio de ninguém menos do que o mestre dos jornalistas brasileiros, Alberto Dines, no não menos respeitável Observatório da Imprensa.  Laércio

JORNAL DE DEBATES > CBF & JUCA KFOURI
Golpe baixo

Por Alberto Dines em 18/05/2015 na edição 850

O valente jornalista Juca Kfouri, que desde a sexta-feira (15/5) está internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, recuperando-se de complicações decorrentes de uma cirurgia, sofreu no domingo (17) um covarde ataque do médico & cartola Walter Feldman, atual secretário-geral da CBF, nobre e honestíssima entidade esportiva que tantas alegrias tem proporcionado ao cidadão brasileiro.

Na nobilíssima página 3 da Folha de S.Paulo – ultimamente engajada em promover disputas e fazer barulho a qualquer preço – o celebrado colunista foi atacado pelo esculápio com a clara cumplicidade do jornal, ciente de que o seu colaborador encontrava-se hospitalizado.

O texto “Paixão e rancor” é medíocre, maroto, apequenado, rasteiro, desprovido de qualquer atributo intelectual que justifique a privilegiada exposição. Juca Kfouri é um gigante do jornalismo brasileiro e não apenas do jornalismo esportivo. Nunca fugiu ao debate, enfrenta com reconhecida galhardia – e sempre com muita graça – todos os tipos de desafetos. Mas não se pode esperar que ainda na UTI tenha condições de tourear este bode enfezado.

A “nova” CBF tão ardentemente defendida pelo ex-deputado federal e servidor de tantos patrões é idêntica à velha CBF. Isto está claro. A reportagem de capa da presente edição de CartaCapital (nº 850, de 20/5), “CBF: barco furado”, denuncia exatamente este continuísmo.

A Fifa também sendo questionada, seus dirigentes deveriam estar no xilindró, mas comporta-se com um mínimo de decência. Não é este o paradigma adotado pela nova leva de cartolas nativos. O espírito mafioso persiste, intacto.

Este observador já serviu de testemunha de defesa de Juca Kfouri em vários processos e ficará honrado se convidado para novas missões. Mas não se sente habilitado a falar em nome de um expert do porte de Juca.

Desprovido de qualquer fair-play e esportividade, Walter Feldman não perde por esperar.

FONTE: http://observatoriodaimprensa.com.br/jornal-de-debates/golpe-baixo/

O texto da FSP:

Paixão e rancor
Com tantas inovações na CBF, prevê-se muita irritação de Juca Kfouri, que parte do pressuposto de que tudo no futebol brasileiro é ruim
WALTER FELDMAN
No domingo passado (10), o jornalista Juca Kfouri, como de praxe, publicou mais uma coluna rancorosa nesta Folha. Dessa vez, em relação a mim e à CBF. Quero, de início, dar meu testemunho sobre os diretores, funcionários e colaboradores da confederação, que são profissionais bem formados, dedicados, comprometidos, enfim, homens e mulheres de bem que não merecem ter sua honra atingida.

Aqueles que me conhecem sabem que o ódio não é meu forte, que tenho aversão à intolerância. Ao longo dos últimos 40 anos na vida pública, dediquei-me à construção de pontes, levando o diálogo à exaustão em momentos em que as barreiras pareciam insuperáveis. Não compactuo com a ideia de destruir por destruir e acredito que visões radicais são caminho para o atraso.

Vou deixar de lado as ofensas pessoais que Juca Kfouri pratica. Vamos ao que ele diz, como um colunista que teria, supostamente, a função de informar seus leitores.

Juca afirma "que a nova direção [da CBF] de nova só tem a maquiagem". Não é verdade. Juca é contra o "fair play", como é contra tudo o que acontece no futebol. Dentro e fora de campo, desmerece vitórias e comemora insucessos com mais vigor do que qualquer adversário.

Mas na esfera administrativa, nos regulamentos de competição, clubes e CBF dão passos decisivos de avanço. Não se importam com as críticas e realizam "fair play", o trabalhista, por exemplo, por unanimidade de votos das séries A, B e C. Se atrasar salário, perde pontos.

O presidente Marco Polo Del Nero assumiu em 16 de abril pronto para dar uma arrancada modernizadora para o futebol brasileiro. O primeiro Congresso do Futebol Brasileiro vem aí, aberto a todos. A todos.

A nova direção da entidade tem mais do que projetos, tem determinação. A pleno vapor está o planejamento para os próximos 20 anos do futebol nacional. A CBF não trabalha só. Ouve os clubes, as federações, edita regulamentos a várias mãos, convida a participar.

Só nesses poucos dias de gestão reunimos em seminários treinadores, médicos e gestores de clubes.

Foi criada a área de planejamento estratégico com a missão de coordenar as novas práticas: cursos de capacitação e reciclagem, certificação pelo ISO 9001 das áreas-fim, sustentabilidade, novo modelo organizacional, nova identidade de marca, pesquisas de opinião, regras de governança, "compliance", orçamento base zero, só para começar.

Caminham em paralelo a comissão de clubes e o grupo de trabalho para discussão da relação entre clubes e atletas, com larga participação dos artistas da bola. Terão ênfase temas como calendário e previdência.

Com tantas inovações, pode-se prever muita irritação nas colunas de Juca Kfouri, que já tem a verdade definitiva assentada em sua cabeça, que parte do pressuposto de que tudo no futebol brasileiro é ruim, que nossos jogadores são barnabés e que tudo que o futebol faz é desprezível.

Gostamos do desafio de elevar nosso popular esporte a um patamar cada vez mais formador, competitivo, justo e social.

Felizmente, Juca e eu estamos em campos opostos. Ele gosta de medida arbitrária. Eu, do debate democrático. Ele coloca a certeza empedernida adiante dos fatos. Eu, não. Eu vejo magia nos campos. Ele vê bruxarias. Eu acho que futebol é paixão. Ele acha que é rancor.

Eu amo futebol. Ele, talvez, simplesmente, não ame.

WALTER FELDMAN, 61, médico, é secretário-geral da CBF - Confederação Brasileira de Futebol. Foi deputado federal pelo PSB-SP

FONTE: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/219527-paixao-e-rancor.shtml

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