Construção de grandes equipamentos esportivos: políticas para utilização e manutenção - Angélica Barbosa e Cláudia M. P. Santos 

Historicamente nos deparamos com situações em que o Brasil, como responsável por determinada “obra”, “ação”, não demonstra competência em planejar adequadamente, sem priorizar reais necessidades, deixando a desejar no resultado final.

Em outros momentos, apresenta “obras” superfaturadas, motivo de escândalos públicos, o que causa cada vez mais a falta de credibilidade tanto da população como do mercado internacional.

Nosso país tem exemplo de “obras” grandiosas, super “equipamentos esportivos” que além de gastarem um alto orçamento na construção, depois dos eventos aos quais foram destinados, ficaram de lado, ociosos, e gerando gastos enormes para sua manutenção, como é o caso do Parque Aquático Maria Lenk, construído para os Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro e que hoje tem um aproveitamento muito aquém da sua capacidade e quase não recebe a elite do esporte brasileiro para competições oficiais.

Agora estamos prestes a realizar outros grandes eventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Outras grandes obras estão sendo executadas e será que paralelo a essas construções também estão sendo elaboradas efetivas políticas que visam a utilização frequente e manutenção adequadas dos novos equipamentos esportivos? Ou serão apenas mais “Elefantes Brancos”, que após as competições serão inutilizados?

Comentários

Por Angélica Barbosa
em 22 de Julho de 2013 às 10:44.

E este não é nem o caso de questionar o que se gasta nas construções para as realizações desses grandes eventos e que poderia estar sendo empregado para outras necessidades do país ( como saúde, educação, saneamento básico...) , mas sim de querer saber se tudo isso que está sendo construído poderá ser aproveitado depois, e  se o país terá condições de manter todas as obras em bom estado. Por que não adianta agora tantas belas construções, comparadas à obras de primeiro mundo e que depois dos eventos esportivos muitas poderão ser abandonadas e acabar se gastando mais para demoli-las , como o caso do Parque Aquático Maria Lenk. 

Por Angélica Barbosa
em 2 de Agosto de 2013 às 13:15.

Essa é apenas umas das dúvidas que todos nós temos: o que fazer com os templos esportivos pós-copa. Verbas para a construção e disposição da parte dos governantes para garantir a qualidade e o prazo das obras tem, mas e depois da copa? Construir estádios para serem usados somente na copa? Não haverá dinheiro para manter os estádios, isso é óbvio. Durante alguns meses, algumas empresas tentarão explorar o espaço e depois tudo ficará abandonado. Foi assim em outros países em desenvolvimento quando realizaram grandes eventos esportivos que precisaram de grandes obras. No Brasil não será diferente. Mas, o tempo passará e tudo será esquecido até outra manifestação num ano qualquer por um motivo qualquer. Aí, sairão milhares às ruas gritando frases patrióticas e exigindo melhorias. A grande melhoria que pode haver para o país é o povo aprender a votar e deixar sem cargo público alguns péssimos profissionais.

 

Por Roberto Affonso Pimentel
em 2 de Agosto de 2013 às 15:16.

Às professoras e acadêmicas ouro-pretanas,

Psicólogos, economistas, políticos, professores, Humanos (em geral), todos têm dois Sistemas para avaliar e interpretar o que ocorre à sua volta. São denominados pelos psicólogos simplesmente como Sistema 1 e Sistema 2. A visão do mundo percebida pelo Sistema 1 (Humanos) é limitada pela informação que está disponível a um dado momento e, desse modo, não podem ser tão consistentes e lógicos quanto o dos economistas (racional). Os primeiros são às vezes generosos e, normalmente, fazem pouca ideia sobre do que irão gostar no próximo ano.

O foco do nosso interesse (teoricamente) seria tentarmos responder a uma pergunta específica: "Quais regras governam as escolhas das pessoas entre diferentes apostas simples e coisas seguras"? Toda escolha significativa que fazemos na vida vem acompanhada de alguma incerteza; assim, na tomada de decisão espera-se que algumas lições aprendidas na situação-modelo (ensaios) sejam aplicáveis a problemas do dia a dia, bem mais interessantes. 

Quando estudamos um julgamento, nós nos empenhamos num cuidadoso exame de nossas próprias preferências intuitivas (Sistema 1). Dedicamos nosso tempo inventando simples problemas de decisão e nos perguntando como faríamos nossa escolha. É claro que os políticos mal intencionados têm diferentes interesses, até mesmo pelos partidos a que pertencem, mas os idealistas e administradores honestos se diferem daqueles, mesmo sendo minoria.

É importante que os jovens se manifestem publicamente, mas não menos importante é tomarem conhecimento de como nossa mente reage a estímulos sensoriais e intuitivos - manobrados pelo Sistema 1 - e os diálogos internos nada cômodos promovidos pelo Sistema 2 de nossas mentes. Nesse particular, a lembrança de situações já vivenciadas ajuda-nos na busca dos melhores caminhos. Não quer dizer que vamos acertar, mas estamos próximos. E, certamente, mais à frente, reformulamos uma vez mais nossos julgamentos. 

Em suma; "Vale a pena correr o risco ao fazer uma escolha, mesmo cercado de todos os cuidados, ou ao contrário, permanecer à espera e cruzar os braços"?

Por Ruana Caroline Ramos Batista
em 3 de Agosto de 2013 às 16:58.

Esses templos esportivos deveriam ser utilizados pòs copa e pòs olìmpiadas para a promoção do esporte,sendo utilizados na iniciação visando um trabalho a longo prazo para a promoção de novos atletas,novos talentos e sediar também grandes eventos erportivos assim em época alguma eles serão considerados "elefantes brancos" promovendo o esporte cada vez mais.

Por Ciro Ferreira Pieroti
em 4 de Agosto de 2013 às 13:22.

Seguindo o mesmo pensamento da Angélica, verbas para a construção e disposição da parte dos governantes para garantir a qualidade e o prazo das obras tem, e dinheiro para garantir a manutenção desses estádios não terá, ai mais uma forma de desvio do dinheiro público para bancar coisas desnecessárias, pois após o encerramento da copa muitos estádios não serão mais utilizados. Mais um bom exemplo de insatisfação da população brasileira que necessita de mais atenção da parte dos governantes. 

Por Alan Jaques Martins
em 4 de Agosto de 2013 às 19:50.

O Brasil hoje em dia , está em clima de copa, em clima dos megaventos,  gastando milhões e milhões em estádios, estádios que serão realizados poucos jogos, estádios que serão construídos em áreas de uma estrutura nao considerável,  estádios que nao precisaria de muita verba, verba estas que poderiam estar sendo utilizadas em outro ramo, como a educação, saúde e transporte , o que foi um dos motivos da revolta de muitos Brasileiros que "acordaram". Como a Angélica disse , Há muita euforia por parte do governo  para construção , mas vamos pensar no depois, e quando a copa acabar ? como ficarão os estádios, por exemplo, do norte, da amazonia ,Será que vai continuar havendo jogos lá em outras competições ? Será que vão continuar sendo usados para promoção dos esportes e atletas , como disse a Ruana ? 

Por Celina Maria Fonseca
em 7 de Agosto de 2013 às 00:14.

O legado da Copa do Mundo, no final das contas, serão estádios modernos, grandiosos, bonitos e caros (alguns inúteis) e nada mais. Para o povo brasileiro fica a certeza de que o poder público gasta de forma errada, tem prioridades equivocadas e é incompetente. Não houve investimento em mobilidade urbana, segurança ou melhoria nos serviços, o Brasil continua igual e irá surpreender os turistas (de forma negativa).


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