Cevnautas,

A proposta enviada ao congresso torna Educação Física e Artes eletivas. Temeridade!

Laércio

Plano do ensino médio abre mão de artes e educação física e repete meta
Rivaldo Gomes/Folhapress    

NATÁLIA CANCIAN, MARINA DIAS DE BRASÍLIA;  PAULO SALDAÑA, DE SÃO PAULO. 22/09/2016  15h15 - Atualizado às 17h50

O novo modelo para o ensino médio, apresentado nesta quinta-feira (22) pelo governo Michel Temer (PMDB), flexibiliza o currículo da etapa, acaba com a obrigatoriedade de disciplinas de artes e educação física e traz um incentivo à expansão do ensino em tempo integral.

As mudanças propostas serão agora levadas ao Congresso por meio de uma MP (medida provisória), para acelerar a tramitação legislativa.

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O texto da MP assinada por Temer provoca a maior alteração já feita na LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), de 1996. As mudanças terão implementação gradual nas redes de ensino dos Estados, a quem caberá definir a transição para o novo modelo. A expectativa do governo, no entanto, é ter turmas já com a nova proposta a partir de 2018.

O novo modelo irá prever flexibilização do percurso do estudante. Hoje, todos os alunos do ensino médio devem cursar 13 disciplinas em três anos. Com a mudança prevista na MP, somente parte da grade –equivalente a cerca de 1 dos 3 anos da etapa– será comum a todos. Para o restante, haverá a opção de aprofundamento em cinco áreas: linguagens, matemática, ciências humanas, ciências da natureza e ensino técnico.

Ao aluno caberá a escolha da linha na qual deseja se aprofundar. Mas a oferta dessas habilitações dependerá das redes e das escolas. Ao menos duas áreas, entretanto, devem ser oferecidas.

FONTE com fotos e links: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2016/09/1815828-novo-ensino-medio-usa-meta-antiga-e-exclui-artes-e-educacao-fisica.shtml

Comentários

Por Daniel Teixeira Maldonado
em 22 de Setembro de 2016 às 23:10.

Caros colegas professores de Educação Física.   Hoje não posso dar boa noite porque ela não é nada boa.    Todos já sabem que o nosso competentíssimo ministro da educação, juntamente com o nosso digníssimo presidente do Brasil, anunciaram hoje a retirada da Educação Física, de Artes, de Sociologia e de Filosofia como disciplinas obrigatórias no Ensino Médio.   Além disso, nossos grandes especialistas flexibilizaram a contratação de professores para não precisar realizar concurso e não formularam nenhum tipo de posicionamento sobre a realidade do trabalho docente no Brasil.   Após 10 anos de militância por uma Educação Física escolar crítica e por uma educação de qualidade, acabo de tomar uma facada nas costas, principalmente porque entendo que em uma sociedade democrática as propostas deveriam ser discutidas e não realizadas por um medida provisória.   Me doeu mais ainda receber essa notícia no grupo de estudos que frequento, enquanto os integrantes desse grupo estavam discutindo os avanços da Educação Física escolar no Brasil.   Minha indignação hoje não será raivosa, como já fiz muitas vezes, perdendo a amizade de colegas inclusive, mas sim com profunda tristeza.    Finalizo esse texto dizendo que prefiro perder de cabeça erguida do que ganhar roubando. Nesse sentido, não concordo com os discursos que já estão sendo veiculados nos nossos órgãos de classe e pela mídia (como combateremos a obesidade? como formaremos atletas? como aumentaremos o nível de aptidão física da população?). Após todos esses anos de debates e discussões, me entristece profundamente esses posicionamentos acríticos e que não ajudam a sociedade a reconhecer a importância da Educação Física na escola como formadora de pensamento crítico sobre as manifestações da cultura corporal de movimento.   Espero encontrar nos colegas forças para continuar lutando.    Abraços para todos.

Daniel Maldonado

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