O treinamento de força (musculação) prejudica o crescimento longitudinal das crianças?
Segundo Campos (2000), o crescimento longitudinal da criança se dá através da cartilagem de crescimento (placa epifisária ou disco epifisário) presente nas extremidades dos ossos longos. Essas cartilagens separam a extremidade do centro do osso, e, quando ocorre o contato dessas duas regiões considera-se interrompido o crescimento. Geralmente, os ossos fundem-se por completo por volta dos 20 anos de idade em meninos e alguns anos antes em meninas. O crescimento da criança também é influenciado pela ação hormonal, sendo o principal desencadeador o hormônio do crescimento (GH).
Os fatores que podem comprometer o crescimento longitudinal seriam as lesões nas cartilagens de crescimento, que, por sua vez, acarretariam o fechamento prematuro dessa região, cessando o crescimento de forma precoce. Para que o crescimento longitudinal geral fosse comprometido, não bastaria apenas uma lesão em um único disco epifisário, mas lesões simultâneas nos discos epifisários presentes em todos os ossos longos do corpo, fato que parece ser de ocorrência muito improvável.
Dêem sua opinião a respeito do tema proposto.
Comentários
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Eduardo Rodrigues
em 5 de Novembro de 2011 às 02:04.
Este assunto é um dos quem tem mais causado especulações dentre o meio cientifico, acho que para essa afirmação seria necessaria ao menos uma referência, um dos pioneiros do treino de força, William J. Kraemer, deixa claro sua posição sobre o treinamento de força para as crianças: é necessário a supervisão de um profissional para no acompanhamento da realização, e quanto aos "danos" nos discos epifisários, são advindo da má realização do movimento, seja da realização do mesmo ou devido ao excesso de peso. Logo precebe-se que os danos advindos do treinamento de força para criança não é do próprio treinamento, e sim da não supervisão adequada do individuo, uma vez que sabemos que o treinamento de força periodizado trara não apenas benéficios hipertróficos musculares mas também à força e flexibilidade.
PEARSON, David; et. al. The National Strenght and Conditioning Association’s Basic Guidelines for the Resistance Training of Athletes. 22 vol., s.l., National Strength & Conditioning Association, 2000, 14-27.
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Kaio Cesar Caldeira Soares
em 6 de Novembro de 2011 às 21:16.
Em um primeiro momento, devemos levantar alguns questionamentos: qual objetivo desse treinamento? Como um programa de treinamento de força pode ser adaptado de forma segura para jovens? Que tipo de treinamento de força é apropriado para um púbere e como se diferencia de um programa para pré-púberes?
Essas questões devem estar esclarecidas, pois crianças pré-púbere além do risco de sofrer os mesmos tipos de lesões que os adultos, estão sujeitos a lesões na cartilagem de crescimento, que se encontra em três locais: na placa epifisária, na epífise (superfície articular) e na apófise (inserção tendínea). Esses três locais de crescimento da cartilagem são mais suscetíveis à lesão durante a fase do estirão de crescimento na adolescência, assim como o aumento da tensão muscular em torno das articulações (KRAEMER & FLECK, 2006). Com isso não devemos generalizar para a não prática do treinamento de força para crianças e jovens, desde que este seja supervisionado por um profissional qualificado e adequado com a faixa etária e com o objetivo proposto, pois é sabido dos benefícios proporcionados por treinamentos de força, como o aumento da força muscular, potência e resistência muscular, além diminuição das lesões nos esportes e nas atividades recreativas.
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