Uma pergunta que sempre deve ser feita antes de começar a realizar um trabalho é qual o objetivo do mesmo. Para ensinar o esporte a uma criança podemos pensar em trabalhar apenas uma modalidade (especificidade), trabalhar com objetivo de promover atividade física ou trabalhar querendo que a criança aprenda diversas modalidades.
Alguns autores afirmam que atividade física é benéfica em muitos aspectos da vida diária como crescimento de estruturas físicas e aspecto motor (GALLAHUE; OZMUN, 2005), portanto trabalhar o esporte com esse objetivo seja dentro de uma modalidade ou de várias é bastante interessante.
O problema é quando a identificação de talentos esportivos pode levar ao treinamento desportivo com cargas excessivas e apresentar impacto negativo sobre a dimensão física e bem estar psicológicos de jovens atletas (ZAUNER, 1989). Partindo deste conceito podemos entender o objetivo de trabalhar uma só modalidade muito cedo e arduamente como especialização precoce.
“Proporcionar ao aprendiz a oportunidade de praticar habilidades básicas e de transferir essa aprendizagem para uma destreza similar que é utilizada na modalidade esportiva contribui grandemente para a motivação do jovem atleta (GALLAHUE; OZMUN 2005) e para este perceber-se competente (ALMEIDA; VALENTINI; BERLEZE 2009) traçar metas ligadas ao esporte para a vida futura.”
Há propostas que tem como objetivo ensinar o esporte a crianças de maneira variada e sem especificidade inicialmente, o que corrobora com o parágrafo acima. Desta forma cabe ao professor escolher e definir qual o seu objetivo ao ensinar uma criança e introduzir na sua vida o esporte. Qual é o seu objetivo?
ROCHA, P. G. M; ROCHA, D. S. O; BERTOLASE, A. L. A influência da iniciação ao treinamento esportivo sobre o desenvolvimento motor na infância: um estudo de caso. R. da educação física/UEM, Maringá. V. 21, n.3. p 469-477. 3. TIM. 2010
Comentários
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Edison Yamazaki
em 30 de Abril de 2012 às 19:11.
Wanda,
Primeiro, acho que você deveria colocar um pequeno histórico da sua vida no seu "perfil".
Todo professor de Educação Física deveria ter consigo o objetivo de promover a saúde, que um dia foi definido como o bem estar físico, psiquico e social. Nãos sei se essa definição serve para os dias de hoje porque tudo mudou muito.
Crianças devem aprender brincando, simplesmente porque são crianças. Os objetivos podem ser muitos, com mais ênfase na sociabilização e conhecimento corporal. Agilidade, destreza, velocidade, etc. vem depois e com o tempo. Treinamento esportivo precoce é sempre ruim porque exige do pequeno uma atitude de adulto.
Educação Física é uma ferramenta que ajuda o indivíduo a mudar algumas perspectivas de vida, colocando sua própria saúde e bem estar em primeiro lugar, pois ele precisará disso a vida inteira.
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Roberto Affonso Pimentel
em 30 de Abril de 2012 às 19:45.
Wanda,
Seus dizeres e sua indagação nos levam a um caminho muito desprezado pelos professores universitários e, consequentemente para os acadêmicos, seus alunos. Há um verdadeiro desprezo pelo que se chama Metodologia e Pedagogia, desconsiderada pela grande maioria. Assim, quando lançados no mercado de trabalho sobrevém a indagação que colocou no início do texto: O que vou fazer? Como? A única ferramenta de que dispõem os novos professores é a "receita técnica" que lhe foi passada nessa ou aquela atividade. Infelizmente é assim e vai levar um bom tempo para que se apercebam que devem abrir os livros (não apostilas) de Psicologia Pedagógica e começarem seu verdadeiro aprendizado. Além disso, há que interpretar o que se lê, isto é, como realizar na prática? E, aí, haja criatividade e intuição.
Embora não seja um perito no assunto (teoricamente), tenho propostas práticas que poderão ajudar a quem estiver interessado verdadeiramente. Sem modéstia, tenho certeza - e muitos outros - que minhas aulas e treinos estão acima do padrão existente no Brasil. Algumas cabeças coroadas já me disseram. Aliás esta foi a minha motivação em produzir o blogue, isto é, concebi um projeto virtual para coorientar professores, treinadores e alunos de EF. Trata-se do Procrie - www.procrie.com.br - em que todos poderão usufruir gratuitamente dos artigos que, embora digam muito de voleibol, os mais atentos descortinarão que as discussões sobre metodologia e pedagogia são aplicáveis a qualquer matéria de ensino, haja vista um fórum com professor de futsal e outros. Poderão navegar pelo "Novo Sumário" e perceber a profundidade e variação de temas (+ 400), além de um planejamento geral no Prezi-Procrie.
No caso específico citado sobre o "aprendiz praticar habilidades básicas", existe um artigo em que comento com um mestre paulista experiências vividas por mim quando garoto e sua conveniência futura no desenvolvimento esportivo, não importa qual. Veja em www.procrie.com.br/teoriaepratica/ Observará, ainda, outros aspectos que devem ser levados em consideração que antecedem quando se planeja a atividade, especialmente numa escola. Muitas coisas apresento no blogue para que sejam discutidas, caso se disponham a comentar in loco.
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Roberto Affonso Pimentel
em 30 de Abril de 2012 às 20:11.
Wanda e Edison,
Exatos 34 minutos separam o meu comentário do que realizou o Edison que, como sempre, com muita propriedade. Todavia, ele deixa nas entrelinhas a acentuação de que falava sobre métodos e formas de conduzir os indivíduos na prática esportiva.
Penso que ele se reporta do Japão e conhece bem a sociedade e comportamento japoneses. Contudo, como citou um detalhe "Crianças devem aprender brincando..." lembrou-me um fato ocorrido durante o 1º Simpósio Mundial de Mini Voleibol promovido pela FIVB na pequena cidade de Ronneby, na Suécia, em 1975. Ali conheci o professor japonês Toyoda e G. Dürrwächter, um alemão alegre e brincalhão. Ambos nos contemplaram com suas aulas práticas sobre métodos de preparação e deu para perceber a incrível diferença na metodologia que empregavam. Num dos seus livros, Dürrwachter intitulou-o VOLLEY-BALL, SPIELEND LERNEN – SPIELEND ÜBEN (Voleibol, aprender brincando – aprender jogando), o que bem traduz sua conduta metodológica. Enquanto isto, Toyoda apresentou variações de treinamento de adultos a serem empregados pelas crianças. Aliás, não só ele, como o alemão oriental Baacke, um dos mais influentes da Fivb. Interessante, que em 1984, em Buenos Aires, uma vez mais contemplei a mesma metodologia no Simpósio Argentino de Mini Vôlei. Creio que estavam confundindo o ponto de chegada com o ponto de partida. Mas, pelo que o Edison nos relata, creio que os japoneses adotaram o método alemão. Felizmente!
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Edison Yamazaki
em 8 de Maio de 2012 às 01:19.
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