Raí, Paula, Ana Moser, Ida e Joaquim Cruz pedem revisão das políticas de incentivo ao esporte

Da redação - São Paulo

postado em 09/08/2010 15:19 h
atualizado em 09/08/2010 15:53 h

Raí Oliveira, Ida, Ana Moser, Magic Paula e Joaquim Cruz reuniram-se hoje (9/8), em São Paulo, com o ministro do Esporte, Orlando Silva. No encontro, os ex-atletas da ONG Atletas pela Cidadania levaram ao ministro propostas para a valorização do esporte brasileiro tendo em vista a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016.

No documento apresentado, os atletas defendem a necessidade de democratização da atividade esportiva, em todas as escolas públicas, com aumento do investimento público na educação esportiva. Pedem, ainda, a revisão do Sistema Nacional do Esporte, de forma que a sociedade tenha mais dados e informações sobre o assunto.

O presidente da Atletas pela Cidadania, Raí Oliveira, acredita que o esporte ainda é visto como supérfluo dentre um universo de temas tão importantes para o desenvolvimento do Brasil. O esporte desejado pelos atletas da ONG vai contribuir para o desenvolvimento da sociedade, na melhoria dos indicadores sociais, de um modo geral. Por isso, é necessário um maior investimento no desenvolvimento de políticas públicas que busquem o esporte para o desenvolvimento social e por isso, os recursos atuais e a média histórica não são suficientes, ainda mais tendo-se em vista os mega eventos esportivos.


Conheça os principais pontos do documento:

1. Garantia da prática esportiva na educação pública brasileira, estabelecendo como metas: ter até 2014, 100% das escolas públicas das cidades sedes da Copa do Mundo, com esporte educacional regular, monitorado por um profissional e espaço físico adequado e para 2016, a cobertura de 80% das instituições de todo território nacional.

2. Democratização da atividade esportiva, proporcionando equipamentos públicos com diversidade de modalidades ofertadas para a população, como forma de estimular a prática desportiva para melhoria dos níveis de saúde pública.  A meta estabelecida pela ONG é dobrar a freqüência de atividade física entre os brasileiros nas cidades sedes da Copa do Mundo até 2014 e em 2016 alcançar toda a população do país.

3. Aumento dos investimentos públicos, chegando até 2016 com 2% do orçamento federal dedicado ao esporte e 1% estados e municípios, especialmente aqueles que sediarão os eventos esportivos Copa de 2014 e Rio 2016.

4. Revisão do Sistema Nacional de Esporte, com foco para: levantamento de dados e informações regulares, desenvolvimento e implementação de sistemas de monitoramento e avaliação do esporte, a integração das políticas públicas, proteção ao atleta profissional com garantia de estudo e formação, além da integração do sistema esportivo educacional, participação e alto rendimento.

5. A Pesquisa de Informações Básicas Municipais do IBGE aponta que das 140.867 escolas públicas municipais somente 12% possuíam instalações esportivas. Para os atletas, é preciso que a cultura prática esportiva seja incentivada desde a infância, como forma de se incorporar os valores atrelados ao esporte como respeito, saúde e cultura de paz, além de ser o início para o investimento em futuros atletas profissionais.

6. O mesmo documento do IBGE demonstra que as prefeituras têm apenas 1,4% de seu pessoal dedicado à área do esporte. Revela, ainda, que somente 7,4% dos municípios possuíam complexo esportivo, 67% destes  concentrados na região sudeste. O mesmo relatório aponta que as competições esportivas existem em 78,4% dos municípios e o esporte de base em 59,6%. A estatística por modalidade mostra que a maior parte das cidades investe em futebol (95,5%) e futsal (66%), seguidos por vôlei (60,5%) e atletismo (43,6%).

7. Ainda segundo a ’Pesquisa Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas’ do Ministério da Saúde, em 2008, no conjunto da população adulta das 27 cidades estudadas, a freqüência da atividade física suficiente no lazer foi de apenas 16,4%. O documento ainda aponta que prática aumenta com a escolaridade das pessoas.

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