Há pouco mais de um mês da competição, as instituições de ensino superior vêm se preparando para mais esse evento esportivo, esse que serve de porta de entrada para os Jogos Universitários Brasileiro. Em 2014 realizaremos a 62ª edição, são esperadas aproximadamente mais de 4.500 pessoas, entre atletas, técnicos e organizadores, na capital sergipana, no fim de outubro início de novembro, competindo nas 11 modalidades esportivas.

Falando da fase mineira, que acontecerá na cidade de Viçosa no próximo mês,  a Universidade Federal de Ouro Preto vem se preparando cada dia mais com relaçao aos treinamentos de seus atletas. Todos estão empenhados e motivados para a realização/participação da competição. Esse evento que permite uma integração entre várias instituições, contato com pessoas de diferentes ambientes, permite o trabalho em equipe, a superação de obstáculos (falta de verba para uma possível viagem, falta de material esportivo), por exemplo. Proporciona novas experiências e aprendizado.

Quero saber se conhecem ou já ouviram falar dessa competição?!

Comentários

Por Deborah Palma
em 10 de Junho de 2014 às 11:51.

Flavia, eu conheço e bem.

Apesar de ser um evento com grande envolvimento nas duas semanas em que ele ocorre. Acho legal contar um pouquinho da sua história.

O Decreto 3.617 de 15 de setembro de 1941 instituiu efetivamente a Confederação Brasileira de Desportos Universitários, prevendo a criação de associações atléticas acadêmicas em cada estabelecimento de ensino, além da construção de áreas esportivas para a sua prática. Neste Decreto, ainda, instituía os Jogos Universitários Brasileiros - JUBs, reconhecendo as competições já realizadas a partir de 1935, como suas primeiras edições.

Daquela época até 1975, as Associações Atléticas Acadêmicas - AAAs eram vinculadas aos Centros Acadêmicos, todavia, em época de forte repressão política, o governo de Ernesto Geisel baixou a lei 6.251, desvinculando de vez das ações dos Centros Acadêmicos e tornando-os organizações independentes e integralmente responsáveis pela gestão do esporte.

Desde a criação da Lei Pelé, a CBDU foi confirmada como Entidade de Administração do Desporto Universitário Brasileiro, com poderes e direitos equivalentes às demais entidades de administração do desporto. Ela é  órgão maior do esporte universitário brasileiro, reporta-se, na qualidade de membro, à Federação Internacional do Desporto Universitário – FISU. Este órgão internacional, oficialmente criado em 1949, organiza desde 1959 a Universíade, que conta, a cada dois anos, com a participação de dezenas de países. Ano a ano vem crescendo  e, em 2011, o número de participantes era de 144 países membros, que participam não só da Universíade de Verão, bem como da Universíade de Inverno e dos Campeonatos Mundiais.

Voltando a falar de JUBS, de 1935 a 2005, eles tiveram uma formatação. Depois dessa data, até  2012,  este evento, que passou a se chamar Olimpíadas Universitárias, quanto à organização nacional, ficou sob a responsabilidade do COB, Ministério do Esporte e da CBDU e estando totalmente reformulado do evento inicial, adotando, inclusive, padrão de acomodações, instalações e fórmulas de disputas diferentes, inspirados nos moldes olímpicos. Foi uma parceria iniciada em 2005 e que prevê sua execução durante dois ciclos olímpicos. De acordo com o COB, as Olimpíadas Universitárias JUBs 2008, que ocorreram em Maceió, Alagoas, receberam 3.400 participantes de 26 estados do Brasil e Distrito Federal, com representantes de 400 IES, competindo em 19 instalações esportivas. Este evento ocorre durante duas semanas e fecha um ciclo, pois o representante sempre é o campeão de cada Estado para cada modalidade. Em 2009, fechando o primeiro Ciclo Olímpico e contando com a adesão do todas as Federações, as Olimpíadas Universitárias – JUBs ocorreram na cidade de Fortaleza, também com 3.400 participantes. Foram realizadas competições em oito modalidades distintas: atletismo, basquete, futsal, handebol, judô, natação, voleibol e xadrez. 

Desde o ano passado, o evento deixou de ter esta formatação e agora caminha novamente por conta própria. 

Este é um outro capítulo...

 

abs,

 

Deborah

 

Por Mateus Augusto de Oliveira Machado
em 10 de Junho de 2014 às 14:33.

Nossa, uma aula de história o comentário acima, confesso que nunca me passou pela cabeça pesquisar sobre a histórias dessas duas competições universitárias, achei bastante interessante, e espero tirar um grande proveito da minha participação neste ano.

Por Thaiany Luna Pires Pereira
em 20 de Junho de 2014 às 00:07.

Os jogos são muito interessantes e de grande motivação para os alunos da universidade. Como aluna na educação física, vejo que os jogos estão mais ligados na nossa área, porém não são muitos alunos que aproveitam as oportunidades como esta.. Ainda acho que falta um pouco de.divulgação dentro da própria universidade, em envolver.os alunos para as práticas esportivas. Pois temos uma estrutura excelente, e ótimos profissionais trabalhando para que os universitários e outras pessoas da comunidade pratiquem esportes. De qualquer.forma o evento cria.um vínculo grande entre universidade/aluno onde ambos apostam no sucesso e empenho durante a.competição.

Por Roberto Affonso Pimentel
em 20 de Junho de 2014 às 08:36.

Olá Flávia e demais colegas com interesse nas histórias dos JUBs,

No livro História do Voleibol no Brasil (ver www.procrie.com.br) que editei consta do 2º volume breve relato sobre seu desenvolvimento (jogos) no Brasil, como:

  • Resultados das competições (1939 a 1983),
  • Inclusão do voleibol em 1948 (fotos) em 1948.
  • Jogos em Niterói (RJ) em maio/1960 (foto), antecendendo os mundiais de voleibol realizados em novembro.
  • A Universíade de 1963 foi realizada em Porto Alegre (RS), da qual participaria, não fora meu impedimento de afastar-me do trabalho. 

Contudo, a partir da década de 70 e posterior profissionalização do esporte no país, as prerrogativas de participação nos eventos universitários foram deturpadas, i.e., passou-se a "adotar" atletas com bolsas exclusivamente para participar dos jogos. A tendênca parece que teve início no exterior com as equipes nacionais de "novos". O Brasil, p.ex. fez-se representar na Universíade do Canadá com sua equipe principal feminina de voleibol. A tendência se alastrou para outras competições, inclusive militares, como vimos há pouco no Brasil.    

Em uma das minhas estadas em Florianópolis, entrevistei-me com os reitores da UFSC e UDESC, no sentido de estabelecer um projeto de atividades somente para universitários (autênticos), moças e rapazes), que se protificassem a realizar atividades de Lazer Esportivo. Fui vencido pelo "sistema".

 

Por Flávia Eloíza Costa
em 1 de Julho de 2014 às 22:28.

Pessoal, obrigada pela contribuição de vocês no debate. Achei muito interessante a parte histórica contada por Deborah Palma, haviam fatos que eu desconhecia.

Sr. Roberto, achei interessante saber que há um livro onde se encontra a história desse evento. Concordo com o senhor a respeito de instituições que oferecem bolsas para atletas no período de competição. Acho que cada instituição deveria participar de forma "limpa", pois a iserção de atletas de nível profissional disconfigura o formato acadêmico da competição, deixando essas instituições em vantagem. 


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