Estimados,

 

Segue um belo texto enviado pelo Presidente do Comitê Brasileiro Pierre De Coubertin, Prof. Dr. Nelson Todt. Para celebrarmos e relembrarmos um dos grandes protagonistas do Movimento Olímpico. Em breve, novas provocações! Bons Desafios Olímpicos!!!

 

Pierre de Coubertin – 150º aniversário de seu nascimento

Fundador do Movimento Olímpico e restaurador dos Jogos Olímpicos modernos. Nascido em 01/01/1863 em Paris, morreu em 02/09/1937 em Genebra.

 

Pierre de Coubertin costumava passar várias semanas todos os anos em Mirville, propriedade de família na França. Foi lá onde Coubertin desenvolveu suas ideias. Estudou humanismo na escola Jesuíta St. Ignace, em Paris. Apesar de um plano de carreira burguesa, depois de ser aprovado no bacharelado (1880) estudou política, história, sociologia e educação.

Graças à experiência adquirida durante suas numerosas viagens de estudo para a Inglaterra a partir de 1883 em diante e, pela primeira vez, à América do Norte em 1889, logo se tornou financeiramente independente. Coubertin possuía um excepcional talento jornalístico e se dedicou a tão necessária reforma do sistema educacional na República francesa.

Coubertin era um entusiasta do modelo anglo-saxão de educação esportiva, o qual havia descoberto por meio da literatura e durante suas viagens. Thomas Arnold que morreu em 1842, depois de ter sido diretor da Escola Rugby, era um modelo especial para Coubertin. Para ele, o esporte, considerado um capital e parte integrante da educação de jovens britânicos poderia dar a juventude francesa um novo impulso após a derrota de 1870/71.

Apaixonado pelo esporte (praticante de equitação, esgrima, boxe, remo e de tênis), Coubertin começou a criar associações esportivas de alunos, tornando-se posteriormente secretário-geral da Federação Nacional das Escolas de Esporte (FNEE). Organizou escolas esportivas variadas, tendo como referência o exemplo Inglês. Coubertin teve como objetivo revitalizar a juventude francesa de forma a reduzir por um lado a sobrecarga da mente (cognição) e, por outro, aumentar a atividade física. O sentimento de auto-responsabilidade passível de desenvolvimento através do esporte permitiria aos alunos a tornarem-se cidadãos democraticamente esclarecidos.

A ideia de internacionalizar os Jogos Olímpicos nasce do entusiasmo de Coubertin em relação ao legado grego, desvelado pelas escavações arqueológicas alemãs em Olímpia Antiga (1875-81), e dos eventos esportivos chamados "Olimpíadas" e, em especial, os Jogos Olímpicos de Much Wenlock na Inglaterra. As Ferrovias e rotas de navegação, a invenção do telégrafo, os escritos sobre esportes e as trocas comerciais internacionais fizeram o resto.

Por um lado, Coubertin desejava promover o esporte rapidamente por toda a França, e, por outro, ele queria colocar em prática o entendimento entre os povos e servir à paz mundial. Isto tudo, graças à regularidade da realização de eventos esportivos internacionais que reuniriam a juventude do mundo. Para isso, ele recebeu o apoio de um homem que representava uma figura paterna para ele, Jules Simon, o presidente da FNEE e também um dos protagonistas do Escritório da Paz, em Berna, 1889.

A fim de eliminar as barreiras nacionais que impediam intercâmbios esportivos internacionais, Coubertin, como secretário-geral da FNEE, organizou um congresso internacional para a harmonização dos termos do amadorismo em Paris, em junho de 1894.

A restauração dos Jogos Olímpicos no contexto da era moderna foi um assunto inicialmente posto no fim da agenda, mas acabou tornando-se o ponto central das discussões. Em 23 de junho de 1894, Coubertin funda o Comitê Olímpico Internacional (COI) de acordo com um plano de desenvolvimento preciso. Os primeiros Jogos Olímpicos modernos foram realizados em Atenas, em 1896.

Como representante do país anfitrião, o grego, Dimitrios Vikelas tornou-se o primeiro presidente do COI, e Coubertin secretário-geral. Em 1896, Coubertin assumiu a presidência como representante do país-sede da segunda edição dos Jogos Olímpicos, realizados em Paris, em 1900. Ele foi reeleito várias vezes até que deixou o cargo em 1925. Sua administração, embora um pouco dominadora, obteve grande sucesso, pelo menos até o final da Primeira Guerra Mundial. Coubertin teve que se adaptar às novas estruturações do esporte mundial. Independentes disto, poucos membros do COI se disponibilizaram a seguir seus objetivos relacionados à educação esportiva e sua filosofia do Olimpismo. Coubertin já havia publicado em 1901, propostas muito complexas de reformas no ensino. Ideias específicas sobre a educação de adolescentes iriam surgir em seguida com a trilogia sobre a educação dos jovens no século XX.

Além de suas propostas sobre a educação do corpo (1906), ele deu importância também para educação intelectual e edificação da mente (1915). Em 1920, ele resumiu em “Pedagogia Esportiva” seu conceito geral sobre este assunto.

Coubertin tentou colocar suas ideias educacionais em prática, entretanto ele foi obrigado a abandoná-las em fase de modelagem. Em 1906, ele fundou a Sociedade de Esportes Populares graças à massa de assalariados franceses. Esta sociedade, devido à difusão de uma série de testes esportivos, popularizou a ideia do cidadão de mente e corpo saudável.

Foi adicionado a esta campanha o discurso de que instalações esportivas para comunidade era uma necessidade humana.

Depois de transferir a sede do COI para Lausanne, em 1915, Coubertin e sua família se mudaram para esta mesma cidade, em 1919.

Outra iniciativa de Coubertin foi a fundação da União Pedagógica Universal que permitiu a difusão de uma nova forma de cultura geral, abrangendo cultura no sentido lato do termo. Para ele, o interesse em história era uma condição necessária para todos os outros tipos de conhecimento, um fato que ele sublinhou em 1925/26, com a publicação do livro História Universal em quatro volumes.

Tendo também iniciado, em 1926, um escritório internacional de educação em Lausanne, Coubertin difundiu suas ideias educacionais e esportivas com a Carta da Reforma do Esporte em 1930.

Coubertin grava para posteridade suas ideias, planos e visões em 1.100 revisões e artigos de jornal, cerca de 50 folhetos e 34 livros, totalizando cerca de 14.000 páginas impressas.

Morreu em Genebra, em 1937, após ter dado sua vida e fortuna para seus planos filantrópicos.

Os livros de história referem-se a Coubertin como um homem Olímpico, porém devem  se recordar da figura do reformador educacional que ele era. O filho do casal Jacques e filha Renée morreram em 1952 e 1968, respectivamente, sem deixar herdeiros.

Este texto foi editado a partir do original escrito por Norbert Müller, Presidente do Comitê Internacional Pierre de Coubertin.

 

Veja também:

http://www.esporteessencial.com.br/entrevista/pierre-de-coubertin-150-anos

http://www.youtube.com/watch?v=5cn6FYNS6dg&list=UUTl3QQTvqHFjurroKxexy2Q&index=2

 

Comentários

Por Roberto Affonso Pimentel
em 2 de Janeiro de 2013 às 17:21.

ESTA É UMA CÓPIA... Perdôem-me os leitores, mas este texto foi reproduzido mais de uma vez no CEV. Para que não se percam os comentários, reproduzo o que consignei nesta data em outro local.

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Fabiano,

Grato pelo presente que me proporcionou ao transcrever a biografia promovida pelo Prof. e Doutor Nelson Todt a respeito da vida de Pierre de Coubertin. Nela destaco um detalhe marcante para mim que, guardadas as devidas proporções, me declaro um servidor também de seus propósitos em muito menor escala.

Chamo a atenção para a linha..."depois de ser aprovado no bacharelado (1880) estudou política, história, sociologia e educação". E assim reporto o leitor e interessados para as intrínsecas relações entre estas ciências. Concluo sobre a importância da História para o conhecimento humano e lembro a todos sobre a obra de minha autoria que acaba de sair do prelo  - História do Voleibol no Brasil (séc. XX) - e que está adjetivada como enciclopédica, memorialista e obra de referência. Vem preencher uma lacuna na memória brasileira entre os anos 1982 e 1939. Pedidos ao autor (ver e-mail), pois ainda não foi lançada oficialmente. 

Dada a importância do texto para mim e meus seguidores no Procrie - www.procrie.com.br/ -, peço permissão a ambos, autor e Fabiano, para reproduzi-lo. Parabéns uma vez mais pela lembrança de um homem fabuloso.


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