Cevnautas da Ética, já pensaram na contribuição dos megaeventos pra turbinar essa unidade de aprendizagem? Laercio

    JC e-mail 4580, de 11 de Setembro de 2012.
      
Ética pode virar matéria escolar
    
A Comissão de Educação do Senado pode aprovar hoje (11) uma mudança na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) que muda novamente o currículo escolar no Brasil.

O projeto do senador Sérgio Souza (PMDB-PR), que já recebeu parecer favorável do relator Cristovam Buarque (PDT-DF), pretende incluir no ensino básico matérias que tratem de ética e cidadania, nos moldes de disciplinas como moral e cívica; e organização social e política brasileira, impostas pelo regime militar às escolas do País. A proposta, no entanto, encontra resistência entre educadores.

O texto, que será votado em caráter terminativo na comissão, propõe implantar no ensino fundamental o estudo de cidadania, moral e ética. No ensino médio, cria a cadeira de ética social e política. Em sua justificativa, o senador Sérgio Souza (PMDB-PR) destaca que o Brasil está entre os 50 países em que há maior percepção de corrupção e ocupa o 55º lugar no ranking de ineficiência da Justiça. "Não tenho dúvidas de que esses problemas somente conseguirão ser superados pela implantação de uma política educacional cada vez mais voltada para a formação moral e ética das nossas crianças, refletindo positivamente na formação do caráter dos nossos jovens, preparando-os para o exercício responsável da cidadania", argumenta.

Em seu parecer, o relator Cristovam Buarque concorda com a tese de Souza: "É imprescindível que os alunos tenham uma visão crítica dos principais fatos sociais e políticos, que conheçam os ditames básicos da democracia, sem filtros ideologizantes, como apenas a escola pode apresentar". Para alguns educadores, porém, a criação das disciplinas traz de volta o risco de uma tentativa de doutrinação dos estudantes, como ocorria no período ditatorial. Além disso, os temas a serem abordados, apontam, já são contemplados nas disciplinas de história e sociologia.

O professor da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB) Remi Castioni destaca ainda que o Congresso Nacional não tem a prerrogativa de propor novos conteúdos disciplinares paras as escolas. "Estamos em um momento de rever a quantidade excessiva de conteúdos do ensino médio. Não é o conteúdo curricular que vai resolver o problema da corrupção, mas o resgate dos valores dos cidadãos, a mudança da cultura do País, que começa em casa."
(Correio Braziliense)

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