Premio LOreal vai para pesquisa em Atividade Física durante a gravidez e benefícios do SNC do feto
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A inscrição de Cristiane Matté no Prêmio L’Oréal precisou do incentivo de amigas que já o haviam recebido anteriormente - as pesquisadoras Alexandra Zugno, Janine Rossato e Lisiane Porciúncula. O incentivo valeu e o desejo de Cristiane de obter fundos para o desenvolvimento de um laboratório foi atendido, bem como o de conseguir uma maior visibilidade para sua pesquisa.
"Nesse momento, o laboratório está no seu marco zero. Parte dos recursos obtidos com o prêmio serão destinados à aquisição de equipamentos e reagentes, permitindo o desenvolvimento de minha trajetória como pesquisadora no Departamento de Bioquímica da UFRGS", salientou. E acrescenta: "Esse prêmio chegou no melhor momento possível!"
Formada em Biomedicina, com mestrado e doutorado obtidos pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Cristiane tem experiência na área de Genética com ênfase em Biologia Molecular, especialmente na investigação de polimorfismos humanos e epidemiologia molecular do HIV-1.
O projeto de pesquisa que lhe rendeu a premiação tem por objetivo avaliar o efeito do exercício físico materno sobre o desenvolvimento do sistema nervoso central dos filhotes de ratos. "Pretendo verificar se o exercício de natação pré-natal pode promover modificações bioquímicas no cérebro dos filhotes", especificou. "Nossa expectativa é encontrar alterações cerebrais nos filhotes que sejam benéficas e possam contribuir para uma vida melhor tornando-os mais resistentes a futuras doenças", concluiu.
Sua trajetória até a premiação encontra suas raízes no início da faculdade de Biomedicina. "O ambiente familiar e afetuoso que encontrei no grupo de pesquisa da minha orientadora, Profª Angela Wyse, com certeza colaborou para que me apaixonasse cada dia mais pelo ambiente do laboratório, tornando-o uma extensão da minha casa", lembra. Ela também teria sido atraída para a vida científica pela magia que envolve o funcionamento das células, as vias metabólicas e suas regulações. "Poder estudar a vida é algo muito atrativo e que apaixona quem entra em contato com a carreira", garante, "a Ciência me cativou desde o primeiro dia no laboratório, permitindo-me criar hipóteses e novos experimentos, descobrir resultados, discutir os dados obtidos, estudar sempre e muito".
Para Cristiane Matté, a ciência "é uma forma de pensar a vida, de ter uma visão crítica dos processos que ocorrem dentro de nosso corpo, de buscar o autoconhecimento, enfim, é uma escolha de vida", argumenta. Mas uma escolha que não tornou sua vida monótona. "A ciência é apaixonante e faz de cada dia um dia diferente e desafiador", explica. "Ser cientista é ser pago para continuar criança sempre", ilustrou Cristina, usando uma frase do Acadêmico Miguel Nicolelis para expressar seu sentimento.
Sobre a questão de gênero na Ciência, Cristiane avalia que as mulheres têm ocupado um espaço importante na pesquisa científica nacional e internacional. "A cada dia, vemos mais cientistas mulheres produzindo pesquisa de alto nível e obtendo o reconhecimento por seu trabalho". E agradece: "o incentivo da Academia Brasileira de Ciências, da Unesco e da L’Óreal com certeza contribuem para a inserção de mulheres na pesquisa e na promoção do crescimento profissional dessas cientistas".
(Ciro Oiticica para as Notícias da ABC, com dados da L’Oréal Brasil)
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