Junto a meus amigos da pós elaboramos um trabalho na conclusão do curso, um campo ainda pouco comentado, mas acho que ainda pode vir a ser muito abordado!
Segue breve discurso que pode gerar curiosidade e ate breve discussão sobre o a assunto e como podemos trabalhar dentro da área!
Grato!
Fabio Queiroz Fiuza.
Os inúmeros benefícios trazidos à saúde pelos exercícios físicos tem sido foco de vários comentários na mídia televisiva, jornais e revistas. Fatores como a melhora na qualidade de vida, na qualidade do sono, combate a obesidade, ao diabetes, ao estresse e à depressão, já estão na boca de todos, entretanto existe outro bem originário de exercícios que quase não se comenta, talvez por ser ainda considerado um mito nas ciências médicas, ou porque a maioria dos estudos científicos sobre este assunto é publicada no exterior e tem sido recebida com algumas ressalvas, estamos falando da neurogênese, formação de novos neurônios. Até pouco tempo o estabelecido pela ciência é que não há nascimento de novos neurônios em humanos adultos, teoria corroborada por Pasko Rakic, da Universidade de Yale, que afirmou em artigo publicado na revista Science que a neurogênese não ocorre em cérebros de primatas, desde então a estabilidade do número de neurônios é usada para explicar o processo de aprendizagem contínua e memória, além de justificar a inevitável degradação das funções nervosas com o avanço da idade, a qual seria causada pela morte de neurônios que não seriam mais repostos (RAKIC, 1985).
Mas essa teoria não é aceita por todos. Um grupo de pesquisadores liderados por Elizabeth Gould usou técnicas mais recentes e mostrou que o nascimento de novas células nervosas era sim possível em primatas adultos (GOULD et al, 1998 GOULD ET AL 1999). O mais importante é que os novos neurônios foram encontrados em locais supostamente responsáveis por funções complexas como memória, tomada de decisões e reconhecimento de formas. Durante décadas a neurologia se apoiou em um dogma: os neurônios seriam as únicas células do corpo que não se reproduziriam, mas esse mito foi derrubado e hoje se investe em compreender como funciona sua renovação. Os exercícios físicos podem ser um grande aliado para o surgimento de novos neurônios e com isso atualizar os profissionais das áreas de saúde, além de oferecer um novo estímulo para as pessoas acrescentarem atividade física em sua rotina de vida.
Já se sabia que estados emocionais como a depressão e o estresse, típicos males de nossos tempos, trazem danos ao nosso sistema nervoso central, o papel negativo do estresse foi confirmado por diversos estudos, entre eles destacamos o de TANAPAT et al (2001), no qual ratos eram expostos ao odor de fezes de raposa, onde foi constatado que alterações bioquímicas específicas tais como a elevação de adrenalina e dos corticosteróides afetaram o nascimento de novos neurônios. Como exercícios físicos combatem ambos os problemas, tanto estresse como depressão (POWERS, 2000) poderíamos concluir que, ao menos indiretamente, já seria uma forma de preservar os neurônios já existentes ao combater o estresse, porém nosso enfoque é o de demonstrar que os exercícios fazem muito mais do que isso, eles estimulam a proliferação de conexões cerebrais novas em folha, as quais participam de funções importantes e sua perda e nascimento parecem ser relacionados aos desafios cognitivos enfrentados (KEMPERMANN et al, 1997; GOULD et al, 2000; SHORS et al, 2001). Não podemos, portanto, ser deterministas, nem rotular pessoas por sua maior ou menor capacidade para determinada tarefa, muito menos desprezar os idosos, com se estivessem fadados a uma inevitável e irreversível perda das funções nervosas. Todos podem se desenvolver se estimulados adequadamente. Mais do que nunca se afirma que somos produtos de nossa interação com o meio, nosso desenvolvimento depende tanto das oportunidades que nos são dadas quanto de nossa maneira de encarar estas oportunidades, a qualquer tempo e em qualquer idade.
Comentários
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Rodrigo Terra Mattos Sanctos
em 17 de Maio de 2011 às 21:31.
Realmante este é um assunto bastante interessante e deve ser discutido. Só para completar a excelente redação do colega, incluo achados e investigações mais recentes acerca do tema. O processo de neurogênese associado ao exercício físico, melhorando a cognição, parece ser muito interessante para pessoas com doenças neurodegenerativas porém os mecanismos biológicos ainda não foram completamente elucidados. Lista e Sorrentino (2010) sugerem que os benefícios promovidos pelo exercício estão associados ao aumento do IGF-1 e BNDF (Fator neurotrófico derivado do cérebro), este último responsável pela neurogênese e está diminuido em indivíduos com doença de Alzheimer.. O exercício físico é capaz de aumentar o BDNF não só no cérebro e plasma, mas também no músculo esquelético. Recentemente Pedersen e colaboradores (2009) mostraram que a contração dos músculos esqueléticos (estimulados eletricamente) foi capaz de aumentar não só o RNAm, mas a expressão de BDNF neste tecido. Além de desempenhar um paple central o BDNF parece estar envolvido em processos metabólicos, melhorando a oxidação de ácidos graxos via AMPK e ACCbeta. Lojovich e colaboradores (2011) revisaram a importância do exercício aeróbio como adjuvnte no tratamento da melhora cognitiva ressaltando o papel do BDNF como mediador das adaptações cognitivas promovidas pelo exercício. Portanto mais trabalhos e discussões nesta linha devem ser incentivados para melhor investigar o papel do próprio músculo na produção de BDNF e o quanto este está relacionado com a melhora da cognição. Abraços a todos.
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Rodrigo Terra Mattos Sanctos
em 1 de Junho de 2011 às 20:50.
Pena um debate interessante ter sido encerrado com um único comentário. Abraço a todos.
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Fabio Queiroz Fiuza
em 3 de Junho de 2011 às 21:29.
up !
Abraços !
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Fabio Queiroz Fiuza
em 3 de Junho de 2011 às 21:31.
pelo que vejo os outros topicos são pouco comentados tambem !!!
mas... up !!
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Rodrigo Terra Mattos Sanctos
em 4 de Junho de 2011 às 21:48.
Com certezaa, sempre up!! Abs.
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