Cevnautas, colei o resumo do trabalho na European Heart Association no fim da notícia da FAPESP em busca de alguém que adote a tradução para publicarmos no CEV. Laercio

Atividade física durante trabalho ou lazer diminuiu riscos de infarto

Da Agência Fapesp
Atualizado em: 13/01/2012 - 18h14

Uma pesquisa internacional concluiu que a atividade física, seja durante o trabalho ou em momentos de lazer, reduz significativamente os riscos de infarto em países desenvolvidos ou em desenvolvimento.

Em países emergentes e nos mais pobres a posse tanto de automóvel e de aparelho de televisão se mostrou relacionada ao maior risco de desenvolver problemas cardíacos.

Os resultados são do estudo Interheart, que avaliou mais de 20 mil pessoas em 262 localidades em 52 países nas Américas, Ásia, Europa, Oriente Médio, África e Oceania, incluindo o Brasil.  As conclusões foram publicadas na última quarta-feira (11) no European Heart Journal.

“Poucos estudos até agora focaram nos diferentes aspectos da atividade física tanto durante o trabalho como nos momentos de lazer em relação ao risco de ataques cardíacos”, disse Claes Held, do Hospital Universitário de Uppsala, na Suécia, um dos autores do estudo.

“Os resultados indicam que a atividade física leve ou moderada durante o trabalho ou em qualquer nível durante o lazer reduzem os riscos de infarto, independentemente de outros fatores de risco tradicionais, em homens e mulheres de todas as idades, na maior parte das regiões do mundo e em países com diferentes rendas per capita”, disse.

Os cientistas compararam os hábitos de 10.043 pessoas que tiveram infarto com os de 14.217 outros que não experimentaram o problema. Os resultados do estudo levaram em consideração diversos fatores que podem contribuir com aumento nos riscos de desenvolver problemas cardiovasculares, como idade, renda, consumo de álcool e de bebida alcoólica e dieta.

O estudo verificou que pessoas cujos trabalhos envolvem a realização de atividades físicas leves ou moderadas apresentaram risco de 11% a 22% menor de ter um infarto em comparação com aqueles cujas ocupações são eminentemente sedentárias. Entretanto, a atividade física pesada durante o trabalho não apresentou menor risco.

Durante os momentos de lazer, o risco de infarto se mostrou menor para todos os níveis de exercício quando comparados com o sedentarismo, reduzindo de 13% (para atividades físicas leves) a 24% (para atividades moderadas ou intensas).

De acordo com o estudo, qualquer atividade física é melhor do que sua ausência. Mesmo entre aqueles que se exercitavam nos momentos de lazer muito menos do que o indicado apresentaram menor risco de desenvolver infarto do que os totalmente sedentários.

Pessoas que tinham tanto automóvel como televisor em casa apresentaram um risco 27% maior de ter infarto do que aqueles que não possuíam nenhum dos bens.

O estudo observou que menos pessoas praticavam atividades físicas em momentos de lazer em países mais pobres do que nos mais ricos. “Isso pode ser explicado em parte por diferenças em educação e em outros fatores socioeconômicos ou culturais”, disseram os autores.

“Manter-se em forma durante a vida é uma das formas mais simples, baratas e eficientes de evitar problemas coronários”, concluíram.

O artigo Physical activity levels, ownership of goods promoting sedentary behaviour and risk of myocardial infarction: results of the Interheart study (doi:10.1093/eurheartj/ehr432), de Claes Held e outros, pode ser lido por assinantes da European Heart Journal em http://eurheartj.oxfordjournals.org.

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Physical activity levels, ownership of goods promoting sedentary behaviour and risk of myocardial infarction: results of the INTERHEART study
Abstract

Aims To evaluate the association between occupational and leisure-time physical activity (PA), ownership of goods promoting sedentary behaviour, and the risk of myocardial infarction (MI) in different socio-economic populations of the world. Studies in developed countries have found low PA as a risk factor for cardiovascular disease; however, the protective effect of occupational PA is less certain. Moreover, ownership of goods promoting sedentary behaviour may be associated with an increased risk.

Methods In INTERHEART, a case–control study of 10 043 cases of first MI and 14 217 controls who did not report previous angina or physical disability completed a questionnaire on work and leisure-time PA.

Results Subjects whose occupation involved either light [multivariable-adjusted odds ratio (OR) 0.78, confidence interval (CI) 0.71–0.86] or moderate (OR 0.89, CI 0.80–0.99) PA were at a lower risk of MI, whereas those who did heavy physical labour were not (OR 1.02, CI 0.88–1.19), compared with sedentary subjects. Mild exercise (OR 0.87, CI 0.81–0.93) as well as moderate or strenuous exercise (OR 0.76, CI 0.69–0.82) was protective. The effect of PA was observed across countries with low, middle, and high income. Subjects who owned both a car and a television (TV) (multivariable-adjusted OR 1.27, CI 1.05–1.54) were at higher risk of MI compared with those who owned neither.

Conclusion Leisure-time PA and mild-to-moderate occupational PA, but not heavy physical labour, were associated with a reduced risk, while ownership of a car and TV was associated with an increased risk of MI across all economic regions.

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