Níveis de atividade física são melhores indicadores de mortalidade do que obesidade e hipertensão
Essa é uma das conclusões de um estudo que procurou mensurar a influência dos esportes sobre a saúde da população dos países

Atividade física: países ainda não têm dados consistentes sobre níveis de exercícios praticados pela populaçao (Thinkstock)

Baixos índices de atividades físicas entre a população de um país são melhores indicadores de mortalidade do que problemas como obesidade ou hipertensão. Por isso, os níveis de exercícios devem ser considerados como um sinal vital, e o hábito precisa ser mais frequentemente aconselhado aos pacientes pelos profissionais de saúde. Essas são as conclusões de um estudo feito por um time de pesquisadores de universidades dos Estados Unidos, Canadá, Austrália e Noruega, que buscaram mensurar a influência do esporte sobre a saúde da população mundial. A pesquisa foi publicada nesta sexta-feira na revista The Lancet, e é o primeiro de uma série de artigos que o periódico vai divulgar sobre exercícios físicos, aproveitando a proximidade da Olímpiada de 2012, que começa neste mês em Londres.

Segundo os autores do estudo, ainda são escassos os dados dos países sobre os níveis de exercícios praticados pela população, mas as evidências existentes já mostram que, se as pessoas passarem a fazer mais atividade física, a saúde física e mental da população vai melhorar drasticamente. Eles acreditam que isso possa ser possível se os médicos e outros profissionais de saúde passarem a aconselhar o hábito — e recomendá-lo como parte do tratamento — aos pacientes. É o mesmo, de acordo com os pesquisadores, que ocorreu quando os médicos começaram a indicar o fim do tabagismo a pacientes com determinadas doenças — o que, segundo o artigo, reduziu as taxas de fumantes em muitos países.

No artigo, a equipe cita alguns estudos recentes que respaldam essas conclusões. Uma pesquisa feita em 2010, por exemplo, mostrou que pessoas sedentárias que passaram a jogar futebol de duas a três vezes por semana demonstraram significativa redução do risco de doenças cardiovasculares, diabetes e osteoporose. Além disso, segundo os pesquisadores, outros trabalhos indicaram que comprometer-se com algum esporte melhora a percepção e o conhecimento das pessoas em relação à saúde. “A evidência de que a atividade física é a principal e mais eficaz abordagem de saúde pública para a prevenção de doenças, além de uma potencial abordagem de tratamento, aumentou significativamente nos últimos anos. Nós acreditamos que pequenas mudanças nas políticas e iniciativas dos países para aumentar os níveis de exercício físico entre a população são necessárias e suficientes para melhorar a saúde", concluíram os autores.

FONTE: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/niveis-de-atividade-fisica-sao-melhores-indicadores-de-mortalidade-do-que-obesidade-hipertensao-e-outras-doencas

Comentários

Por Edison Yamazaki
em 9 de Julho de 2012 às 01:53.

Laércio,

Aqui no Japão onde obesos são apenas 3% da população, hábitos alimentares com pouca gordura e carboidratos, existe uma campanha maciça para enquadrar a população em algum exercício. Essa prática começou faz uns 20 anos e os resultados espetaculares. O pessoal abraçou a causa e para onde se olhe existe gente correndo, jogando, nadando ou frequentando academias. Para os idosos e jovens (colegiais) os preços são bem mais em conta. As escolas também mudaram o currículo da Educação Física e estão tirando os alunos do sedentarismo. Aumentaram as práticas esportivas e corridas de rua para os estudando do primário ao colégio.

O governo conclui que é mais barato investir em campeonatos, jogos recreativos e outras atividades do que bancar o pessoal no hospital. Foram criados centenas de equipes de futebol infantil masculino e feminino, além de construções de campos com grama sintética. Aqui perto de casa existe um centro com mais de 15 campos de futebol construído pela J. League (Federação de futebol japonês), somente para a prática do futebol amador. O tênis está virando uma febre, assim como o vôlei e o futsal.

As escolas passaram a abrir suas instalações esportivas para o pessoal da vizinhança e aulas de várias modalidades são oferecidas para a populção depois que os alunos vão para casa. Acho que as informações que você e a Veja mostraram tem lógica e por aqui já são utilizadas há bastante tempo.

 

Por Roberto Affonso Pimentel
em 9 de Julho de 2012 às 08:55.

Edison,

Se bem estou lembrado, disse-nos que no Japão não há professores nas escolas especializados em Ed. Física, ou em alguns desportos. Por favor, recorde-me. Caso assim seja, além dos profissionais da saúde - médicos - todo cuidado é pouco para que professores hajam de forma conjunta. E tomara que as mulheres se libertem de alguns aspectos culturais que entravam sua manifestação mais livremente.

Permaneço ao aguardo de seus comentários sobre o PROCRIE NO PREZI.

Por Edison Yamazaki
em 9 de Julho de 2012 às 21:19.

Roberto,

É verdade. A falta de professores especializados em Ed. Física é uma realidade. As escolinhas de esportes estão sendo "tocadas" por leigos, que pouco ou nada sabem sobre metodologias, psicologias e outros assuntos pertinentes aos esportes.

Tudo por aqui é bem superficial e óbvio. Assim, numa escolinha de futebol, por exemplo, as aulas se limitam aos passes, chutes, e outros fundamentos básicos que qualquer leigo consegue mostrar. Em toda "escolinha" existe alguém mais experiente, aquele que já foi atleta da modalidade, e é esse que comanda os métodos de treinamentos. Mesmo assim, a quantidade de crianças e adultos envolvidos no esporte só tem aumentado.

Nas academias de ginásticas praticamente todo o quadro de instrutores são funcionários temporários sem formação específica em Ed. Física, que recebem treinamento específico para lidar com os alunos. São ensinados a utilização correta dos aparelhos e algumas regras básicas. O restante fica por conta do aluno/cliente. Assim, erros posturais, intensidade inadequada e até programas de fortalecimento ou emagrecimento são trabalhadas sem a adequada orientação.

O povo japonês parece não se incomodar com isso, desde que tenha alguém para orientá-los eventualmente, para lhes dizerem como funcionam as máquinas. O mesmo ocorre em esportes onde o instrutor precisa agir diretamente como a natação e tênis. Os instrutores são ex-jogadores que passam a ministrar as aulas/treinos.

Nas escolinhas infantis o exame médico inexiste, nas academias para adultos as máquinas dizem se você está apto para a atividade física. Acho que só não acontecem maiores problemas porque as crianças passam por exames médicos nas escolas duas vezes ao ano. Já os adultos são educados e possuem informações suficientes para saberem dos seus limites. Acho que é isso.

Passarei no Procrie.

 

 

Por Roberto Affonso Pimentel
em 10 de Julho de 2012 às 11:56.

Grato Edison, por ilustrar-nos tão convincentemente.  Aguardarei seus comentários tambem sobre o Prezi.

Por Mateus Pereira Lima
em 23 de Outubro de 2012 às 15:42.

 

Quando você pratica uma atividade física regularmente causa aumento de endorfinas, substâncias relacionadas ao nosso estado de humor. Um “estado de espírito” positivo te faz sentir bem consigo mesmo, causando uma sensação de bem-estar.Consequentemente, o sistema imunológico funciona melhor, o que te deixa mais resistente a doenças.

Por Milla Miriane Vieira
em 20 de Janeiro de 2014 às 18:08.

A atividade física é visivelmente um dos fatores que aumenta a qualidade de vida, que aliada com hábitos saudáveis, traz muitos benefícios à saúde, como controle da diabetes e colesterol. Além disso, proporciona sensação de bem-estar e melhora a auto-estima. A prática de exercícios físicos deveriam ser mais incentivados pelo governo e, deveriam também, aumentar  a valorização dos profissionais de educação física, mostrando que os esportes não são apenas aqueles de competição, mas também para lazer. 


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