O escrete canarinho vaiado em um estádio com 110 mil... brasileiros? Ainda mais logo após a histórica conquista do tricampeonato? A cena, que parece inconcebível no país do futebol, aconteceu no Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, numa partida da seleção contra um combinado gaúcho, em 1972.
Nada a ver com protesto político em tempos de ditadura escancarada. Foi, sobretudo, um gesto bairrista. Um repúdio dos gaúchos à sua mísera representação no selecionado nacional.
“Noventa milhões em ação”, conclamava o hino “Pra frente, Brasil”, de Miguel Gustavo, mote da Copa de 70, que vinha bem a calhar para os planos do governo Médici naqueles anos de repressão extrema. Em pleno Maracanã, durante um jogo da seleção, o próprio presidente havia criado outro lema ufanista, propício à mistura de futebol com política: “Ninguém segura este país!” O regime aproveitava-se do clima de euforia reinante. Mas os gaúchos não se sentiam integrados a essa festa.
O estopim para o mal-estar foi a convocação da seleção brasileira para a Taça Independência (ou Mini-Copa), em comemoração aos 150 anos da emancipação do país. O campeonato, criado pela Confederação Brasileira de Desportos (CBD, antecessora da atual Confederação Brasileira de Futebol, CBF) seria disputado entre junho e julho de 1972 em vários estádios do país. Na lista divulgada pelo técnico Zagallo não havia nenhum atleta do Rio Grande do Sul. Algo indesculpável, especialmente pela ausência de um nome: Everaldo. (...)
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