"Depois de quase duas horas de reunião na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o Bom Senso F. C. entregou um dossiê com cinco exigências. O grupo representado por Paulo André, Cris, Dida, Juninho Pernambucano e Seedorf recebeu do presidente da entidade, José Maria Marín, e do vice, Marco Polo del Nero, a promessa de que o documento será estudado e um novo encontro deve acontecer em duas semanas." (Globoesporte.com)

Veja o artigo na íntegra em:

http://globoesporte.globo.com/futebol/noticia/2013/10/cbf-promete-novo-encontro-e-proposta-ao-bom-senso-fc.html

Comentários

Por Edison Yamazaki
em 9 de Outubro de 2013 às 04:53.

O futebol brasileiro está nas mãos dos políticos há muitos anos. Tanto nos clubes como nas federações estão repletos de "professores" do PMDB, PT, PSDB e afins. Sabemos que os que lidam verdadeiramente com o esporte, dentro das quadras, campos e piscinas,  não gostam de políitca. Acho até que política, do jeito que é feito no Brasil, não combina com esporte. Enfim...

Que tal encontrem alguns professores de Educação Física com experiência em administração e com boas idéias para liderar as federações e confederações?

Será que as coisas não seriam diferentes?

Por Rafael Moreno Castellani
em 9 de Outubro de 2013 às 14:44.

Olá Edison e Marcos!

Acredito que esse movimento é uma iniciativa importante para o desenvolvimento do Futebol. Já tivemos movimentos semelhantes, mas em maiores proporções, em décadas passadas. Mas o que queria levantar para discussão é para a formação daqueles que são (ou deveria ser) protagonistas nexte contexto: os atletas.

Será mera coicidência o fato do Juninho, Paulo André, Ceni, etc. o estarem à frente deste movimento? Quantos atletas brasileiros em atividade possuem a formação (humana principalmente) de tais atletas? Como os clubes tem lidado em suas categorias de base com questões dessa ordem?

Aqui entra a política! Penso que a política está em tudo Edison... É impossível sermos apolítico! E se o futebol brasileiro está dessa forma, muito se deve ao fato de nossos atletas, membros das comissões técnicas e alguns dirigentes, não saberem se articular politicamente. Não se trata de gostar, ou não de política. A política é uma necessidade! 

Agora, por outro lado, concordo contigo que há vários profissionais (da Educação Física, ou não) com conhecimentos sobre administração, gestão e política suficientes para mudar o rumo do Esporte, e do futebol especificamente, no Brasil.

Não acham?

Abraços!

Por Edison Yamazaki
em 10 de Outubro de 2013 às 00:24.

Rafael,

Você tem razão, a política está presente em tudo. O problema não são os atos políticos em sí, mas pessoas que não possuem nenhuma ligação ou competência com esportes estarem à frente de federações e confederações, sem falar nos clubes esportivos/sociais.

Os que estão à frente do Bom Senso F.C são atletas em atividade, e eles não possuem "força política" para alterarem nada simplesmente porque suas carreiras ainda estão vinculadas aos clubes que lhes pagam os salários. Para fazer frente aos políticos de carreira é necessário ter encerrado a carreira e lutar por eleições e vagas nos clubes e federações. Poderia ser semelhante ao que ocorre na Alemanha, onde ex-jogadores com conhecimentos administrativos assumiram os principais clubes e dão às cartas nas federações.

Processo semelhante poderia ser feito no Brasil. Acho que existam ex-jogadores articulados e com veia política. Onde estão João Leite, Piazza, Vladimir, Ronaldo (goleiro), Bebeto, e mais recentemente Raí, Cafú, entre outros?

Coisa parecida poderia acontecer também nos outros esportes que já tiveram problemas com politicagem. São os casos do judô, natação, tênis, vôlei, basquete, etc.

Importante é ter a participação de atletas e principalmente ex-atletas com boa formação e articulados politicamente para lutar por cargos que possam mudar algumas coisas no esporte brasileiro.

O tempo dos "vicentes matheus, sacomanis, palaias, aidares, hortas, bragas e maracajás, etc. já deveria ter acabado.

Acho que os professores de educação física, de um modo geral, são alienados no que se refere aos cargos dentros de clubes e federações. Poderiam ser mais atuantes e junto com ex-atletas formarem chapas para vencer eleições e mudarem o perfil do atual esporte brasileiro.

Um grande abraço,

Por Roberto Affonso Pimentel
em 10 de Outubro de 2013 às 10:01.

Professores, peço permissão para também dialogar, uma vez que milito no tema.

Preâmbulo...

Os historiadores também são contadores de histórias, mas tentam contar histórias verdadeiras. É a relação entre o verdadeiro e o falso.

·      A escrita serve como suporte para a memória coletiva. O que fazer, quando a memória erra, confundindo pensamentos e gerando a contradição?

·      Na memória podem ser insinuados erros e o mesmo pode acontecer na história. É importante procurar corrigir esses erros, mas é importante também entender por que eles ocorrem. É preciso aprender a decifrar o erro e a verdade mais profunda que pode estar por trás desse erro.

Sobre ex-atletas...

Inicialmente, parece-me que alguns conceitos devam ser explicitados. 

·      O que se entende por político, políticas? O que se entende por administrar, administrador?

·      Quem deve conduzir uma entidade? Que características deve possuir esse profissional?  

Certamente que na sua vida profissional útil não lhe sobrou tempo (e vontade) para desenvolver-se culturalmente. A rotina é desgastante, incl. é o atual motivo de reclamações. E não somente no futebol, pois foi noticiado desgaste proveniente do calendário do vôlei. E o que ocorre com atletas após o seu precoce ocaso atlético? 

Dos milhares que pululam no futebol nacional a grande maioria será relegada quase que à miséria, ou se valerão de "subempregos" públicos, ou de outros subterfúgios da mendicância. Isto acontece há muito tempo! No quadro atual, como foi colocado acima, a única diferença histórica é a atuação de alguns milionários que se aproveitam da ignorância eleitoral, portanto política, daqueles que deveriam ser politizados para se elegerem em cargos públicos da mais alta administração do pais. São dirigidos pelos presidentes dos partidos. Outros, tenho até pena, são manipulados por dirigentes e a mídia, revestidos de um cargo de fachada, poderíamos até dizer laranjas, convencidos de sua importância para os destinos do país. Meros joguetes nas mãos de inescrupulosos.

Sobre dirigentes... políticos ou não

Não só no Brasil, mas em todo o mundo existe corrupção, crimes, roubos, enforcamentos, suicídios, guerras, tsunamis e tantas outras pragas. Para os desavisados, devo esclarecer que existe uma entidade (talvez Fundação) com sede na Bélgica, que se ocupa de investigar e delatar aspectos de corrupção especialmente na FIFA. Em sua recente aparição pública, o espanto foi geral, pois não foi o futebol o alvo, mas a FIVB, a Federação Internacional de Voleibol, com sede na Suíça. O ex-presidente mexicano estaria sendo alvo de investigações.

Afora isto, fala-se por falar, pois não há consequência alguma dizermos que este dirigente é corrupto, ou que roubou, e por aí vai. É o consenso histórico de que "político no Brasil é ladrão". Os mais velhos hão de se lembrar da pérola proferida por Adhemar de Barros, governador de São Paulo quando acusado de roubar o erário público: "Roubo, mas faço"!

Dirigente e ex-atleta que deu certo...

Existe um caso raro que felizmente foi feliz para o esporte no Brasil. Trata-se de Carlos Arthur Nuzman, que foi atleta de alto nível - seleções de 1962, olímpica em 1964, e 1966. Resoluto, dispôs-se a combater a inércia do antigo presidente da CBV, e articulou sua eleição com o apoio da maioria dos atletas e dirigentes de clubes do Rio. Elegeu-se em 1975 e permaneceu no cargo 20 anos, quando se transferiu para o COB. Graças a ele produziram-se as grandes mudanças nas leis do esporte nacional que contribuíram para um novo ciclo de oportunidades para atletas e profissionais que militam na área, inclusive os professores de educação física. Uma de suas queixas refere-se ao sistema universitário, aquele que forma professores, técnicos e pesquisadores em diversas áreas afins. Estamos prejudicados e condenados até à importação de técnicos que nos instruam, ou mesmo que nossos melhores atletas se aperfeiçoem em outros centros dos EUA ou Europa. Ainda na atualidade, o novel presidente da Fivb, Ary da Silva Graça Filho. Teriam sido eleitos e se mantido por tanto tempo somente por politicagem?

Por que outros não lhe seguiram o caminho? Sugiro que antes de responderem, retornem ao início desse comentário e respondam àquelas indagações com desprendimento e isenção. 

Nota... A respeito de ex-atletas dirigentes em outros países - imagino que sejam europeus - poderíamos fazer um breve exercício mental e imaginar um trio formidável de atacantes para a missão: os deputados Romário e Bebeto, além é claro, de um FENOMENAL ex- jogador, agora transformado em embaixador e artista de Tv. 

Por Marcos Marques dos Santos Júnior
em 10 de Outubro de 2013 às 11:09.

Olá caros!

O que mais me surpreendeu nessa matéria foi que a CBF vai estudar o caso e responder em até duas semanas.

Um diálogo com a CBF... nossa! Isso sim foi um gol achado mas já é um começo, não é?

Creio que a CBF deveria abrir eleições bienais para a sua presidência, isso vai gerar mais olhares para a sua administração e com isso a qualidade vem por consequência. Gente importante politicamente está de olho na CBF faz muito tempo: Juca Kfouri e Romário são dois deles mas é preciso fazer um rodízio... assim como acontece com as faltas num jogo de futebol, os jogadores de meio campo revezam ao fazer faltas em um jogador habilidoso do outro time para não ficarem manjados com o juiz... é preciso mais pessoas engajadas, por dentro dos assuntos, Romário e Juca é muito pouco para lhe dar com instituições viciadas e retrógradas.

Creio que os profissionais da Educação Física deveriam ocupar mais cargos importantes politicamente, ora bolas, todo mundo sabe que a nossa área (Educação Física) é pouco atuante nesse ramo. Nossa "pedagogia" é interdisciplinar e pouco aproveitamos disso.

Grande abraço, amigos!

 


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