Comentários
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Laercio Elias Pereira
em 8 de Maio de 2012 às 11:18.
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João Guilherme Cren Chiminazzo
em 9 de Maio de 2012 às 11:13.
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Edison Yamazaki
em 10 de Maio de 2012 às 21:11.
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Rafael Moreno Castellani
em 11 de Maio de 2012 às 11:51.
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João Guilherme Cren Chiminazzo
em 11 de Maio de 2012 às 15:04.
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Edison Yamazaki
em 14 de Maio de 2012 às 02:42.
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Rafael Moreno Castellani
em 17 de Maio de 2012 às 12:27.
Os números, quando não interpretados e utilizados corretamente, continuarão sendo somente números!!
Não tenho a menor dúvida de que, se bem utilizados, todas essas informações podem ser refletidas na melhora do treinamento e do padrão de jogo das equipes de futebol. No entanto, por conta do empirismo que predomina no futebol profissional, ainda são poucos aqueles que possuem condições de se aproveitar positivamente de todos os dados levantados por um analista/estatístico.
Acredito que a serventia dos dados vai além de dar informação ao público.
Abs!
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Rafael Moreno Castellani
em 16 de Maio de 2012 às 20:50.
Então... não diria inexistente, mas limitada!
Tenho conhecimento de VÀRIOS clubes/comissões técnicas que fundamentam seus trabalhos na Ciência. No entanto, certamente tais experiências ainda representam uma parcela muito pequena frente ao extenso universo do futebol!
Edson... tanto o Renê quanto o Parreira são exemplos de profissionais que buscam justamente fazer essa aproximação do futebol com a ciência. Eles, assim como o professor Medina e outros, são comumente (injustamente) "criticados" no ambito do futebol profissional justamente por serem muito "teóricos". Agora não há como negar que eles, infelizmente, ainda são exceções.
Grande parte dessa distância se dá por conta da desvalorização que nós, professores/pesquisadores, sofremos no futebol profissional, sobretudo por influência dos dirigentes ou de treinadores que sustentam suas práticas em conhecimentos adquiridos ainda quando atletas.
Como levar a ciência para prática esportiva? Contribuindo com a construção e circulação do conhecimento (uma das propostas do CEV), qualificando o processo de formação de novos treinadores (e demais funções) e insistindo nesta aproximação!
Abraços!
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Edison Yamazaki
em 16 de Maio de 2012 às 21:59.
Rafael,
Lí recentemente que a federação de futebol alemã põe à disposição de todos os clubes da primeira divisão todos os dados de uma partida. Parece que tudo é bem detalhado, contendo inclusive a velocidade de deslocamento de cada atleta e o seu percurso, tempo de posso de bola, quantidade de ataques pelas laterais, centro, etc. entre tantos outras informações.
Alguns treinadores alemães olham para as estatistica, enquanto outros dizem que esse trabalho não tem valor prático. Pelo jeito, analisar o futebol cientificamente divide opiniões em vários lugares.
Aqui no Japão, eles estão chegando à conclusão que os dados estatísticos servem primordialmente para informar ao público o que aconteceu numa partida. Uma ilustração apenas, como aquelas do tênis de campo, onde aparece na tela a velocidade da bola, o local onde ela "quicou", etc. Para os treinadores e demais envolvidos não tem valor prático, não mostra verdadeiramente o que ocorreu numa partida.
Já chegamos a rever esses dados assistindo ao vídeo do jogo análisado na tentativa de descobrir se o que está marcado nos gráficos e tabelas, mostra o que aconteceu verdadeiramente na partida. Em várias ocasiões, percebemos que vendo e lendo a ciência achamos que o time A jogou melhor e venceu a partida, quando na realidade, foi o adversário B que saiu vitorioso, indo contra a ciência e a estatística.
Imagino que as análises científicas no futebol devem ajudar a melhorar a metodologia de treinamento, mas será que contribuem para vencer os jogos?
Acho que ainda teremos muito o que observar e discutir.
Abraços,
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Roberto Affonso Pimentel
em 17 de Maio de 2012 às 06:33.
Concordo com o Edison. Em minha primeira aula de estatística o mestre sentenciou: "estatística é bom senso." Não só no futebol, mas em vários esportes coletivos há uma parefernália de números e medidas que, dizem, é para auxiliar o técnico, que (é moderno) usa um aparelinho no ouvido. Deve ser um grilo falante...
O futebo é um dos esportes mais inteligentes e, dado o número de participantes e as dimensões do "tabuleiro", assemelha-se às nuances do jogo de xadrez, com a vantagem de possuir o que Nelson Rodrigues denominava "o imponderável sobrenatural". Por isto diz-se que se trata de uma "caixinha de surpresas". Felizmente!
Para confirmar, esqueçam-se das influências negativas de locutores e comentaristas, e lembrem-se da chatura em que se constituiu a equipe do Barcelona. Bolinha para cá, bola para lá, até que o adversário canse e brincamos de jogar; a qualquer momento surgirá o gol. Ocorre que cansa muito mais o espectador (não torcedor do Barça) ficar vendo o gato brincar com o rato. Para provar isto, creio que muitos acabam torcendo para que o adversário faça um gol e, aí sim, têm que se igualar na busca da vitória.
Quanto ao preparo (pelo menos) de treinadores brasileiros, é tudo empírico, haja vista o recém criado curso de treinadores de futebol, mais uma balela do faz de conta que é sério. Vamos permanecer durante muito tempo sob a égide de ex-atletas, que pouco se aculturaram e menos ainda estudaram. Não digo que não entendam do riscado, mas é muito pouco para quem pretende tornar científica a matéria. Aliás, até mesmo aqueles que por ventura se aventurarem sair de trás de suas mesas universitárias e adentrarem o gramado. Enquanto isto, o melhor é seguir a receita do Nelson Rodrigues...
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Edison Yamazaki
em 19 de Maio de 2012 às 10:35.
Sabe o que acho que precisamos fazer? Pegar os números e ver se isso revela alguma coisa que não sejam os quilômetros rodados, passes certos ou errados, escanteios, etc.
Encontrar quem utilizou a ciência e verdadeiramente melhorou o desempenho ou os métodos de treinos. Quem conseguiu vitórias indiscutíveis utilizando os dados científicos. Acredito que enquanto não for mostrado na prática o que a tese propõe, haverá sempre dúvidas como essa que levanto aqui: "podemos analisar o futebol cientificamente?".
Rafael, acredito sinceramente que a ciência possa ajudar na melhora dos treinamentos, principalmente nos trabalhos de fundamentos como chutes certos ao gol, escanteios, etc. O problema é que não conheço uma só alma que me mostrasse isso nos seus relatórios.
Por isso, é que até nós professores ficamos divididos em relação ao assunto. Se você tiver conhecimento de alguma coisa que a ciência efetivamente ajudou a melhorar na prática do futebol, por favor, me avise.
Por enquanto, confesso que não cheguei a uma conclusão. Fico meio dividido entre o que vejo atualmente (análises empíricas) e alguma ciência, que não chega a emplgar. Me parece que o bom senso do treinador e a capacidade técnica individual de alguns atletas é que tem resolvido as partidas. Assim, no momento, fico mais propenso ao o que escreveu o Pimentel e o Nelson Rodrigues.
Um grande abraço.
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Roberto Affonso Pimentel
em 20 de Maio de 2012 às 08:48.
A ciência pode contribuir em muito para a melhora dos treinamentos. Especialmente nos trabalhos de fundamentos, que imagino devam ser propostos a partir da Formação. Vejam que estarei discorrendo sobre qualquer desporto, e não somente o futebol. No blogue www.procrie.com.br/ bato na tecla para conscientizar professores e treinadores para que desenvolvam melhores aulas e treinos a partir de sua própria instrução, isto é, escolham a melhor proposta metodológica e pedagógica. Lembrem-se que no Brasil sempre se disse que "com o fim dos campos de várzea já não mais se produzem talentos como antigamente"! Transportando para nossos dias, o filão são as escolinhas que introduzem crianças de 6-7 anos para "aprender a jogar", isto é, devem cumprir algumas tarefas táticas imprescindíveis ao bom desempenho da equipe. Ora, isto é ensinar? Quem o faz? Tenho certeza que são ex-jogadores, sem instrução pedagógica específica ou professores mal formados na cadeira, pois imagino que jamais leram algo a respeito.
Aos que tiverem curiosidade, vejam os artigos que tenho postado sobre a teoria do treinamento profundo (mielínica) e como desenvolvê-lo. A parte científica está gravada no livro de Daniel Coyle, O código do talento. Ali está fartamente explicado por que Zico, Roberto Dinamite, Oscar (basquete). eu próprio e muitos outros conseguiram se destacar em suas diversas modalidades ou atividades. Pelo menos no que tange a fundamentos. A tática, no futebol, o jogo de xadrez, a percepção e vivências do treinador vão contribuir para que realize um bom trabalho.
O problema é que poucos se voltam para a Formação. Ao que parece é o que o Barcelona está a realizar, com apoio da Fundação criada (creio) pelo holandês Cruyff. E o que dever ser ensinado na Formação? Pelo menos, que os atletas saibam realizar com mestria todos os fundamentos - boa técnica - inerentes à sua atividade. Não é assim que realiza um virtuoso no violino ou em qualquer atividade humana? Concluo que a "ciência está ao alcance de todos, basta ler, aprender e por em pratica". Contudo, o brasileiro espera que outros leiam e, depois, façam uma apostila (resumo) e repassem em cursinhos de alguns dias, as famosas receitas técnicas (ou de bolo). São os imediatistas mais espertos do mundo!
Essa nova dimensão no treinamento dos jovens vai ajudar a responder e a interpretar os números, isto é, por que o Barça erra poucos passes? Por que tem tanto tempo de bola? Por que seus atacantes marcam a saída de bola do adversário? E muitos outros "por quês"?
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