Não sei se o que ocorre na J.League pode servir de exemplo para muitos clubes brasileiros. O Consadore Sapporo, clube da primeira divisão de profissionais, venceu apenas um jogo este ano e ocupa última colocação entre dezoito equipes. Já se foram doze jogos e o time do treinador Ishi perdeu 10 e empatou um. O mais interessante é que o treinador continua lá, firme e forte. Será que isso é coisa da "famosa" paciência oriental ou falta de visão dos dirigentes?
Comentários
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Rafael Moreno Castellani
em 22 de Maio de 2012 às 13:30.
Olá Edson!
Prefiro acreditar que não é nem paciência, nem falta de visão. E sim, a compreensão de que o problema não está no treinador!
De fato, é preciso acabarmos com essa leitura rasa e equivocada de que o ÚNICO responsável pelo fracasso de um time é o treinador. Primeiro, ele não trabalha sozinho. Mesmo assim, é preciso dar tempo para que o treinador e toda a sua comissão técnica possam demonstrar seu trabalho.
Grande parte das equipes bem sucedidas contam na sua comissão técnica com um treinador que já esta no clube há bastante tempo. Bem... essas equipes são bem sucedidas por manter o técnico, ou o técnico é mantido por apresentar bons resultados?
Eu, apesar de ter consciência de q a segunda hipótese é mais comum, acredito na primeira hipótese, mas é claro que há uma série de fatores relacionados. As vezes, os dirigentes do Consadore notaram que, por conta da qualidade dos jogadores, não tem como o treinador fazer "milagres"! :-)
Abs!
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Edison Yamazaki
em 23 de Maio de 2012 às 22:39.
Rafael,
Concondo com você. Nem sempre o problema é o treinador.
Levantei essa questão porque vejo muitos treinadores serem demitidos por falta de visão dos dirigentes, que são amadores de carteirinha. No Brasil em grande quantidade, mas que ocorrem também em outros países.
Apesar do sr. Ishi permanecer no cargo do Consadore, o Japão caminha para um rumo muito parecido com o Brasil. Logo nas primeiras rodadas da J.League, o Gamba Osaka (Panasonic) demitiu o brasileiro naturalizado Vagner Lopes e toda a comissão técnica entre eles o treinador José Carlos Serrão. Os resultados não apareciam e os dirigentes não sentiram confiança de que isso pudesse mudar com a dupla tupiniquim no comando da equipe. Colocaram um ex-jogador no comando do time e os resultados não apareceram até agora.
Este ano, pela primeira vez em vinte anos, foram demitidos três treinadores antes do término do primeiro turno (Gamba Osaka, Kawasaki Frontale e Vissel Kobe)
Como você diz: "os melhores times do mundo os treinadores são antigos". Se a moda continuar assim, acredito que o trabalho de treinador de futebol será hiper valorizado porque não haverá pretendentes.
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João Guilherme Cren Chiminazzo
em 24 de Maio de 2012 às 00:51.
Pessoal....
Bom dia... ou talvez boa noite!
Temas polêmicos esses, hein!! Tem mutas variáveis a serem analisadas. Não quero ser o chato de toda a discussão, mas confesso que, concordo com vcs, porém existem algumas ressalvas. Concordo que o problema não é o técnico (ou talvez, pode não ser o técnico, né!), mas é muito mais fácil trocar um técnico do que o time todo. Ou ainda, a troca de técnico pode resultar num efeito psicológico muito bo para a equipe, sendo uma estímulo motivador para muitos atletas, principalmente aqueles que não tinham chance alguma como antigo treinador..... e assim vai!
Concordo que o clube deve ter um auxiliar técnico e um auxiliar de prep. física como fixos do clube. Isso é um grande diferencial hoje em dia.... Quanto as hipóteses do RAFAEL, que tal pesquisas, isso sim falta com essa temática!! Orientei um trabalho de TCC sobre a interferência da troca de técnicos e o resultado fnal do campeonato paulista de 2009 e identificou-se que não teve interferência na primeira divisão, mas na segunda e terceira teve sim. Não podemos ficar no "eu acho", "eu acho".... devemos megulhar no mundo da ciência. Já discutimos isso aqui!!! Vou responder outro post....
Enfim é difícil afirmar qq coisa, precisamos pesquisar.....
Um abraço
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Edison Yamazaki
em 24 de Maio de 2012 às 03:12.
Chiminazzo,
Se a troca de técnicos não teve interferência na primeira divisão e na segunda e terceira teve, então isso pode representar que pela qualidade dos jogadores, um técnico tem pouca influência na orientação/montagem de uma equipe. Já na segunda e terceira divisão, o treinador é mais necessário. Quais as razões para isso? Como a ciência pode ajudar a detectar se a troca é ou foi necessária? Quais variáveis á observar para saber da influência do treinador? Muitas perguntas...
Particularmente, acho que o treinador tem equipes profissionais tem mais a função de aglutinador, de distribuidos de tarefas. Como um maestro de orquestra. Não consigo acreditar que seus métodos de treinamentos possuem influência tão grande para transformar um time perder em vencedor. Pelo que observo, a troca de um treinador tem mais efeito psicológico do que técnico.
Por
Rafael Moreno Castellani
em 27 de Maio de 2012 às 21:14.
Olá Edson e João!
Sem dúvida é um bom tema para pesquisa.Carecemos sim de estudos que procurem "desvendar esses mistérios".
Certamente há uma séries de variáveis envolvidas. Acho que dependendo do caso, os efeitos vão muito além do fator psicólogico. Neste aspecto, no campo da motivação, pode ser que esta situação sirva de clima favorável à motivação de alguns, mas pode ser tb que o efeito seja contrário. Mais uma vez, fica reforçado a importância de mais pesquisas neste campo.
Abs!
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Edison Yamazaki
em 28 de Maio de 2012 às 20:28.
Tivemos mais duas trocas de treinadores no J.League. O Yokohama FC e Niigata Albirex trocaram de treinador devido a má campanha. O treinador do Niigata estava na sua terceira temporada à frente da equipe. Nunca apresentaram um futebol de encher os olhos, mas também não eram tão ruins assim. Ou será que era e só agora foi percebido? O Yokohama FC esteve na última posição por mais de dez rodadas, agora subiu e ocupa o meio da tabela. Por mais otimista que possamos ser, ainda não deu tempo para ninguém implantar um trabalho descente, mas o time subiu de produção. É uma prova de que o psicológico motivacional é mais ou tão importante para equipes profissionais onde as qualidades técnicas entre os atletas são semelhantes?
Será que o João tem alguma pesquisa sobre esse assunto?
Até que ponto a interferência de um técnico ajuda ou não uma equipe?
Abraços,
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