Corre o mundo a troca no comando da Seleção Brasileira. Felipão terá uma nova chance e Parreira também. Ambos nos foram muito felizes em termos de resultados nos últimos anos. Felipão ainda está memória dos palmeirenses como principal responsável pela queda da equipe. Parreira carrega a imagem de um treinador sem grandes recursos. Ambos foram campeões do mundo com a Seleção, mas são contestados atualmente.

Dizem que Felipão está desatualizado, ultrapassado. Dizem que Parreira deveria estar em outro cargo e que em 2006 o time foi mal comandado, com muitas festas e mordomias. Ambos tentarão levar o Brasil ao hexacampeonato.

Será que eles estão ultrapassados mesmo? O que vem a ser "estar atualizado" para o futebol?

Comentários

Por Afonso Nina
em 12 de Dezembro de 2012 às 12:25.

É isso Edison,estamos no mesmo barco e preocupados com o timoneiro.Vc.trabalha com futebol aí no Japão?Tenho extrema curiosidade quanto à estrutura do esporte e da educação física nesse país,existe condição de fazer uma análise comparativa com a Terra Brasilis?

Abraço e adianto os votos de bom Natal.

Afonso Nina

Por Afonso Nina
em 30 de Novembro de 2012 às 14:19.

Possivelmente a escolha dos dois técnicos se deu(claro além das injunções da política interna da CBF) em função de suas personalidades singulares,Felipão é tido como um bom motivador de grupos,unindo carisma a conhecimento do mundo dos jogadores (o que o pessoal chama de falar a lingua do boleiro),Parreira é sistemático e planejador,também seu espírito de procurar consenso sirva para arrefecer os arroubos de Felipão.No mais os dois estão acostumados à pressão da imprensa,nem sempre justa,quase sempre apenas opiniática,sem fundamentação teórica no esporte.De qualquer maneira são muito mais respeitados do que o demitido Mano.Pra tratar com os egos dos mimados atletas somente caras já consagrados que eles respeitam.Tomara que essa experiência de 2 técnicos vencedores sirva para construir uma mentalidade relacionada ao trabalho planejado,que se crie uma escola nacional de treinadores,que alie o conhecimento acadêmico ao mundo real da bola.

Afonso Nina

Por Edison Yamazaki
em 2 de Dezembro de 2012 às 12:04.

Afonso,

Você tem muita razão no que escreve. Ambos são respeitados por tudo o que fizeram pelo futebol brasileiro, mas será que conseguirão sucesso novamente somente com as qualidades que você citou?

Dizem que Felipão está ultrapassado, não sei se em relação aos métodos de treinamentos ou outra questão que envolva a equipe, mas dá para perceber que faltou alguma coisa enquanto esteve no Palmeiras. Esse negócio de montar uma família para ganhar jogos ainda funciona?

Será que Parreira será uma espécie de consultor?

 

Por Rafael Moreno Castellani
em 4 de Dezembro de 2012 às 10:51.

Olá Edison!

Também concordo com a análise do Afonso. Mas percebo que sua indagação maior se dá pela "desatualização" de ambos treinadores. De fato, os ultimos resultados deles não foram bons. No palmeiras, Felipão não conseguiu montar um bom time (talvez por não possuir atletas de qualidade, ou talvez pelos métodos de treinamento "ultrapassados", como você mesmo sugeriu). Ainda assim, alheio à questão técnica, também teve problemas de relacionamento e grupo. 

Em relação ao Parreira, acredito que assumirá um função de consultor mesmo. É nesta função que penso que pode contribuir mais, e melhor. 

Por sua vez, os motivos que levaram ambos à seleção, na minha opinião, foram explicitados pelo Afonso. Acho que foram os escolhidos muito mais por serem experientes, respeitados e vencedores (visto que ganharam nossas duas últimas Copas) do que outra coisa.

Agora é esperar o resultado... Vamos ver!

Abraços! 

 

 

 

Por Edison Yamazaki
em 10 de Dezembro de 2012 às 03:44.

Castellani,

O Brasil já teve alguns treinadores que depois de vencerem uma Copa do Mundo, retornaram ou seguiram na seleção e não foram muito bem.

Zagallo ganhou em 1970 e fracassou em 1974 por não estar atualizado em relação a Holanda. Telê foi bem em 1982 na Espanha, mas foi mal em 1986 no México.

Parreira venceu em 1994, retornou em 2006 e não conseguiu montar uma equipe apesar de muitos talentos. Zagallo já foi Coordenador Técnico (não sei que função é essa) e Parreira também.

Agora é a vez do Felipão, que se seguir o que aconteceu até agora não deverá ir bem (tomara que eu esteja errado).

Logicamente a escolha recaiu sobre os dois mais vencedores e experientes, mas tenho dúvidas se somente esses atribuitos são suficientes para montar uma equipe vencedora.

Por Afonso Nina
em 11 de Dezembro de 2012 às 20:24.

Edison e Castelanni não me preucupo em relação a "métodos ultrapassados"de treinamento pois a seleção terá pouquíssimas oportunidades para treinar antes da copa das confederações e da copa do mundo.Já lá se vai o tempo em que a seleção podia dispor por 3 meses dos atletas,levando-os a aclimatação,realizando avaliações precisas,caso emblemático da copa de 70.Agora os jogadores chegam cerca de 20 dias antes da competição (caso da copa do mundo) talvez menos,caso das confederações.Os boletins médicos são escamoteados pelos clubes que não querem ter desvalorizados seus craques,que muitos chegam "bichados"à seleção e depois atribuem aos esforços feitos na seleção os problemas que aparecem.Parece-me que hj.talvez o mais importante é deixar os jogadores descansarem, ainda proporcionar aspectos motivacionais para uma competição tão curta e intensa.Deixar de lado essas receitas milagrosas propostas por esses "motivadores "de ocasião.Não era esse o caso daquele engenheiro que chegou a prestar serviço na época do Parreira? ou das soluções caseiras do Cuca com os desenhos infantis e cartazes que  sempre levaram o Botafogo a morrer na praia? Montar logo uma base,de preferência tendo como referência um clube com bom desempenho,(não foi assim em 58 e 62 tendo como base o Botafogo e o Santos?),inspirar-se em exemplos bem sucedidos (Saldanha escolheu os 11 titulares e os 11 reservas já na primeira coletiva  de imprensa).No mais penso que a escolha recaiu naqueles mais acostumados a aguentar a pressão que uma copa produz.(Tiremos Zagallo dessa, com o seu VOCÊS VÃO TER QUE ME ENGULIR).

abraço Afonso Nina

Por Edison Yamazaki
em 11 de Dezembro de 2012 às 22:01.

Afonso,

Você está cheio de razão. Particularmente, eu não sei definir o que seriam "métodos ultrapassados" de treinamento ou "treinador de métodos antigos". Com toda a certeza não haverá um time base para servir como referência pois os jogadores virão de várias partes do mundo. Acho que o mérito do treinador será tentar encaixar as características de cada jogador em prol da equipe, formando assim um time.

O que me causa preocupação é que nos tempo atuais o futebol é mais rápido e com contato físico intenso. Acompanho atentamente os campeonatos inglês, italiano e alemão e percebo que grandes espaços no campo não existem mais. Será que Parreira e Felipão estão sabendo disso ou vivem com aquela visão típica de quem já foi campeão do mundo? Lembro do Zagallo em 74 quando ele dizia que não sabia nada sobre a Holanda e na hora do jogo foi aquele baile.

É com relação a essa visão de jogo que fico preocupado. Aqui no Japão o pessoal ficou espantado com a mudança de técnico principalmente depois das vitórias contra a China, Iraque e Japão. O Felipão tem por hábito criar alguma coisa motivacional antes das partidas. Ele pensa em alguma coisa para deixarem os jogadores acesos. Tenho minhas dúvidas se ele está mudado em relação à isso.

Um grande abraço,

Por Edison Yamazaki
em 13 de Dezembro de 2012 às 03:39.

Afonso,

Trabalho no futebol japonês há vinte anos. Primeiramente com os profissionais da primeira divisão (J.League) e agora com crianças entre 14 e 17 anos. Trabalhei também com a equipe profissional de basquete da Toyota Boshoku. Atualmente integro um grupo que trabalha numa espécie de laboratório de treinamento para as categorias de base do futebol.

Em termos estruturais não dá para comparar os dois países. Aqui, todas as escolas, do primário até o colégio, possuem ginásios cobertos, piscinas, quadra de tênis, pista de atletismo, etc. É uma realidade bem diferente.

Em relação aos profissionais da Educação Física as coisas mudam um pouquinho. Por diferenças culturais o esporte por aqui é mais "duro" e competitivo. A qualidade dos profissionais também é menor.

Abraços,

Edison


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