Andei lendo nos últimos tempos vários blogs referente ao tema: treinamento. Percebi que muitos "estudiosos" falam do futebol como uma ciência quase exata, onde é possível prever tudo. Não sei de que maneira esses "especialistas" chegaram nessas conclusões, mas acho que tudo isso pode reverter num bom debate.
Lí que a maioria aconselha os treinamentos integrados e os multi-facetados, com ênfase na dinâmica do jogo. Ou seja, deixar de lado os treinos prioritariamente tecnicistas para entrar no futebol total. Percebo também que a maioria absoluta desse blogueiros são jovens com pouca ou nenhuma experiência prática. Muitos ainda estão sentados nos bancos das universidades. Podemos dizer que são "pura teoria".
Será que eles estão com a razão? O futebol brasileiro patina faz alguns anos e a derrota acachapante do Santos frente ao Barcelona turbinou esse debate. Será que os treinadores brasileiros estão desatualizados ou tudo não passa de mais um "oba-oba" que de tempos em tempos pingam na terra do futebol?
Abraços,
Comentários
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Roberto Affonso Pimentel
em 16 de Março de 2012 às 08:02.
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João Guilherme Cren Chiminazzo
em 19 de Março de 2012 às 11:41.
Prof. Edison, bom dia!
Bem provocante seu post, é tema para conversarmos por horas e horas.... mas tentarei expor minha opinião a respeito das coisas que abordou. No primeira delas, futebol não é uam ciência exata. Concordo contigo, mas como em ciência busca-se entender os fenômenos, ela também tenta entender o futebol. Foi isso que alguns professores portugueses (por exemplo, Bento, Graça, Garcia, Garganta, Sergio) fizeram para entender o JOGO. Não falaram do jogo de futebol, de volei, de basquete, mas tentaram entender a lógica do jogo, com sua ludicidade, seus fenômenos, suas adversidades, com seus elementos peculiares.... falar de jogo não é tarefa para qualquer um, é difícil!!! Por isso que, devido as suas características, não se trata de uma ciência exata, difícil de ser mensurada!!!
É nesta linha que segue o pensamento do Barcelona, uma equipe que, realmente, tem um projeto pedagógico bem estruturado na linha do treinamento e formação. Se existe algo que sustenta nossas ações, pode até dar errado, mas as chances de errar são menores. O que o pessoal não sabe, não vê é isso, o que existe por trás de tudo isso, dessa magnitude que toma o assunto, dessa beleza que é ver o time deo Barcelona jogar, o que sustenta suas ações. Se vc ler o livro "a BOLA NÃO ENTRA POR ACASO" verás que em 2004 Barcelona era um time falido, e como se reestruturou.... brincadeira o que o presidente Ferram Soriano fez com clube. Isso sim é um exemplo de gestão esportiva. Enfim, tem muuuuuita teoria sim pro trás disso, mas teoria que por sua vez, quando bem dominada sustenta as ações, serve de referencial teórico para suas ações. É imprescindível que isso aconteça, que haja um ponto de referencia teórica para determinar as ações. Sem isso, as ações ficam soltas no ar, repete-se gesto, transplanta-se treinos, faz-se uma atividade com fim nela mesma!!! É triste reduzir o JOGO a simples reprodução de gestos motores, descontextualizadas de seu ambiente.
Não existe o certo, existe sim o coerente, aquilo que está sustentado através de um referencial teórico, assim axiste fundamentos que explicam , ou pelo menos tentam explicar, suas ações, dando significados, respeitando os contextos e traçando metas (atingíveis) que se quer chegar!! Agora se me permite, vamos pensar em algumas coisas: Quem são os técnicos brasileiros? Qual foi sua formação para ser técnico? Possuem competências e habilidades para serem técnicos? E a produção científica no futebol, como estamos? Quem faz ciência no futebol atualmente? Quem realmente pensa, entende e conhece do JOGO? Enfim, essas e outras tantas perguntas surgem quando o assunto é Futebol!!!!!!
Enfim, termino com um a frase de Phil Jackson " Falar de touros não é a mesma coisa que entrar na arena".
Um abraço,
JG
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Roberto Affonso Pimentel
em 20 de Março de 2012 às 17:36.
Melhores Professores, Melhores Treinos, Melhores Atletas, Mais Talentos
- Como se adquire talento? O que torna os indivíduos de sucesso diferentes do resto de nós?
- Qualquer talento depende unicamente de uma prática diferenciada, não de uma predisposição genética.
Edison, pegando o gancho do Professor João Guilherme que citou alguns professores portugueses que se dedicaram ao estudo do JOGO, e tendo em vista que estou postando vários artigos para professores e treinadores portugueses (tb. brasileiros) a respeito do "Jogo Voleibol" em seus aspectos metodológicos. Como se trata do motivo de sua colocação inicial, deixo a seu critério e dos demais que nos acompanham interpretarem com serenidade as colocações e o sentido do que está consignado em termos de Metodologia desportiva. Imagino eu, esta minha intenção, de pesquisar e divulgar o que pode ser colocado na prática, e não o que “Não se faz há milênios”.
Com quem então deveremos aprender? Com os treinadores mais antigos? Mas se eles pouco ou nenhum estudo têm sobre o assunto, como aprenderemos? Os cientistas e pesquisadores nen sempre têm o conhecimento prático, concordamos todos. Contudo, um professor interessado pode se aproximar deles e colher informações, além de emprestar seu conhecimento prático para avaliações futuras de comportamento e soluções. Assim fizeram alguns que Daniel Coyle aponta no livro “O código do talento”. Aponta um novo caminho metodológico que já vem sendo praticado de forma desconhecida e em muitos casos, empírica. Seu valor? Dá nome aos bois, isto é, identifica para todos nós caminhos a seguir e a descobrir, não deixando de lado a boa crítica.
O estudo da Metodologia é suficientemente inóspito para muitos que se dedicam ao magistério, mesmo para aqueles que cursam Pedagogia. Imagine para um professor de futebol no Brasil, onde se formam técnicos em 3 meses. Mas talvez para outros, que pretendem se aprofundar nas mentes e interpretar com seriedade o que precisam para crescer e se desenvolver, não é um estudo específico para o futebol ou qualquer modalidade desportiva, mas para a própria VIDA. Não apregoam que o esporte educa? É assim desde que damos os primeiros passos. São coisas que dificilmente saberemos interpretar na prática sem a ajuda da experiência de alguns teóricos da ciência.
Vejam a série (cinco) de artigos que postei e estarei postando sobre Métodos de Treinamento e congêneres em www.procrie.com.br/ : Um Olhar no Voleibol Português (editado) – Como Produzir Talentos? (editado) – Melhores Treinos, Melhores Atletas – Melhores Professores, Mais Talentos (1 e 2).
Cuidado com o conceito do que seja talento para que não se percam em elucubrações desnecessárias e pouco profícuas.
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Edison Yamazaki
em 21 de Março de 2012 às 03:00.
Roberto,
Muito obrigado pela participação.
Estarei lendo os artigos no site do "Procrie" e tentando contribuir de alguma forma.
Em relação ao futebol, tenho a impressão de que o exito atual do Barcelona é momentâneo, mesmo com toda estrutura de sua base. Não consigo acreditar que eles tenham aplicado um método de treinamento tão diferenciado. Tiveram também a competência de selecionar jogadores que se encaixam. Enfim, só saberemos disso quando os atuais jogadores forem substituídos e a qualidade continuar o mesmo.
Vejo você citar o Parreira que teve o mérito de tirar o Brasil de anos de derrotas em Copas do Mundo. Como estudioso que é, será que ele não teria como influir para mudar o atual conceito de treinos e administração do futebol brasileiro? Os professores da base precisam obrigatoriamente terem boas formações teóricas, mas sem um "norte" de trabalho, será que as coisas funcionariam? Como se vê, dúvidas é que não faltam.
Eu sempre me pego pensando sobre os treinadores brasileiros, principalmente os que foram técnicos da seleção em Copas do Mundo. Acho que tirando Parreira, Lazzaroni e Claudio Coutinho, nenhum outro foi um grande estudioso. Aí me pego pensando se não será uma grande bagagem prática aliada à capacidade de extrair o melhor de cada atleta é que torna um treinador campeão, independente de métodos certos ou não, de treinamentos.
Um grande abraço,
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Edison Yamazaki
em 22 de Março de 2012 às 02:40.
Chiminazzo,
É verdade... falar sobre futebol é assunto para muitas horas. rsrs
Faz muito tempo que analiso, solitariamente, o perfil dos nosso treinadores, principalmente os dos times profissionais. A conclusão a que cheguei é que um treinador de equipes profissionais não precisa ser necessariamente um grande conhecedor de métodos de treinamentos. Talvez a virtude maior "dos professores" seja o de analisar o desempenho dos atletas nos treinos e conseguir encaixá-los dentro de um sistema tático, onde todo potencial desses jogadores possam ser explorados. Os treinamentos técnicos propriamente ditos e noções sobre a filosofia de jogo a ser empregada ficariam ao cargo dos auxiliares, que teriam boa formação curricular e conhecimentos sobre metodologias dos treinamentos. É assim que eu ví Zagallo, Telê Santana, Felipão e Dunga. Com os treinadores de clubes, a mesma coisa. Não vejo nenhum treinador de times profissionais com conhecimentos profundos de métodos de treinamentos, mas pessoas com conhecimentos práticos suficientes para colocar um punhado de atletas para jogar de forma minimamente organizada. São os casos de Abel, Muricy, Luxemburgo, Tite, Jorginho, Osvaldo de Oliveira, Mancini, Dorival Jr., etc, somente para ficar em algumas equipes grandes.
O que me deixa com a pulga atrás da orelha é sobre alguns assuntos que estão na moda atualmente, principalmente na cabeça de alguns "pesquisadores" , sobre treinos integrados e mini jogos, que me parece uma mescla dos treinos fisicos, táticos e de fundamentos. Aplica-se em cima disso uma noção sobre táticas e filosofia do jogo a ser desenvolvido. Alguns chegam até a afirmar que os treinos essencialmente tecnicistas estão com os dias contados e ultrapassados. O que não vejo são exemplos práticos de como se faz desenvolver um "treino integrado". Como será que é isso? Será uma "pelada" à moda antiga com orientação? Será deixar uma bola rolar, ver o que acontece e ir fazendo correções? Afinal, o que são esses treinos "modernos" que ninguém consegue explicar?
Chiminazzo, sei também que o futebol não é uma ciência exata, mas já li "pesquisadores" achando que "quase é uma ciência exata" de tantos dados quantitativos colhidos. Aí me pergunto... e quando chove? um escorregão? uma expulsão aos 30 segundos? vento? dor de barriga? sorte?
Será que o futebol pode ser analisado sobre uma ótica de ciências? Como um esporte mensurável?
Um grande abraço.
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