Hannover (Alemanha)
Aos poucos, as autoridades alemãs vão esclarecendo a causa do falecimento do goleiro da seleção alemã Robert Enke, encontrado morto nesta terça-feira em uma estação de trem nas imediações de Hannover. Nesta quarta-feira, a polícia local encontrou uma carta de despedida do ex-arqueiro, que teve o suicídio confirmado por pessoas próximas.
"Posso confirmar que havia uma carta de despedida, mas em respeito à família não diremos mais nada", declarou o porta-voz da polícia local, Stefan Wittke, que não quis revelar o conteúdo da carta de despedida em respeito à família do ex-jogador. Ainda de acordo com as autoridades alemãs, o ex-arqueiro deixou seu automóvel nas imediações da estação de trem de Hannover, destrancado.
Além da carta de despedida, o conselheiro pessoal de Enke confirmou que ele tirou a própria vida. "Posso confirmar que foi suicídio. Houve um acidente fatal, e ele se matou pouco antes das 17 horas (14h, de Brasília)", afirmou Jorg Neblung, também amigo do goleiro.
Devido à morte de Robert Enke, que foi atropelado por um trem a uma velocidade de 160km/h em uma passagem de nível da estação de Hannover, a Federação Alemã de Futebol (DFB) estuda cancelar os jogos amistosos contra o Chile e a Costa do Marfim, marcados para as próximas semanas.
Homenagem - Nesta quarta-feira, centenas de torcedores se mobilizaram para homenagear o ex-goleiro alemão. Eles visitaram a estação de trem onde o goleiro se suicidou e ainda prestara condolências perto do ex-clube do jogador, o Hannover 96.
Alguns profissionais com quem Enke trabalhou também se mostraram comovidos. "É inconcebível. Eu já falei com colegas nossos na época, como Steven Cherundolo, Michael Tarnat e Hanno Balitsch. Para todos nós, é um impacto incompreensível, que dificilmente podemos expor em palavras. É uma situação que me causa infinita dor", disse Ewald Lienen, primeiro treinador do goleiro no Hannover.
O português Antonio Oliveira, que comandou Enke em sua passagem no Benfica, também se disse chocado. "Quando há um suicídio, há razões que nos ultrapassam, mas o sentimento que tenho é de tristeza e consternação, pela morte de um jovem de 32 anos, numa posição positiva em termos profissionais. Tinha uma relação muito boa com Enke, era um profissional muito íntegro, exigente com ele próprio, a querer sempre fazer mais", disse Oliveira, que lembrou também que Enke foi garoto propaganda do PETA, ONG que luta pelos direitos animais. "Ele recolhia cães vadios e levava para casa", rememorou o treinador.
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