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As campeãs olímpicas que eram homens ou tiveram seu sexo posto em dúvida20 de Agosto de 2009 14:49
BERLIM, Alemanha (AFP) - A história do atletismo inclui alguns casos curiosos em que antigas "campeãs" eram, na verdade, homens ou possuíam dados genéticos que não conseguiam estabelecer qual era realmente sua identidade sexual.
A mais conhecida é provavelmente Stella Walsh, nascida na Polônia, sob o nome de Stanislawa Walaziewiz, mas desde muito cedo criada nos Estados Unidos.
Foi medalha de ouro nos 100 metros e a primeira mulher a correr abaixo dos doze segundos, em Nos Jogos de Los Angeles em 1932, além de ganhar a prata em Berlim, 1936, com as cores do seu país natal.
Ironia do destino ou não, após sua derrota na capital alemã para a americana Helen Stephens, um jornalista polonês acusou a campeã olímpica de ser um homem e Stephens foi ordenada a apresentar um "atestado de feminilidade".
Em 1980, Walsh morreu em um tiroteio. A autópsia revelou que ela tinha órgãos sexuais femininos, mas um pênis e testículos atrofiados. Seu caso foi descrito como um exemplo da presença, no mesmo corpo, de cromossomos masculinos e femininos.
Na mesma época, a tchecoslovaca Zdena Koubkova, se tornou em 1934 na primeira ’mulher’ a superar a marca dos 2:15 nos 800 metros, com um registro de 2:12.08. Poucos anos mais tarde, a atleta revelou que ele era um homem e seu recorde foi invalidado.
Em 1938, Dora Ratjen da Alemanha quebrou o recorde mundial de salto em altura, ultrapassando os 67 centímetros, no Campeonato Europeu. Foi confirmado poucos meses depois que Dora era um homem, o recorde foi anulado e, em seguida, a ex-esportista encontrou um trabalho como garçom em um bar em Hamburgo, chamado Herman Ratjen.
Em setembro de 1967, Ewa Klobukowska foi excluída do Campeonato Nas Nações da Europa por "feminilidade insuficiente", constatada por seis médicos.
A polonesa tinha, até então, uma brilhante carreira: bronze nos Jogos de 1964, em Tóquio nos 100 m e ouro no revezamento 4x100. Ela não chegou a perder os prêmios, embora seus recordes tenham sido apagados.
Após a Segunda Guerra Mundial, duas francesas medalhistas no Campeonato Europeu de 1946, Claire Bressolles (bronze nos 100 m) e Lea Caurla (bronze nos 200 m) foram reveladas como homens, passando a ser pais de família com os nomes Pierre e Leo.
A história também inclui caso "suspeitos", em que as protagonistas nunca foram suspensas ou excluídas, mas não conseguiram escapar da sombra da dúvida.
Provas de feminilidade, realizadas desde 1948, tomaram diversas formas nas últimas décadas, mas que sempre tenderam a ser controversa.
Depois de ser consideradas como pouco confiáveis, a Federação Internacional (IAAF) as abandonou em 1992 e os casos agora são analisado por um grupo de peritos.
Comentários
Por
Wanda Maria Costa Braga
em 22 de Outubro de 2012 às 12:35.
Acho engraçado o modo com as pessoas encaram até hoje de uma maneira machista a mulher no esporte. Por que uma mulher não pode bater recordes mundiais sem ter que ser comparada com um homem? Simplesmente por ser comprovado que ela apresenta força e resistência mais baixa do que o sexo masculino? Nós não temos relatos de questionamentos com os homens nas ginásticas ou no balé, por exemplo, que exige algo que a mulher “tem mais facilidade de execução” por possuir maior flexibilidade. Até quando vamos ficar confundindo sexo de gênero? E o pior levando em consideração no esporte? Concordo que deve ser feito sim exames de doping e de comprovação de sexualidade mais algo visual e não definido por erros genéticos.
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