Cevnautas do Gênero,
Naturalmente consultei amigas e amigos pra perguntar se a expressão provocativa "sair do armário" seria ofensiva. A gozação foi geral porque eu insinuei usar "coragem". "Demorô", foi o mínimo que disseram. Mantive a expressão e repasso a mensagem da SportPsy e a nota do Blog do Sormani. Nos links, o blog e a reportagem de capa da Sport Illustred em que o grandão Jason Collins assumiu: "The Gay Athlete". Laercio
De:Mark Aoyagi mark.aoyagi@du.edu
Para: para SPORTPSY
EM: 29 abril 2013
Hi All,
For all of its flaws, sport has often been a leader in social movements. This is an important moment for sport and for society:
http://sportsillustrated.cnn.com/magazine/news/20130429/jason-collins-gay-nba-player/?eref=sircrc
Best,
Mark
Mark Aoyagi, Ph.D., CC-AASP
Director of Sport & Performance Psychology
Assistant Professor
Graduate School of Professional Psychology
University of Denver
2450 South Vine Street
Denver, CO 80208-4101
Office: (303) 871-3882
http://www.du.edu/gspp/degree-programs/sport-and-performance-psychology/overview/index.html
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Blog do Sormani
A CORAGEM DE JASON COLLINS
Em 30/04/2013 28 Comentários
Os playoffs da NBA estão a todo o vapor, mas uma notícia fora das quadras ganha manchetes em letras garrafais. Manchetes em letras garrafais, discussão na mídia, entre os torcedores e no seio de jogadores e staff técnico da liga norte-americana.
O pivô Jason Collins, há 11 temporadas na NBA, declarou à revista “Sports Illustrated” ser gay. Disse ele em um depoimento ao magazine esportivo norte-americano: “I’m a 34-year-old NBA center. I’m black. And I’m gay”.
Traduzindo para o português partes de suas falas, destaco o seguinte: “Não tinha a intenção de ser o primeiro atleta assumidamente gay em uma grande liga norte-americana. Mas já que sou eu, fico feliz por iniciar o debate”.
O que isso significa? Por que esse assunto merece tanta manchete? Afinal de contas, o mundo de hoje está muito mais tolerante e o casamento gay, por exemplo, é reconhecido em um bom número de países.
No universo esportivo, no entanto, esse assunto é tabu. Basta ver no futebol, esporte mais popular do planeta, onde sabidamente há muitos jogadores gays, mas nenhum deles assume publicamente sua sexualidade.
Fazê-lo é admitir levantar bandeira que exige estofo intelectual e emocional que poucos têm, especialmente num universo onde a esmagadora maioria dos atletas não tem qualquer instrução. Assumir ser gay é receber um carimbo que não é bem visto.
Aqui no Brasil, dois jogadores de vôlei admitiram publicamente ser gay. Lilico, que faleceu por conta de um AVC há seis anos, foi o primeiro atleta na modalidade a assumir sua preferência sexual contrariando o status quo. Mas, segundo ele, isso custou-lhe oportunidades na seleção brasileira.
Mais recentemente, Michael, jogador do Vôlei Futuro, reconheceu publicamente ser gay. Foi insultado pelos torcedores do Cruzeiro, num jogo em Belo Horizonte. Foi chamado de todos os sinônimos relativos a gay.
Como disse, esse tema é tabu no esporte. Torcedor não perdoa. Persegue. É intolerante — e por isso ignorante.
Nos EUA, a sociedade discute mais abertamente essas questões. Não creio que Jason Collins seja perseguido por ter assumido ser gay. Não passa pela minha cabeça torcedores fazendo o que alguns obtusos torcedores do Cruzeiro fizeram com Michael.
A NBA está muito atenta a essas questões, diga-se.
Kobe Bryant, há duas temporadas, xingou um árbitro. Chamou-o de “”f..king f..got.”. Algo como v… do c… Foi multado em US$ 100 mil. Reconheceu publicamente seu erro e desculpou-se com o árbitro, liga, companheiros, adversários e fãs.
Ontem, Kobe tuitou o seguinte: “Orgulho de Jason Collins. Não esconda quem você é por causa da ignorância dos outros”. Parece ter se conscientizado do erro e que o mundo atual tem que combater preconceitos.
Collins é free-agent. Não creio que ele deixará de encontrar time por ser gay. Ele pode ficar de fora da próxima temporada porque não passa de um jogador fraco, que esta temporada, por exemplo, ganhou apenas US$ 854.389,00.
Collins é um jogador mediano, mas é corajoso.
FONTE: http://esportes.terra.com.br/blog-do-sormani/blog/2013/04/30/a-coragem-de-jason-collins/
Comentários
Por
Roberto Affonso Pimentel
em 16 de Maio de 2013 às 16:18.
Laércio,
Os anos se passaram, os termos mudaram, e a humanidade é a mesma. A homossexualidade é muito antiga mas nunca foi tratada como deveria ser. Talvez estejamos alcançando um patamar de esclarecimento e aceitação (ou não), ou pelo menos aprendendo a discuti-la com sensatez e ciência.
E as mulheres, quando deixarão o armário? E haja armário para tantas no basquete, no voleibol, inclusive de praia etc. Por que o choque atual, quando tudo caminha para a normalidade, pois assim reivindica uma multidão de simpatizantes?
O disse-me-disse vem de longa data (meado da década de 40) e até a imprensa mineira adjetivava a mulher de paraíba e, em outros regiões, de mulher macho. Mais recentemente, de sapatão. Seleções brasileiras e clubes tinham quase sempre um representante assumido ou não na década de 60. Entre as mulheres, sabiam todos, mas pouco se dizia abertamente, uma vez que poderia haver comprometimentos para o próprio clube. Disfarçar era mais conveniente do que assumir. Houve uma manifestação em determinado tempo - talvez em 1999 ou 2000 - em que um jogador deitou falação na imprensa acusando a CBV de que estaria sendo preterido em convocação por ser gay. Outro, atuante da Super Liga sofreu escárnio da torcida mineira durante uma partida. E por aí vai...! Por curiosidade, em 2010, Manaus sediou a Super Liga Gay de Voleibol patrocinada pela Semdej. As equipes ostentavam camisas de diversos países, sendo vencedora a da Sérvia.
Chamo a atenção dos professores e treinadores em geral para o aspecto do convívio de indivíduos do mesmo sexo com escolhas diferenciadas nascidos homens ou mulheres. Estariam preparados para lidar com esta problemática ainda entre jovens? Como procederiam à INCLUSÃO?
Lembrando Noel Rosa em seus versos Disse-me-disse:
Você me disse
Que a vizinha disse
Que eu sempre disse
Que você é louca
Que essa vizinha
Que só faz trancinha
De falar sozinha
Vive sempre rouca.
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