Cevnautas, parece que a situação da Capital Federal preocupa. Provavelmente esse é um bom caso a ser tratado no Congresso Internacional de Gestão que começa hoje lá: http://cev.org.br/eventos/1-congresso-internacional-sobre-gestao-esporte-4-congresso-brasileiro-sobre-gestao-esporte Laercio

Brasília: vergonha e vexame internacionais (Blog do Cruz)

           Brasília foi vergonhosamente reprovada no primeiro teste de um evento internacional de esportes.

           Sede de sete jogos da Copa do Mundo e recentemente eleita para receber as Olimpíadas Escolares Mundiais (Gymnasiade), em 2013, e candidata à Universíade de 2017, o governo do Agnelo Queiroz fracassou ao acolher o  Campeonato Mundial de Patinação Artística.

           O evento, com 1.080 atletas de 36 países – China, Estados Unidos, Itália, Nova Zelândia, Alemanha, Holanda, França, Índia, Austrália, Brasil etc – de ontem até o dia 27, na capital da República, tem uma infraestrutura que envergonha brasilienses e brasileiros diante dos visitantes.

Água

           O treino da tarde de ontem e da manhã desta terça-feira foram suspensos. Brasileiros e estrangeiros ajudaram a espalhar baldes na pista de 46x27m, devido às goteiras na cobertura do principal ginásio da cidade, o Nilson Nelson, com capacidade para 25 mil pessoas.

           Chamada para socorrer o evento de um festival aquático a empresa responsável se negou realizar o trabalho. O governo do Distrito Federal não pagou o último conserto da cobertura. Calote.

           Os sanitários do ginásio são do nível de mercado público:  sujos, fedorentos, quebrados, paredes riscadas, portas quebradas.  Garotas de algumas delegações perguntavam aos seguranças – que não entendiam o idioma estrangeiro –  “onde encontrar papel higiênico”,  me relatou a mãe de uma atleta, vermelha de vergonha com o que assistiu.    

            Faltaram baldes para acumular a água das goteiras

Orçamento

           O mundial de patinação – modalidade que tem no gaúcho Marcel Stürmer tricampeão pan-americano o expoente nacional – estava marcado para Blumenau (SC). O ex-ministro do Esporte, Orlando Silva, pediu para trazer o evento para Brasília, e ofereceu “apoio” aos dirigentes.

           Um projeto de R$ 4 milhões foi aprovado pela Lei de Incentivo ao Esporte, mas nenhum tostão foi captado. E começaram as despesas e dificuldades.

           Os R$ 600 mil que viriam do Ministério do Esporte ficaram na promessa e os problemas cresceram com o desinteresse explícito do Governo do Distrito Federal.

           Para transportar 1.800 atletas entre os hotéis e o local da competição, Agnelo Queiroz autorizou  um ônibus e uma Van. E ainda cobrou R$ 6 mil pelo aluguel do ginásio com goteiras e instalações imundas.

Serviços

           No local do evento, o vistoso Ginásio Nilson Nelson, no Eixo Monumental, não há uma só referência ao Campeonato Mundial que reúne os maiores patinadores do mundo, entre eles os favoritos italianos.

           Estados Unidos, Argentina e Brasil completam o TOP da modalidade. As delegações estão sem apoio turístico, pois assim como a Secretaria de Esporte e a de Cultura, também a de Turismo ignorou o Mundial,  que reúne dois mil estrangeiros em Brasília por duas semanas.

           Um bar com lanches de qualidade duvidosa  era visto sob suspeitas por dirigentes, técnicos e atletas estrangeiros, que ali buscavam algum alimento, antes da abertura do evento.

           O vice-presidente da Confederação Brasileira de Hóquei e Patinação, Alexandre de Almeida Filho, está atônito. “Este Campeonato Mundial poderia ser um evento teste para Brasília, pois aqui estão atletas, técnicos, árbitros e dirigentes de 30 nacionalidades”, lamentou o dirigente, numa tristeza evidente ao apresentar Brasília diante do mundo da patinação. 

           Voluntárias, mães de atletas supriram com dificuldades a falta de estrutura que o Governo de Agnelo Queiroz não ofereceu ao evento. Elas prepararam, por exemplo, as placas com nomes dos países, que foram usadas no desfile das delegações.

           Alguns pais de atletas de cotizaram e socorreram a CBHP, além de US$ 50 mil da Federação Internacional da modalidade, para as despesas emergenciais.

           Na delegação brasileira os problemas não são menores. Para representar o país, cada atleta precisou pagar R$ 500,00 pelo uniforme da competição.  Mas somos um país olímpico...

           Brasil, o país da  Copa 2014 e da Olimpíada 2016 é amador na estrutura governamental do esporte, e expõe isso vergonhosamente aos estrangeiros que nos visitam.

           Na sede do poder da República e do Ministério do Esporte, o vexame é internacional.  Aqui, liderados pelo governador Agnelo Queiroz, secretários da Educação, Cultura, Esporte, Turismo etc foram reprovados no vestibular de um grande evento.

            Pior: foram irresponsáveis, antes de serem incapazes. 

           Vocês nos envergonham!

FONTE: http://blogdocruz.blog.uol.com.br/

Comentários

Nenhum comentário realizado até o momento

Para comentar, é necessário ser cadastrado no CEV fazer parte dessa comunidade.