Cevnautas, o Andras garimpou essa no Ciência Hoje. Bom assunto pra conversa dos gestores. Laercio

De: Andras Voros
Data:25 mai (1 dia atrás)
        
Ciência hoje, Sexta-feira, 25 de Maio de 2012

Desporto de elite: “O nosso problema não é só económico!”
Pedro Guedes de Carvalho apresenta estudo sobre a competitividade das nações

Por Susana Lage (texto e fotos)

“Não é a riqueza do País que nos está a impedir de obter performances” desportivas, afirmou Pedro Guedes de Carvalho ao Ciência Hoje depois da apresentação de ontem dos primeiros resultados do «SPLISS» (Sports Policy factors Leading to International Sporting Success), no Centro de Medicina Desportiva, em Lisboa.

Este projecto de investigação internacional estuda a competitividade das nações no desporto de elite. É realizado por uma rede internacional de investigadores representativos de variados países tais como Portugal, Espanha, França, Suíça, Japão, Austrália, Brasil, entre outros e envolveu 1090 atletas, 273 treinadores e 71 directores desportivos.
Segundo o presidente da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da UBI, o objectivo deste estudo é comparar as políticas de desporto de vários países mas ouvindo os agentes desportivos, “que é uma coisa que nunca é feita”.

Em Portugal, o estudo começou em Outubro 2011, embora já estivesse a decorrer noutros países.
“Quando me ofereci para participar neste estudo e envolver o nosso país, fui tentar recuperar o trabalho de um ano e quatro meses de equipas só com a ajuda do meu aluno" de doutoramento, Rui Canelas, conta Pedro Guedes de Carvalho.

A ideia é que entidades como a Secretaria de Estado do Desporto e Juventude, o Comité Olímpico de Portugal, federações e associações regionais de administração do desporto possam, com base nos resultados do projecto, avaliar a implementação de políticas de alto rendimento. “Não tenho a ambição de criar uma receita para a política do desporto nacional mas tenho a de criar oportunidades para aperfeiçoar mecanismos de gestão”, esclarece o investigador.

“Não tenho ambição de criar uma receita para a política do desporto nacional
“Não tenho ambição de criar uma receita para a política do desporto nacional"
Até agora, 25 federações, 23 treinadores e 150 atletas portugueses responderam aos inquéritos através da internet. Estes inquéritos incidem, por exemplo, na avaliação da combinação de factores que levam a um ambiente em que atletas de alto rendimento possam desenvolver e alcançar o seu potencial máximo.

Os dados reunidos nestes inquéritos ainda estão a ser trabalhados, mas o relatório terminado terá de ser entregue até Setembro desde ano.

“Estamos a começar um projecto do zero, temos nove pilares para comparar, podemos comparar com países com a mesma população, com países muito ricos ou muito pobres e podemos concluir que afinal, em termos globais, não estamos tão mal ou em alguns aspectos estamos abaixo da média. Daqui podemos começar a estudar cada um desses aspectos”, explica Pedro Guedes de Carvalho.

Até agora, o envolvimento de Portugal no «SPLISS» permitiu concluir que todo o projecto está a ajudar a colocar as pessoas em contacto, às vezes pela primeira vez.

“As pessoas estavam de costas voltadas, não falavam umas com as outras sobre os mesmos problemas e todas têm ideias. Só que umas atiram as culpas para o Governo, outras para a mudança do Governo, outras atiram para as escolas e outras para o Instituto do Desporto de Portugal. E toda a gente é culpada e ninguém o é. A nós não nos interessa isso mas sim produzir daqui para a frente”, afirma Pedro Guedes de Carvalho.

Em relação à investigação no desporto, um dos pilares comparados no projecto, o investigador diz que é uma área que tem vindo a aumentar nos últimos anos.

“Agora quem não produzir cientificamente, quem não publicar em revistas especializadas, está irremediavelmente perdido”, refere.

De facto, no final do encontro, o Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, Alexandre Mestre, assinalou que “não é possível falar em políticas desportivas sem conhecimento científico”. E mais acrescentou: “O padrão de comparação neste estudo pode ajudar a compreender várias coisas”, por isso este é um projecto que “tem de ir até ao fim com uma perspectiva optimista”.

fonte:http://www.cienciahoje.pt/

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