Gestão e Marketing Esportivo

Laércio,

Com o fuso horário contrário, não é fácil acompanhar os eventos no Brasil. Se você assiste, não dorme e se não dorme não rende no trabalho. Se não rendo no trabalho eles te mandam embora. Com japonês não tem conversa.

Mesmo assim, vou acompanhando os acontecimentos pelos noticiários, que aliás, que são bem superficiais. É o COB, não é mesmo?

Coisas para "inglês ver"!

Existe uma "lei do contra-senso"? Se não, deveriam criá-la, pois divulgação já tem o suficiente.Os marmanjos se reúnem, gastam uma nota, divulgam um negócio (deveria ser trabalho) e, no final das contas, tudo ficará com estava antes.

Para alcançar o alto nível, p.ex. no voleibol, são necessários muitos anos de treinamento e prática. Isto às vezes pode ser medido, ou melhor dizendo, ter uma medida de que ocorrerá um novo talento entre tantos que buscam essa meta. As variáveis são muitas neste percurso, e a grande maioria desiste ou deriva para outros objetivos. Contudo, o treinador de plantão no alto nível, pelo menos no caso do Brasil, não desenvolve trabalho nos escalões da Formação e, mesmo em outros desportos, sabe-se das deficiências com que os selecionáveis chegam a compor a equipe representativa nacional. E nessa fase sobrevém a indefectível afirmação: "Não tenho tempo para treinar fundamentos em um atleta que alcançou o alto nível"!

Ora, então o que fazem? O que estarão discutindo nesse momento? Pelo menos para mim, em meus parcos conhecimentos, não percebo que tipo de contribuição uma reunião dessas possa ter proveito. A não ser que façam o que a Ginástica fem fazendo, contratando técnicos FORMADORES de atletas, caso atual do russo (treino integral).

Já tentei por diversas vezes conversar com técnicos de seleção sobre treinamento no alto nível, mas o acesso é restrito, e deveras protegido de ação "de fora". Mas basta ver uma partida de nossas seleções - masculina e feminina - para se aquilatar quanto falta para atingir o tal chamado "alto nível".

Como provavelmente vão me indagar "Mas como somos os primeiros do ranking"? Somos campeões olímpicos e detentores de todos os títulos e continuamos no topo"? Diria simplesmente, que a mediocridade está generalizada, portanto temos na atualidade diversas equipes que não mereceriam estar no "alto nível". Mas como há deficiências em todos os países na Formação, joga-se com os "menos ruins". Em suma, o "alto nível" está furos mais baixos do que em outras épocas e isto deve ser bastante difícil para os jovens apreciarem, pois não viram o que outros olhos mais atentos presenciaram "com olhos de ver" e não de torcer, ou estimulados pelas TVs e seus comentaristas de plantão, ex-atletas aprendizes de feiticeiros. Há que se ter cuidado com a mídia e os fazedores de mitos e heróis.

Quanto desperdício!  Afinal, que necessidades tem o Brasil neste exato momento às vésperas da competição?

Vejam o "Contributo ao Desenvolvimento do Voleibol" no país, em que apresentamos um estudo a ser discutido para a Formação, inclusive aplicado para diversos desportos. Esperamos que os Formadores de atletas (e de talentos) se esmerem no apuramento das deficiências técnicas para não serem alvos de reclamações dos plantonistas no alto nível. 

Visitem: www.procrie.com.br/procrienoprezi/   E comentem, participem de discussões, pois creio que os que estão a discutir por aí nada sabem a respeito e permanecem confundindo ponto de partida com o ponto de chegada. Ou melhor dizendo, "alhos com bugalhos".