Cevnautas do handebol, Vamos acompanhar e palpitar? Laercio
18/12/2013 16h41 - Atualizado em 18/12/2013 20h33
Brasil supera fantasma das quartas e vai a semifinal histórica no Mundial
Depois de bater na trave no Mundial de 2011 e nas Olimpíadas de Londres, seleção vence Hungria em jogo de duas prorrogações e continua na briga por medalha inédita
Por Thierry Gozzer Direto de Belgrado, Sérvia
O JOGO: PRIMEIRO TEMPOO JOGO: SEGUNDO TEMPO PRORROGAÇÃO ESCALAÇÕES
O Brasil precisou bater na trave duas vezes para conseguir espantar o fantasma das quartas de final. Na tarde desta quarta-feira, na Arena Belgrado, a seleção brasileira feminina de handebol derrotou a Hungria por 33 a 31 e chegou às semifinais do Mundial da Sérvia, para fazer a melhor campanha da história da modalidade no país. Após o tempo normal terminar empatado em 26 a 26, foram necessárias duas prorrogações (29 a 29 ao fim da primeira) e muito sofrimento. Mas a equipe verde e amarela superou os traumas de 2011, quando caiu diante da Espanha nas quartas do Mundial de São Paulo, e de 2012, em mais uma derrota nas quartas, dessa vez para a Noruega, nas Olimpíadas de Londres. Confira galeria com imagens do jogo.
A artilheira do jogo foi a brasileira e melhor jogadora do mundo Alexandra Nascimento, com dez gols. Duda ainda fez outros seis para o Brasil. Com sete, Zsuzsanna Tomori foi a goleadora da Hungria. A adversária das brasileiras na semifinal será a Dinamarca, que eliminou a Alemanha nesta quarta. Na primeira fase, o selecionado do Brasil bateu as dinamarquesas por 23 a 18. Na outra semi, a Polônia bateu a França, atual vice-campeã do mundo, e pega agora a Sérvia, que tirou a atual campeã Noruega. Os finalistas serão conhecidos na próxima sexta-feira, às 15h e às 17h45m. A partida entre Brasil e Dinamarca será a segunda do dia.
Acabou a maldição das quartas de final. Chega!
Alê
- Foi muito duro, difícil, 60 minutos, depois mais dez minutos e mais dez minutos. Conversamos que não íamos sair da quadra sem vencer o jogo. Não importava o amanhã, só o hoje. Conseguimos. Já joguei Liga dos Campeões, Mundial, Olimpíadas, mas esse Mundial é especial, por esse grupo, por sempre confiarem no nosso trabalho. Acabou a maldição das quartas de final. Chega. Entramos na história, como entramos na história em 2011. Mas agora isso não significa muita coisa. Precisamos festejar até meia-noite e depois temos que pensar na partida das semifinais, que vai começar tudo do zero - disse Alê.
BRASIL ABRE VANTAGEM
Ao contrário dos outros jogos, Brasil e Hungria conseguiram logo o gol. No primeiro ataque, as húngaras saíram na frente com Tomori, mas Alexandra empatou em tiro de sete metros, tudo isso antes do primeiro minuto. Alê, aos três, virou para 2 a 1. E com ela de novo, a seleção abriu dois gols, em novo sete metros. O Brasil conseguiu abrir 5 a 1, enquanto a Hungria tinha dificuldades para vencer a defesa verde e amarela. O segundo gol das europeias só veio aos nove, com Szusanszki. Mas Duda fez 6 a 2. Aos 15, o placar era de 7 a 4, com Babi bem no gol em um jogo equilibrado e nervoso.
SAIBA MAIS
Tempo real: confira lance a lance do jogão
Aos 17, a arbitragem penalizou a goleira Babi com dois minutos por não deixar a bola no chão quando a posse de ataque era das húngaras, retardando o jogo. Mayssa entrou em seu lugar, mas pisou em quadra antes da saída de uma jogadora de linha e, por isso, o Brasil sofreu outra punição, ficando dois minutos sem duas jogadoras. Mesmo assim, Samira, no contra-ataque, abriu 9 a 5. Triscsuk diminuiu. E a arbitragem viu outra penalidade, desta vez de Deonise, fazendo a seleção ficar 30 segundos com três a menos. Mesmo com desvantagem numérica, Mayssa pegou um sete metros de Gorbicz, mas a Hungria diminuiu para 9 a 8, com Tomori duas vezes. Até Duda voltar a marcar para a seleção: 10 a 8.
Em contra-ataque, aos 24, Samira fez 11 a 9 para a seleção. Do banco de reservas, Morten pedia paciência e foco, mesmo com as meninas reclamando muito da arbitragem. Ana Paula, em tiro de sete metros, voltou a colocar o Brasil com três gols de vantagem: 12 a 9. No minuto final, com gols de Redei e Szamoransky, o Brasil terminou na frente, mas a Hungria trouxe a diferença para apenas um gol: 12 a 11.
EMOÇÃO E EMPATE NO FIM DOS 60 MINUTOS
O segundo tempo começou equilibrado. Nos primeiros cinco minutos, a Hungria conseguiu igualar em 16 a 16, mas Samira, na ponta, colocou a seleção de novo na frente. Anita Gorbicz, até então muito bem marcada, anotou seu primeiro gol e empatou de novo. Colocando pressão na seleção, as húngaras fizeram o Brasil errar bolas que até aquele momento não aconteciam, e virou o jogo com Gorbicz: 18 a 17, com Deonise sendo suspensa por dois minutos em seguida.
Brasil x Hungria Mundial de Handebol (Foto: Cinara Piccolo / Photo&Grafia)
Gorbicz lidera o ataque da Hungria contra o Brasil no Mundial (Foto: Cinara Piccolo / Photo&Grafia)
Aos 12, a Hungria abriu dois gols, fez 20 a 18, e dominava as ações, defendendo bem e atacando com velocidade. Duda descontou e voltou o jogo para um gol de prejuízo. Um minuto depois, Fernanda igualou em 20 a 20. Aos 16, a Hungria, com Redei e Szucsanszki, colocou as húngaras de novo com dois gols de frente: 22 a 20. Mas Alê apareceu segundos depois para diminuir. Aos 20, a seleção perdia por um gol, 23 a 22, e falhava no ataque quando não podia.
Nos últimos dez minutos, o técnico Morten Soubak perdeu a paciência quando Duda, ao arremessar, foi derrubada, mas os árbitros mandaram seguir. Em seguida, no sete metros, Gorbicz outra vez venceu Mayssa e abriu dois gols, faltando sete para o fim: 24 a 22. Aos 25, Tomori manteve a Hungria à frente por dois gols, e o Brasil corria contra o tempo com Duda, que diminuiu, e Fernanda, que empatou: 25 a 25, faltando quatro minutos para o fim.
Com o placar em 26 a 25 para as húngaras, Alê empatou em tiro de sete metros. Faltando um minuto, o Brasil desperdiçou ataque e passou a posse da bola para a Hungria, que pediu tempo. A seleção conseguiu segurar o ataque rival até o cronômetro zerar. O árbitro marcou falta, e a Hungria teve a última chance para matar o jogo. Na cobrança, bola para fora e prorrogação.
VITÓRIA ÉPICA APÓS DUAS PRORROGAÇÕES
Na prorrogação, na primeira bola de ataque, Deonise, sozinha, foi parada pela goleira Herr. No ataque seguinte, o Brasil também conseguiu defender bem. Com as defesas funcionando, o primeiro gol foi húngaro, aos dois minutos, com Kovacsics: 27 a 26. Assim terminou o primeiro tempo. Na segunda parte, Alê empatou em 27 a 27 com um minuto. Em tiro de sete metros, Gorbicz fez: 28 a 27. Szekeres, por falta em Dani Piedade, levou dois minutos de punição, mas Fernanda desperdiçou a chance de empatar em seguida. Deonise, em contra-ataque, empatou: 28 a 28. Alê, em bela trama com Deonise, virou: 29 a 28, faltando um minuto. A Hungria empatou e uma segunda prorrogação foi necessária.
Nela, Alê brilhou com um gol logo no início, fazendo 30 a 29 para o Brasil. Mayssa, em bela defesa, manteve a seleção na frente. Deonise, ao levar a terceira suspensão de dois minutos, foi expulsa automaticamente, e Cifra empatou: 30 a 30. No último tempo de cinco minutos, Duda sofreu sete metros aos dois minutos. Alê cobrou e colocou o a seleção de novo na frente: 31 a 30. Mayara, faltando 30 segundos, fez um gol sofrido, com a bola batendo na trave, nas costas da goleira e entrando: 32 a 30. A Hungria ainda diminuiu de novo, com Bulath, mas Samira fez 33 a 31 e confirmou a vitória espetacular e histórica do Brasil.
- Antes de mais nada eu queria parabenizar esse grupo. As meninas não desistiram em momento algum. Nem nos momentos bons, muito menos nos momentos ruins. Essas meninas subiram um patamar no handebol mundial. Colocaram a bandeira do Brasil em outro nível dentro desse esporte.
Hoje, podemos dizer que o Brasil está entre os melhores do mundo, e isso é resultado do trabalho dessas meninas - comemorou o técnico Morten.
ESCALAÇÕES
Brasil: Babi; Dara, Alê, Duda, Deonise, Fernanda e Ana Paula. Entraram: Samira, Amanda, Mayara, Mayssa e Dani Piedade.
Hungria: Herr; Gorbicz, Szekeres, Zacsik, Tomori, Bulath e Bognar. Entraram: Szucsanszki, Triscsuk, Szamoransky, Kovacsics, Cifra e Redei.
Quartas de final
Brasil 33 x 31 Hungria
Polônia 22 x 21 França
Dinamarca 31 x 28 Alemanha
Sérvia 28 x 25 Noruega
Semifinais (sexta-feira)
15h - Polônia x Sérvia
17h45m - Brasil x Dinamarca
FONTE com fotos e links: http://globoesporte.globo.com/handebol/noticia/2013/12/brasil-supera-fantasma-das-quartas-e-vai-semifinal-historica-no-mundial.html
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