Fruto do I Simpósio Nacional de Avaliação Científica, realizado no dia 20 de setembro, em Brasília, o relatório faz recomendações às agências de fomento. Entre elas, a redução do número de projetos a serem analisados O simpósio foi promovido pela Sociedade Brasileira de Física (SBF), em parceria com a SBPC e a Academia Brasileira de Ciências (ABC), e reuniu pesquisadores, presidentes de sociedades científicas e dirigentes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) para discutir os atuais critérios de avaliação de mérito científico no país. As palestras dos pesquisadores convidados e as manifestações do público presente revelaram forte interesse no aprimoramento dos procedimentos de avaliação. Houve concordância entre os participantes quanto à necessidade de inovações nos procedimentos de avaliação que possam vir a contribuir para acelerar o avanço da qualidade da ciência produzida no Brasil. O evento gerou um relatório que consolida as principais sugestões para aprimoramento do sistema de avaliação. Foram apontados consensos relacionados a quatro grandes questões: redução do número de projetos a serem analisados; procedimentos e critérios de avaliação; promoção dos jovens e mais aposta em qualidade; e colaborações de fachada e ética científica. Para Alaor Chaves, pesquisador da UFMG e coordenador do simpósio, a medida de maior impacto apontada pelos participantes é o enxugamento do chamado sistema de balcão (por demanda espontânea), mas sem reduzir o acesso dos pesquisadores ao sistema de financiamento. "Com menos projetos para ser avaliados, é possível avaliar melhor cada um deles. Com o excesso de projetos, os avaliadores acabam se baseando excessivamente em indicadores quantitativos. Esses indicadores são subsídios importantes, mas não substituem de maneira alguma uma avaliação qualitativa do mérito", disse Chaves, em entrevista ao JC. O documento aponta sugestões para reduzir esse número de projetos apresentados às agências de fomento sem prejudicar o acesso ao financiamento, tais como manter o atual processo de ampliação do número de bolsas de produtividade em pesquisa, aumentar a duração dos projetos e reservar auxílios de pequena monta a jovens pesquisadores. Alaor Chaves ressaltou que os sistemas de avaliação da Capes e do CNPq estão suficientemente estruturados para absorver as mudanças propostas. Segundo o ex-presidente da SBF, a adoção de algumas medidas, como a remuneração dos consultores, poderia implicar em pequeno aumento de custos, mas que seriam compensados com o enxugamento do sistema e com a melhoria na eficácia da aplicação dos recursos de financiamento de projetos. Na avaliação de Chaves, tanto o presidente do CNPq, Carlos Aragão, como o presidente da Capes, Jorge Guimarães (representado no simpósio pelo diretor de Avaliação, Lívio Amaral), manifestaram total interesse em rever os critérios de avaliação de mérito de suas agências, em parceria com a comunidade científica. Veja a íntegra do relatório final do I Simpósio Nacional de Avaliação Científica no seguinte link: http://www.jornaldaciencia.org.br/links/Simposio_Avaliacao_Cientifica.pdf
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