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Edição 4474
História do Rio é tema do Debate Finep
A história da ocupação urbana no Rio de Janeiro e a relação do homem com a natureza ao longo dos 450 anos da existência da cidade foram tema do debate realizado no Espaço Cultural Finep, nesta terça-feira (10).
Os palestrantes convidados foram o arquiteto e urbanista Augusto Ivan de Freitas Pinheiro, professor da PUC-RJ e ex-coordenador do projeto de revitalização do Centro do Rio, e José Augusto Pádua, doutor em História e professor da UFRJ.
Em sua apresentação, Augusto Ivan de Freitas Pinheiro traçou a trajetória de ocupação urbana no Rio desde a chegada dos primeiros colonizadores à cidade, em 1502, passando por períodos importantes da História do Brasil, como a derrubada do Morro do Castelo, no Centro - que abrigou os primeiros moradores do Rio - a expansão jesuíta para a Zona Norte, principal espaço para a plantação de cana-de-açúcar, a importância da Zona Portuária para a fiscalização do escoamento do ouro que vinha de Minas Gerais, a chegada da Família Real Portuguesa, em 1808, a reforma de Pereira Passos, o surgimento da primeira favela do Rio, o Morro da Providência, e obras como o Aqueduto Carioca, a Avenida Presidente Vargas e o Viaduto da Perimetral, que contribuíram para delinear a atual disposição urbanística da cidade:
"O Rio é uma cidade que abriga várias tipologias e isto é, ao mesmo tempo, a sua desgraça e o seu encanto. As formas de ocupação no passado explicam alguns movimentos que vemos hoje, como a favelização, o modelo de bairro estrangeiro da Barra da Tijuca e a revitalização da região do Porto. O crescimento da cidade estabilizou, atualmente não cresce mais do que o Estado do Rio. No entanto, as favelas cresceram 27% nos últimos 10 anos. Precisamos repensar se a desordem é a nova ordem", disse Augusto Ivan.
Já o professor José Augusto Pádua usou o contexto histórico para mostrar as metamorfoses ocorridas em uma das maiores florestas urbanas do Brasil, a Floresta da Tijuca. Segundo ele, a Mata Atlântica é vista de forma negativa nos primeiros séculos de colonização. "Os registros históricos mostram que a visão da época era de que a floresta não valia nada, inclusive atrapalhava o avanço da economia. O plantio da cana e do café e a utilização da floresta como refúgio da burguesia carioca, que queria fugir da insalubridade dos bairros no nível do mar, contribuíram para a devastação ambiental".
O historiador ainda citou um projeto intelectual e político de reflorestamento da região da Tijuca, de um grupo da elite carioca em meados do século 19, que mudou a relação do homem com a terra e significou o início de um processo de conscientização ambiental. "A revista do Imperial Instituto Fluminense de Agricultura disseminou ideias que contribuíram para melhorar a imagem da Floresta da Tijuca e incentivou o plantio de mudas. A própria cidade ocupou e também ajudou a salvar a floresta", conclui.
O objetivo da série Debate Finep é criar um espaço aberto e permanente de debate entre a Financiadora de Estudos e Projetos e a sociedade, para subsidiar a construção de ações de apoio à inovação de forma democrática, transparente e eficiente. Participam dos debates interlocutores internos e externos à Finep, que contribuam para o acúmulo de conhecimento sobre políticas de fomento a C,T&I - Ciência, Tecnologia e Inovação.
Mais informações pelo e-mail debate@finep.gov.br.
(Ascom da Finep)
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