Jornal da Ciência (JC E-Mail)
====================================================
Edição 4264

Simpósio na UFMG debate Políticas de financiamento à pesquisa em educação

Evento se realiza nos dias 16 e 17 de junho.
Como sabemos, as políticas visando a elevação da qualidade da educação brasileira têm sido anunciadas como prioridade nacional e, não por acaso, também a 4ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação colocou-as como uma ação prioritária dentro das políticas de Ciência e Tecnologia do País. O mesmo ocorre no documento preliminar do Plano Nacional de Pós Graduação, o qual defende que a relação com a educação básica, visando à elevação de sua qualidade, deve ser uma das prioridades do Sistema Nacional de Pós Graduação.

A Área de Pesquisa em Educação - que inclui as Áreas de Educação e de Ensino de Ciências e Matemática da Capes - é a maior área de pesquisa do sistema de pós-graduação do País, reunindo mais de 150 programas e mais de quatro mil docentes. As atividades de pesquisa e produção do conhecimento desenvolvida por seus pesquisadores foram responsáveis por um aumento expressivo da produção científica qualificada na última década. O aumento da produção veio, via de regra, acompanhado também pela elevação da qualidade conforme aferido pelas Comissões de Avaliação da Capes e das demais agências de fomento.

No entanto, parece-nos que há espaço, ainda, para um significativo aumento da qualidade da pesquisa e, consequentemente, dos conhecimentos produzidos pela área, estando esta possibilidade diretamente dependente de pelo menos duas variáveis: o aumento do financiamento e à melhoria dos critérios de avaliação dos projetos de pesquisa e de seus resultados, seja no que se refere especificamente à produção do conhecimento aos seus impactos na qualidade da escola básica no Brasil.

É verdade que houve um significativo aumento dos recursos destinados ao financiamento das pesquisas em educação na última década, sejam esses oriundos da Capes, do CNPq ou da FAPs. Notadamente nos últimos anos, com a redefinição da missão institucional da Capes, houve um significativo aumento dos recursos destinados a fomentar a pesquisa na área. No entanto, o aumento de recursos que aqui se reconhece foi muito aquém do crescimento do número de Programas de Pós Graduação, de Grupos de Pesquisa, de Pesquisadores e de alunos da área. Por outro lado, o reconhecimento do expressivo aumento quanti-qualitativo do conhecimento produzido na área, não pode nos impedir de perceber o quanto há de controverso nos critérios utilizados tanto para aferir a qualidade - e prioridade - dos projetos de pesquisa apresentados às agências quanto de seus resultados.

Assim, considerando a complexidade do fenômeno educativo escolar e, por conseguinte, a necessidade de produção de conhecimento sobre o mesmo para que possamos avançar na melhoria da educação básica no Brasil, a ANPEd-Associação Nacional de Pós Graduação e Pesquisa em Educação, a maior instituição científica da área de educação, promove, nos dias 16 e 17 de junho, na UFMG, o Simpósio Nacional - Políticas de financiamento à pesquisa em educação: processos e critérios de avaliação dos projetos e alternativas de fomento.

O objetivo principal do evento, organizado pela Comissão de Estudos e Assessoramento em Ciência e Tecnologia da ANPEd e pelo Observatórios das Políticas para a Educação da UFMG, é reunir pesquisadores e instituições de pesquisa para discutir alternativas de políticas de fomento e critérios de avaliação de projetos que incentivem a elevação da qualidade da produção científica da área.

O evento contribuirá com a Pós Graduação, sobretudo da Área de Educação, à medida que propiciará o debate e a elaboração de alternativas de fomento à pesquisa e de melhoria da avaliação dos projetos de pesquisa desenvolvidos pelos alunos e pesquisadores da área. Do mesmo modo, o evento permite o aprofundamento das discussões acerca da contribuição das pesquisas educacionais à melhoria da educação básica no País.

Integra a programação no dia 16 a mesa redonda: As políticas de fomento à pesquisa em educação: quadro atual e alternativas, com a participação dos professores João Carlos Teatini de Souza Clímaco (Capes); Mário Neto, presidente da Fapemig e do Confap; Guilherme Sales Soares de Azevedo Melo (CNPq) e João Ferreira de Oliveira, vice-Presidente da ANPEd. Como debatedores participam os professores Carlos Roberto Jamil Cury (PUC-Minas) e João dos Reis Silva Junior (UFSCar). O coordenador e relator é o professor Robert Verhine (UFBA)

No dia 17 a mesa redonda Processos e critérios de avaliação dos projetos de pesquisa e alternativas de fomento: como incentivar a qualidade da pesquisa? tem a participação dos professores Belmira Bueno (USP - Comitê de Assessoramento à Educação do CNPq); Clarilza Prado (PUC-SP - Comissão de Avaliação da Educação da Capes) e Márcio Pochmann (Ipea). São debatedores os professores Valdemar Sguissardi e Décio Gatti Júnior (UFU). Atua como coordenadora e relatora a professora Flávia Werle (Unisinos)
(Ascom UFMG)

Comentários

Nenhum comentário realizado até o momento

Para comentar, é necessário ser cadastrado no CEV fazer parte dessa comunidade.